Primeiramente, não existe isso de que cada um tem
a sua fé. A Fé não é um sentimento subjetivo, mas um assentimento pessoal a um
corpo de verdades. Ora, a verdade somente o é se for correspondente à
realidade. Isto significa que entre dois religiosos cujas visões destoam um do
outro, não é possível que ambos estejam corretos. Os dois podem estar errados,
mas não corretos igualmente. Isso ocorre porque os erros são infinitos. A
verdade, ao contrário, pela sua própria natureza, só pode ser uma.
1 - Que Jesus Cristo tenha fundado uma, e somente
uma Igreja, é verdade que está muito claramente nos Santos Evangelhos. Pois
todas as vezes que Jesus se referiu à sua Igreja, usou o singular. “Tu és
Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”.(Mt. 16,18); “quem não
ouve a Igreja seja tido por gentio e publicano” ( Mt. 18,17), isto é, pecador
público.
Note-se: em vão os adversários imaginam que Jesus, ao dizer: “sobre esta pedra… ”, apontava o dedo para Si mesmo. Todo o contexto desmente essa suposição. Por ex.: “dar-te-ei as chaves… ”; “tudo o que ligares… ”, etc.
2 - Também os outros livros do Novo Testamento só usam o singular. Assim S. Paulo várias vezes fala do “Corpo de Cristo que é a Igreja”(Col. 1,24; 1,18); da Igreja como sendo “a Igreja do Deus Vivo” (I Tim. 3,15); e que “a Igreja é amada por Cristo” como Esposa. (Ef. 5,25 e 29) O uso do plural só se encontra nas Epístolas, e indica “as igrejas” como comunidades locais.
3 - Outra maneira de a Bíblia dizer que a Igreja de Cristo é única é afirmar: “há um só Senhor, uma só fé, e um só batismo” (Ef. 4,5), e portanto uma só é a Religião e Igreja desse único Deus e Senhor. Assim, fora desta única Igreja não pode achar salvação quem tem meios e condições de conhecê-la. E conhecendo-a, tem obrigação de pertencer-lhe, porque é necessária para a salvação.
4 - Que essa única Igreja de Cristo seja a Igreja Católica, é fato bíblico e histórico comprovado:
A) porque Jesus mesmo garantiu a perpetuidade de sua Igreja no mundo “todos os dias até o fim dos séculos”(Mt. 28,20); e a sua invencibilidade contra as forças infernais do maligno, seus seguidores e seus erros: “As portas do inferno não prevalecerão contra Ela”. (Mt. 16,18).
B) porque, historicamente é a única Igreja que vem desde os Apóstolos, os quais foram também constituídos por Cristo, em certa medida, seus “fundamentos”. Sobretudo São Pedro (Mt. 16,18), o qual, na pessoa de seus sucessores, foi feito fundamento visível da Igreja nesse mundo e princípio de unidade. Para isso, mudou-lhe o nome de Simão para Pedro. Jesus, porém, é e será sempre o seu fundamento principal, a “Pedra Angular”. (Ef. 2,19-20) A referência à Igreja, nesse texto chamada “Família de Deus”, é patente. (Ef. 2,19).
5 – A Igreja Católica é, pois, Apostólica. Foram os Apóstolos que a estabeleceram por toda a parte, conforme a ordem e missão que Jesus lhes deu: “Ide, pois, e pregai o Evangelho a toda criatura”; “…a todas as nações”. (Mc. 16,15; Mt 28,19) A Igreja é, pois, a continuadora da obra salvífica de Cristo no mundo em todos os tempos até o fim dos séculos. (Mt. 28,20) E Ela tem realizado essa divina missão, não obstante as guerras que Lhe movem o Demônio e os seus aliados, promovendo heresias, seitas e falsas religiões que a Ela se opõem, e sempre A combateram.
7 - Mas, quando essa mania de inventar novas igrejas, fruto do orgulho, começou, a Igreja Católica já tinha quinze séculos de existência e missão cumprida: já havia, durante os três primeiros séculos da era cristã, vencido as cruéis perseguições dos imperadores pagãos; já havia convertido, durante os séculos III-V, os povos do vasto Império Romano; já havia evangelizado e civilizado os povos bárbaros que invadiram a Europa nos séculos IV-VI; já havia, enfim, superado as várias investidas de diversos hereges, e tinha conservado intacto o “depósito da fé” que recebera de seu Divino Fundador, e cuja guarda e transmissão Lhe confiou. (1 Tim. 6,20; 2 Tim 1,14; Mt 20,28).
