Ao longo da Bíblia, aparece com frequência o verbo
“cantar”. O convite a cantar vem da necessidade e da alegria. Com a linguagem
falada, o ser humano não consegue expressar tudo o que sente e quer quando se
relaciona com Deus; então, ele canta.
A música litúrgica surge como um dom do Espírito,
que vem ajudar nossa incapacidade. Assim, o canto alcança a altura do amor para
corresponder ao amor com que Deus nos amou em Cristo.
O canto litúrgico nos coloca em comunicação com
Deus, favorece a unidade e a integração da assembleia, ajuda a aprofundar no
acontecimento salvífico que se celebra e cria um ambiente de festa e alegria na
comunidade.
O canto litúrgico precisa estar ao serviço da fé e
da caridade da comunidade. Ele é um sinal eficaz; não só expressa, mas também
realiza os sentimentos íntimos da comunidade, que, quando ouve Deus, responde
com louvor, gratidão e súplica.
A música e o canto não são um enfeite, um elemento
recreativo ou um recheio na liturgia, mas sim uma parte importantíssima dela.
Portanto, é preciso cuidar deles com esmero e integrá-los dinâmica e
adequadamente em cada celebração.
O canto é bom e útil na liturgia quando ajuda a
orar, a unir a comunidade e a viver o mistério. Do contrário, interrompe e
obstaculiza a adequada celebração da liturgia.
É preciso selecionar cantos que tenham qualidade em
sua letra e em sua melodia. Hoje abundam composições feitas por pessoas sem
formação literária, musical, litúrgica e espiritual, que acabam sendo um
verdadeiro desastre artística e liturgicamente.
No canto litúrgico, a música está a serviço do
texto, que deve se inspirar na Bíblia ou na própria liturgia; por outro lado, deve
servir especialmente para incentivar a contemplação e vida espiritual da
comunidade.
Jamais devem ser usados cantos profanos dentro das
celebrações litúrgicas (nem em missas de casamento). É preciso diferenciar o
canto litúrgico dos cantos utilizados nas convivências, encontros pastorais
etc.
Os cantos precisam corresponder aos tempos
litúrgicos (advento, natal, quaresma, páscoa), às solenidades (São José,
Assunção, Todos os Santos, festas patronais) e às diversas celebrações rituais
(batismos, confirmações, casamentos, exéquias).
Os cantos também devem se adequar à natureza das
diversas partes da missa. Para a entrada, um canto que uma e motive a
assembleia; no ofertório, um canto de louvor; na comunhão, um canto eucarístico
ou que convide à fraternidade; na saída, um canto de ação de graças ou em honra
de Nossa Senhora.
Uma regra fundamental é que nunca se deve
improvisar a seleção e execução dos cantos litúrgicos; isso precisa ser feito
em coordenação com o presidente da assembleia, procedendo sempre e em tudo com
profundo espírito de fé e de piedade.
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Aleteia
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