Queridos padres,
Eu sou uma
caloura universitária e gostaria de pedir algumas coisas a vocês. Ou melhor,
gostaria de suplicar a vocês uma coisa: por favor, nos ensinem!
Não parem de ler
ainda, por favor. Vocês talvez estejam pensando que eu sou uma caloura
sabe-tudo. Mas não sou. Admito que não tenho a menor ideia sobre os desafios
que vocês enfrentam diariamente, seja na paróquia, seja no campus
universitário… Mas eu sei do que é que nós, estudantes, precisamos. A maioria
de nós não sabe nem o básico da fé. Vocês têm que começar do zero. Então, por
favor, nos ensinem!
Vocês querem nos
ensinar, mas acham que não têm tempo. A maioria dos poucos estudantes que ouvem
as suas homilias no domingo só ouvem vocês ali mesmo. Os professores nos falam
durante horas e horas, cinco dias por semana. Vocês só têm dez, quinze minutos,
um dia por semana. É um desafio impossível, mas, por favor, nesse tempo que
vocês têm para chegar até as almas, nos ensinem alguma coisa!
Vocês podem
achar que o único jeito de fazer esses poucos jovens continuarem indo à missa é
adoçando a mensagem: nada de mencionar muito as regras, as exigências, os
compromissos… Posso lhes dizer o que nós realmente queremos ouvir? Digam-nos
que as regras são importantes, proclamem quais são as regras e mostrem como
elas nos ajudam!
Digam-nos que
Deus nos ama. Digam-nos o quanto Ele nos ama!
Digam-nos que
Deus quer que nos arrependamos dos nossos erros e nos ajudem a recorrer aos
sacramentos.
Digam-nos que,
não importa o que aconteça, Deus nunca desiste de nós.
Digam-nos que
nós valemos mais do que a nota que tiramos ou que o número de amigos que temos.
Digam-nos que
nós não somos dignos do amor de Deus, mas que o amor que Ele nos dá nos torna
dignos do melhor!
Digam-nos que,
por causa desse amor, nós valemos mais do que sequer podemos imaginar.
Digam-nos que
estamos aqui por uma razão; que Deus reservou algo para nós fazermos; que Ele
não comete erros e que, por isso mesmo, nós não somos um erro no mundo.
Digam-nos que a
coisa que Deus mais deseja não é que nós não erremos nunca, mas que O amemos
sempre.
Digam-nos para
que foi feito o nosso corpo e o nosso espírito.
Digam-nos que
Deus nos fez para sermos santos – e que nós podemos ser santos.
Digam-nos que os
santos são fascinantes, que eles são os nossos melhores exemplos e os nossos
amigos celestiais.
Ensinem-nos
sobre a misericórdia divina!
Ensinem-nos
sobre o céu. Falem-nos também do inferno e nos digam que ambos são reais.
Ensinem-nos por
que importa aquilo que fazemos e digam-nos que importa sempre.
Ensinem-nos a
imaginar a grandeza, a altura, a largura e a profundidade de Deus.
Digam-nos que
Deus está sempre conosco!
Nós precisamos
do básico, mas, depois, também precisamos de mais! Nenhuma criança já decidiu
se especializar em matemática logo depois de aprender que 2 + 2 = 4. Vão além
do básico. Digam-nos quais são os mistérios a contemplar e nos ajudem a refletir
e a nos aprofundarmos neles; digam-nos como os mistérios nos ensinam a pensar,
a fazer perguntas, a estudar e a amar.
Vocês estiveram
no seminário durante quanto tempo? Contem-nos um pouco do que vocês aprenderam!
Deem-nos o seu testemunho pessoal e sejam nossos exemplos!
Estamos só
começando a descobrir que nada na terra pode nos satisfazer. Digam-nos o
porquê!
Por favor,
ensinem-nos tudo isso e muito mais! Eu não acho que os outros devam tentar
descobrir tudo isso por conta própria. Por favor, ensinem-nos!
Atenciosamente,
Therese Anthony*
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* Therese
Anthony é um pseudônimo de uma caloura universitária de Michigan, Estados
Unidos.
Aleteia
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