Você deve priorizar seu
casamento acima dos seus filhos? A sabedoria secular e o pensamento cristão tendem a
concordar que sim.
Um artigo na Focus on the Family explica:
As crianças precisam
saber que seus pais amam não apenas a elas, mas também os outros. Sua sensação
de segurança aumenta à medida que os pais se amam. Colocar seu casamento em
modo de espera por 18 anos – ou mesmo um ano – enquanto você cria os filhos,
não é apenas prejudicial para o seu casamento, mas também é devastador para os
seus filhos.
Eu tenho visto conselhos
sobre este tópico que vão desde noites obrigatórias semanais sem as crianças,
até “Papai sempre beija a mamãe primeiro quando chega em casa do
trabalho”.
E, honestamente, acho
que isso é um absurdo.
Em primeiro
lugar, a questão de quem priorizar já pressupõe que as necessidades de
seus filhos e as necessidades de seu cônjuge são fundamentalmente conflitantes.
Nós não estamos falando sobre quem deveria receber o último pedaço de pão em
nossa aldeia arruinada pela fome. Amor, atenção, carinho e respeito são
recursos renováveis. Não vão acabar.
Sim, é importante não
esquecer que o seu cônjuge também tem necessidades, mesmo quando você já está
se afogando nas necessidades das crianças. Sim, é importante manter o romance
vivo. Sim, é uma boa ideia ter algum tempo a sós apenas com o seu cônjuge de
vez em quando. Nada disso está em questão. Mas isso não é “priorizar” seu
cônjuge; isso é apenas amá-lo. Você pode fazer todas essas coisas ao mesmo
tempo que amar seus filhos.
Todo aquele conselho
sombrio sobre certificar-se de priorizar seu casamento para que ele não
desmorone acidentalmente no chão enquanto você cuidava de seus filhos? Eu sei
que é para lembrar as pessoas de não se perderem tanto no papel de pais que elas
esquecem o papel de cônjuges. Isso é justo. Mas outra mensagem soa clara
através dos terríveis avisos – que ter filhos torna especialmente difícil amar
seu parceiro.
As crianças não colocam
o seu casamento em modo espera. Elas podem mudar a forma como você expressa
amor uns pelos outros, mas elas não sufocam esse amor. Em um casamento
saudável, na verdade é o oposto que acontece. Criar filhos juntos, mesmo quando
é difícil e desgastante, pode ser uma das formas mais importantes pelas quais
os cônjuges se apaixonam diariamente e sustentam esse amor.
Se o aviso fosse: “Não
fique tão envolvido em sua carreira ou hobbies de modo que você nunca tenha
tempo para a pessoa com quem se casou”, eu seria a favor. Você obviamente não
pode gastar toda a sua energia emocional em algo que seu cônjuge não
compartilha e esperar que seu cônjuge não se sinta abandonado. Mas as crianças
não são um hobby. Quando você tem filhos, eles não são um acessório; eles são
fundamentais para o seu casamento.
Falar sobre as crianças
como se elas fossem prejudicar seu relacionamento coloca você em uma luta de
poder perpétua com elas. O que, eu garanto, é uma ótima maneira de promover
exatamente o tipo de ressentimento que tornará sua família inteira infeliz.
Quando eu era criança,
meus pais sempre levavam todos os sete filhos com eles para a comemoração do
aniversário de casamento deles (eu tenho memórias vívidas dessas comemorações).
Minha mãe sempre fez questão de nos dizer: “Você é o fruto do nosso casamento e
somos muito gratos por nossa família. Faz sentido que todos nós celebremos esse
casamento juntos”.
Na época, ficávamos
eufóricos por uma oportunidade de jantar fora. Agora, vejo o que eles estavam
tentando nos mostrar: que as crianças existem no coração de um casamento. Eles
não as separam de fora, mas nutrem de dentro.
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Aleteia
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