domingo, 24 de fevereiro de 2019

Crianças emocionam ao enviar cartas para bombeiros em Brumadinho: "Muito obrigada"



Desenhos, letras coloridas e mensagens positivas estão sendo envidas por crianças aos bombeiros, que trabalham no resgate de vítimas do rompimento da barragem da mineradora da Vale. São cartas para os “heróis de Brumadinho”, as quais expressam gratidão e admiração aos militares que se arrastaram na lama e seguem na missão de localizar corpos.

Desde a tragédia, 166 mortes foram confirmadas e 155 pessoas estão desaparecidas. A barragem 1 da Mina Córrego do Feijão se rompeu no dia 25 de janeiro, na cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, liberando um tsunami de água, terra e rejeitos sobre funcionários da Vale e moradores da região.

Segundo o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil Estadual, 393 pessoas foram resgatadas. O reconhecimento pelo trabalho árduo tem sido manifestado de várias formas.

“Muito obrigada por salvar tantas vidas. O trabalho de vocês foi uma dádiva de Deus. Vocês têm muito trabalho pela frente e podem ter certeza que Jesus também vai trabalhar na vida de vocês”, escreveu uma menina.
Um coração em camadas e um personagem com roupa vermelha e amarela, carregando uma mangueira, alegram a carta, já escrita em várias cores.

Mais amparo vem de outra mensagem. “Bombeiros, obrigada pela consideração, por salvar inúmeras vidas. Não vai ser com uma carta que vou demonstrar gratidão que eu e todo Brasil temos pelo trabalho de vocês”, diz trecho escrito por outra criança, que encerrou com #força, foco e fé. Ela também desejou: “Que Deus os retribua tudo em triplo!”.

Segundo o tenente coronel Anderson Passos, que atua na missão do Corpo de Bombeiros em Brumadinho, as mensagens chegam como um alento, além do cuidado oficial que já recebem da corporação, como atendimento médico e psicológico.

“Nossa missão é buscar vidas, vítimas. Viemos ajudar a comunidade e estamos sendo ajudados. Quem cuida precisa ser cuidado. E temos recebido de várias formas”, afirma Passos.

Ele também diz que este resgate foge à rotina, devido à quantidade de vítimas e o tempo dedicado. “Todo mundo fica emocionalmente impactado, espiritualmente impactado. Fazer este tipo de trabalho contínuo é realmente desgastante”, completou.

O apoio tem vindo de várias partes. Segundo o tenente coronel, voluntários oferecem todo tipo de serviço, como lavar a roupa, reiki, acupuntura, fisioterapia, alimentação. “Uma corrente do bem, onde todos estão sensibilizados. A dor, ela iguala os homens”, disse, mencionando que já cortaria o cabelo com um voluntário.
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Opinião Crítica/ G1

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