É
com o espírito carregado de graves apreensões que venho considerando os mais
recentes acontecimentos de nossa vida pública. As instituições são
desrespeitadas, a insegurança jurídica aumenta, a faculdade de opinar vai sendo
ameaçada, insuflam-se conflitos entre brasileiros, sobre as forças dinâmicas da
Nação se abatem legislações cada vez mais sufocantes e até nossa diplomacia –
outrora reconhecida por seu equilíbrio e subtileza – é vilipendiada.
Aumenta, dia a dia, em considerável parte de nossa população – afável, ordeira e laboriosa – o sentimento de inconformidade e rejeição ante os crescentes desmandos de algumas de nossas mais altas autoridades, obstinadamente comprometidas com metas ideológicas avessas ao sentir da alma cristã de nosso povo.
Aumenta, dia a dia, em considerável parte de nossa população – afável, ordeira e laboriosa – o sentimento de inconformidade e rejeição ante os crescentes desmandos de algumas de nossas mais altas autoridades, obstinadamente comprometidas com metas ideológicas avessas ao sentir da alma cristã de nosso povo.
Queremos, hoje,
convidar você a orar pela nossa pátria, pelo nosso Brasil. Nós brasileiros
somos, muitas vezes, tentados a desanimar diante de tantas circunstâncias e
momentos difíceis pelos quais passamos como crise econômica, crise política,
crise de valores… Mas não podemos desistir da nossa pátria, não podemos deixar
de construí-la, ainda que nossa pátria definitiva seja o céu.
A Pátria representa o conjunto daquilo que nos une
e irmana nesta família grande e muito diversificada, chamada Brasil, onde
vivemos nossas relações sociais, nossa cultura e as responsabilidades comuns.
Na Pátria, somos parte de um povo, com laços profundos, e somos chamados a
expressar nossa solidariedade de maneira concreta. Não se deve confundir Pátria
com governantes: estes são representativos e transitórios; aquela permanece e é
servida pelos Governos.
São Paulo já
recomendava a Timóteo que se fizessem “súplicas,
orações, intercessões e ação de graças por todas as pessoas, pelos reis e pelas
autoridades em geral”, para que todos pudessem ter uma vida calma e
tranquila (cf. 1Tm 2,1-2). Em diversas outras passagens do Novo Testamento
recomenda-se rezar pelos governantes. E não era apenas pelos governantes bons e
honestos; não devemos esquecer que, nos tempos apostólicos, já havia corrupção
e imoralidade entre os governantes; e já havia governantes que perseguiam e
martirizavam os cristãos.
Pode parecer
estranho que rezemos pelos governantes, mesmo suspeitando que alguns deles
possam ser maus, desonestos e corruptos… Entretanto, não rezamos apenas pelos
governantes bons, mas também, e mais ainda, por aqueles que não parecem bons,
para que se convertam e se tornem bons. É necessário pedir que Deus mova as
mentes e os corações dos governantes, para que governem com sabedoria, retidão
e justiça e para que assegurem aos governados a dignidade, a liberdade, a
justiça e a paz.
Devemos rezar
pelos governantes que atuam nos três poderes: Legislativo, Executivo e
Judiciário; e nas três esferas do Estado Brasileiro: Municípios, Estados e
União. Nossa oração pelos legisladores é para que façam leis justas e sábias,
mediante as quais o bem comum seja assegurado de maneira equitativa para todos
os cidadãos; pelos governantes do Executivo, que executam as leis e administram
o País, para que governem com prudência e honestidade; pelos governantes, que
devem interpretar as leis e administrar a Justiça, para que sejam sábios e justos,
tenham o reto discernimento e não se deixem corromper. É necessário rezar pelos
bons governantes, para que perseverem no bem; e, mais ainda, pelos maus
governantes, para que se convertam e cumpram retamente seus deveres.
Jesus ensina, sobretudo, que governados e
governantes devem lembrar sempre que “soli Deo gloria” – somente a Deus são
devidas adoração e glória. A Deus, juiz supremo, todos devem prestar contas.
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