A
presidência da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) pediu em um comunicado
que "deixem entrar e distribuir ajuda humanitária em paz", já que
"atende a situações graves de crise, e não a interesses políticos".
A
CEV, durante uma coletiva de imprensa realizada na quainta-feira, 21 de
fevereiro, informou sobre as condições graves em que o povo está vivendo e
insistiu em seu chamado ao regime de Nicolás Maduro para ouvir "o clamor
do povo".
Diante
da crise na Venezuela, sobre a escassez de alimentos e medicamentos, a
Assembleia Nacional "tomou a iniciativa de organizar esta ajuda", com
o apoio de outros países e abrir um canal humanitário que foi muitas vezes
negado pelo regime de Chávez.
Atualmente,
as ajudas de medicamentos e alimentos estão armazenadas em Cúcuta (Colômbia),
Roraima (Brasil), e os Países Baixos também ofereceram Curaçao para receber
doações internacionais.
De
acordo com Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado
"presidente interino" da Venezuela, esta ajuda iria começar a entrar
no sábado, 23 de fevereiro, apesar da oposição de Maduro, que nega que haja uma
crise humanitária.
Em seu comunicado,
os Bispos recordaram que "o regime tem a
obrigação de atender as necessidades da população, e, para isso, facilitar a
entrada e distribuição da ajuda humanitária, evitando qualquer tipo de
violência repressiva".
Indicaram
que solicitar e receber ajuda "não é nenhuma traição à pátria", como
afirma Maduro, mas "um dever moral que cabe a todos nós".
Também
mencionaram o trabalho pastoral e social que a Igreja realiza
através da Cáritas. Nesse sentido, renovaram o compromisso de contribuir com a
experiência desta instituição na recepção e distribuição de ajuda humanitária,
junto com outras organizações.
"A
ajuda consiste principalmente em porções de emergência e suplementos para
crianças e idosos com déficit nutricional e suprimentos médicos, principalmente
terapêuticos. É limitada em cobertura e tempo", explicou a CEV no
comunicado.
A
presidência da CEV fez um chamado à "Força Armada Nacional, para se
colocar ao lado do povo ao qual pertence", observando que seus membros
juraram cumprir a Constituição e "têm como principal destinatário o povo
venezuelano".
"Têm
o compromisso de defendê-lo, proteger seus direitos inalienáveis e proteger sua dignidade humana. Em
consciência, não devem executar ordens que atentem contra a vida e
a segurança da população", afirmaram os bispos.
Os
prelados pediram a intercessão da Virgem de Coromoto, padroeira da Venezuela,
para acompanhar o povo "neste momento de tanta esperança para o país"
e para fazer realidade o que Cristo ensinou: "Eu vim para que tenham vida
e vida em abundância".
Segundo
a pesquisa da ONG Médicos para a Saúde, até três anos atrás, em hospitais
públicos, 90% dos dispositivos médicos necessários estavam faltando.
Quase
18 mil pacientes de Parkinson não conseguem ter acesso ao tratamento que custa
entre 400 e 600 dólares por mês, levando em conta que o salário mínimo é em
média cerca de seis dólares.
Enquanto
isso, na cidade de Cúcuta, fronteira com a Colômbia, espera-se que a ajuda
humanitária armazenada entre no sábado, 23 de fevereiro, onde milhares de
voluntários vão chegar de ônibus para apoiar a sua entrada, de acordo com Juan
Guaidó.
Da
mesma forma, na quinta-feira, foi realizado em todas as paróquias de Cúcuta o
"Dia de Oração pela Venezuela".
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ACI Digital
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