8 - Portanto, só a Igreja Católica é verdadeiramente Apostólica e Evangélica, isto é, tem a sua origem no Evangelho de Jesus Cristo e nos escritos de seus Apóstolos, como acima ficou provado. - Note-se que, no começo do século IV da era cristã, o imperador Constantino deu liberdade aos cristãos e declarou o Cristianismo religião oficial do Estado, respeitando a autonomia deste na sua esfera temporal. Lutero fez o contrário: subordinou a religião ao estado ao declarar: “A quem pertence o reino, pertence a religião”, norma que é posta em prática na Inglaterra, onde o rei é o chefe da Igreja anglicana. É absurdo, pois, falar de começo da Igreja Católica no século IV.
9 - Nada mais falso: 1 - Porque a Santa Igreja é chamada “Católica” desde o 1º século. (Cf. Santo Inácio, martirizado no ano 107, na sua Carta aos fiéis de Esmirna, nº 08) Esse termo significa “Universal”. Indica o fato de a Igreja ter-se espalhado rapidamente por todo o mundo; e, sobretudo, porque se destina à salvação de todos os povos. 2 - porque os fatos alegados pelos adversários como prova de que a Igreja se desviou em contato com o mundo, como (a) a mediação dos Anjos e Santos, (b) de Nossa Senhora, em particular, (c) o uso das sagradas imagens, estão contidos na Bíblia e na prática da Igreja primitiva.
10 - A Igreja chama-se também “Romana” por ter sido Roma a sua sede desde São Pedro, que foi aí martirizado no ano 64 da era cristã, durante a perseguição de Nero. Esse título Lhe é, pois, histórico e secundário.
11 - Só Ela possui a “Sucessão Apostólica”, ou seja, a transmissão nunca interrompida da missão e poderes que Cristo comunicou aos seus Apóstolos, e estes a outros, como o fizeram a Matias (Atos 1,20 a 26), a Paulo e Barnabé. (Atos 13,2-3) E São Paulo os transmitiu a Timóteo (2 Tim. 1,6), e a Tito (Tit 1,5), e estes, a outros. (1 Tim. 5,22; Tit. 1,5) E assim se realizou e se realiza a perpetuidade garantida por Jesus Cristo à sua Igreja até à consumação dos séculos (Mt 28,20). E essa realidade sobrenatural se opera sempre na Igreja Católica através da Sagrada Hierarquia, apesar das fraquezas humanas de seus representantes.
12 - Por isso, só a Igreja Católica é a “Igreja do Deus Vivo, coluna e fundamento da verdade” (1 Tim. 3,15); só ela é a Esposa mística de Cristo, “santa e imaculada” em si mesma (Ef. 5,27); santa em sua constituição divina; santa em sua doutrina (Fé e Moral); santa em seus Sacramentos (canais da graça divina); santa, sobretudo, porque Cristo mesmo é a Cabeça dessa Igreja (Col. 1,18), e o Espírito Santo é a sua alma; é santa ainda porque sempre produziu Santos, não obstante a presença de maus cristãos entre seus membros. (Cf. a parábola do joio e do trigo – Mt. 13,25) Só no céu é que a Igreja de Cristo consta só de santos. (Mt 25,31 a 34).
13 - E a Igreja Católica é, não somente única, mas é também una na sua constituição interna. Só ela possui a unidade de fé e de moral, a unidade do princípio vital da graça divina que Lhe vem da Redenção de Cristo, através dos Sacramentos que são meios de santificação e salvação; unidade, por fim, de culto e de disciplina. Em suma, só nEla se verificam as notas características da verdadeira Igreja de Cristo: unidade, santidade, catolicidade, apostolicidade, e a nota histórica e acidental: a romanidade.
Portanto, só a Igreja Católica é a verdadeira Igreja de Cristo. Todas as outras, ou são seitas ou de um protestantismo mais clássico, ou do carismático.
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Catolicismo
Romano
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