O cardeal Beniamino
Stella, prefeito da Congregação para o Clero (Santa Sé), explicou hoje em
entrevista ao portal ‘Vatican News’ as diretrizes do Dicastério para os casos
dos sacerdotes do rito latino que têm filhos.
O responsável sublinha
que a Santa Sé segue, desde o pontificado de Bento XVI (2005-2013), a prática
de dispensar padres com menos de 40 anos, “com o objetivo de salvaguardar o bem
da prole, isto é, o direito das crianças de ter ao seu lado um pai e uma mãe”.
O portal de notícias do
Vaticano recorda que, nos últimos dias, esteve em Roma o psicoterapeuta Vincent
Doyle, filho de um padre católico irlandês e fundador da “Coping
Internacional”, associação para a defesa dos direitos de crianças por padres
católicos em todo o mundo.
Foi Doyle a falar
publicamente de um documento da Congregação para o Clero, de uso interno, com
diretivas para os casos de sacerdotes com filhos.
O prefeito da
Congregação para o Clero assinala que, nestes casos, não está em causa apenas o
“necessário apoio econômico”.
“O que deve acompanhar o
crescimento de uma criança é, acima de tudo, o afeto dos pais, uma educação
adequada, de facto, tudo o que envolve um exercício eficaz e responsável da
paternidade, especialmente nos primeiros anos de vida”, sustenta o cardeal
Stella.
A ‘Nota relativa à
prática da Congregação para o Clero sobre os clérigos com os filhos’ recolhe e
sistematiza “a prática vigente há anos” no Dicastério, sendo apresentado como
um texto “técnico” para os colaboradores deste organismo da Cúria Romana.
“Uma situação deste tipo
é considerada ‘irreversível’ e exige que o padre abandone o estado clerical,
mesmo que o próprio se considere apto para o ministério. Um cálculo aproximado
dos pedidos de dispensa revela que cerca de 80 dos mesmos envolvem a presença
de filhos”,refere D. Beniamino Stella.
O responsável da Cúria
Romana admite que as “incertezas nesta matéria nascem da resistência dos
sacerdotes em pedir a dispensa” e, por vezes, do desejo de alguns bispos de
oferecer aos padres “uma nova oportunidade ministerial”.
“Nestas situações, o
Dicastério não obriga os bispos a convidar os sacerdotes a pedir a
dispensação”, acrescenta.
Segundo o colaborador do
Papa, o importante é que o sacerdote “seja capaz de compreender qual é a sua
responsabilidade diante dos seu filho: o seu bem e o seu cuidado devem estar no
centro da atenção da Igreja, não só para que não apenas falte aos filhos o
necessário para viver, mas acima de tudo o papel educativo e o afeto de um
pai”.
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Agência Ecclesia
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