O incesto inclui-se entre as poucas coisas que
ainda chocam a sociedade atual. Como certas barreiras existentes na opinião
pública o rejeitam como antinatural, o processo revolucionário¹, que visa
destruir tudo o que resta de civilização cristã, precisa dar mais um passo para
destruir essa rejeição.
E esse passo consiste em diminuir
a barreira de horror em relação ao incesto, dando-lhe uma conotação mais
simpática. Nessa linha, recente notícia do portal UOL, reproduzida por muitos sites brasileiros, parece
caminhar nesse sentido. Vejamos primeiramente como o UOL noticia a matéria, no
dia 3-10-16:
“Mulher
se casa com milionário e descobre que marido é seu avô.² E o mais
impressionante? Eles resolveram seguir em frente, não estão nem aí…
Uma mulher
que achou ter tirado a sorte grande ao se casar com um homem em Golden Beach,
nos Estados Unidos, descobriu que, na verdade, seu marido é seu avô. A história
é tão chocante que ambos não querem ter o nome divulgado.
A mulher
tem 24 anos e se apaixonou pelo homem que é 44 anos mais velho após conhecê-lo
por meio de uma agência. Ele já tinha ampla experiência em casamentos. No
primeiro, foi abandonado pela companheira que também levou os filhos para
longe. No segundo, o relacionamento faliu junto com as finanças pessoais.
Por sorte,
o homem acabou entrando em um bolão na empresa em que trabalhava e ficou rico. Foi
aí que resolveu arranjar um novo amor. Em 2015, conheceu a atual mulher por
meio de uma agência.
No entanto,
ao ver fotos dela, o homem sentiu algo estranho, como se já a conhecesse.
‘Parecia um déjà vu, mas eu não
entendia por que ela parecia tão familiar’, afirmou ao jornal ‘Florida Sun
Post’.
Quando
mostrava um álbum de fotos da família para o novo amor, veio a surpresa. Ela
reconheceu o pai em uma das fotos e perguntou para o marido quem era aquele cara.
Ele respondeu que era seu filho, com quem perdeu o contato após o primeiro
divórcio.
Foi um
choque. Mas como a mulher também perdeu o contato com o pai, depois de ter
ficado grávida, o casal resolveu seguir em frente. Vão permanecer casados,
apesar do laço sanguíneo. E não estão nem aí para as críticas”.
Mas, por
que achar que esse texto aparentemente tão neutro poderia de alguma forma fazer
propaganda do incesto? Por dois motivos muito simples. O primeiro é justamente
a tentativa de parecer neutro, como se não houvesse nenhum mal nessa atitude
infame.
O segundo motivo, ainda mais
grave, é a omissão de dados demonstrando não se tratar de um casal comum, mas…
Vejamos outros dados da notícia original no “Florida Sun Post”³, que o noticiário
brasileiro tem omitido…
Como os
dois se conheceram? Através de um site especializado em agenciar ca8samentos
de pessoas com idades muito diferentes. Propriamente, um site para mulheres jovens
que se oferecem para casar com homens ricos e com prazo de vida curto…
A dita jovem em questão é bem o
perfil que se imagina para quem se inscreve num site dessa atuação. Tendo sido expulsa
de casa pelo pai por ter engravidado na escola, ela foi trabalhar como
dançarina numa casa de strip-tease.
E já contava 24 anos quando se inscreveu no mencionado site, tendo sido escolhida
entre as muitas candidatas pelo rico idoso de 68 anos.
Quanto a este último, também chama
muito a atenção o fato de em seu primeiro casamento a esposa ter fugido com os
filhos sem deixar vestígios. O que teria feito o homem para que, abandonando-o,
a esposa não procurasse sequer obter uma pensão para os filhos? Parece que ela
julgou que impedir de vez seu contato com o pai seria melhor para eles. Os
filhos também parecem ter concordado com essa atitude, uma vez que nem depois
de adultos foram procurar o pai, o qual ainda contraiu um segundo casamento que
também se desfez. Em 2011, ele ganhou uma boa fortuna numa loteria e viu nisso
uma boa oportunidade para encontrar outra mulher, estando já com seus 63 anos
optou então pelo ditosite, que lhe oferecia uma boa variedade de
mulheres bem jovens.
Para qualquer leitor, tal notícia
não deixa de trazer suspeitas quanto à veracidade do fato. Especialmente no
referente à completa ignorância que tinha um a respeito do outro antes de
consumarem o casamento. Não haveria, por exemplo, uma coincidência de
sobrenomes gerando perguntas sobre um possível parentesco, ainda que longínquo?
Em nenhum momento o idoso ficou sabendo sequer o nome do pai da noiva?
A matéria do “Florida Sun Post”
deixa claro um perfil moral do casal muito diverso daquele de um casal comum,
ao contrário de como a mídia brasileira tentou apresentá-lo. Dadas essas
características já horrendas, não é realmente de estranhar que eles tenham optado
por permanecer juntos. Este caso evoca a sábia frase que a Sagrada Escritura
registra,“abyssus ad abyssum invocat”4.
____________
Notas:
1. Processo descrito no livro Revolução e Contra-Revolução, de Plinio Corrêa de
Oliveira.
4. “Um abismo chama outro abismo” (Salmo 41,8).
______________________________
Por Ivan Rafael de Oliveira
Lepanto
Nenhum comentário:
Postar um comentário