Você já se perguntou como deve ir vestido(a) à
Igreja? Se sim, louvado seja Deus. Infelizmente, nem todas as pessoas têm essa
preocupação. Não é porque vamos à Igreja que não precisamos nos arrumar bem, é
justamente o contrário! Quando digo sobre nos arrumarmos bem, não estou dizendo
em questão de “elegância”, e muito menos de modismos, mas de decência e de
decoro. A Casa de Deus não é qualquer casa, muito menos um lugar qualquer.
Lamentavelmente, as pessoas têm a ideia errada de que a Casa de Deus é igual à
“casa-da-mãe-joana”, e adentram nela vestidas bastante “à vontade”, quando não
desleixadas ou mesmo irreverentes. A Igreja é um lugar Santo, pois ali reside
Nosso Senhor na Hóstia Consagrada dentro do Sacrário, e é por este motivo que
devemos estar bem apresentáveis (com decoro e decência) quando adentramos no
Santo Templo de Deus.
Quando vamos à casa de alguém importante nos
vestimos do melhor modo possível. Quando vamos a um casamento, colocamos nossas
roupas mais bonitas. Se tivéssemos que visitar algum rei nos vestiríamos do
modo mais apresentável e respeitável possível. Garanto que ninguém vestiria
bermuda e chinelo em nenhuma das circunstâncias que citei. Pois bem, na Igreja
reside o Rei dos reis, Senhor dos senhores, e tem gente que insiste em ir lá
vestida com trajes inapropriados, quase praianos. Para Deus devemos nos
apresentar com o maior zelo possível, da melhor forma possível de acordo com a
condição de cada um. Vestir-se bem na presença de Deus não implica em usar
roupa chique, mas em usar roupa modesta! Portanto, vestir-se bem é sinônimo de
modéstia.
Roupas para
ir à Igreja e à Santa Missa
Antigamente as pessoas usavam o termo “roupa de
domingo” para as roupas usadas para ir à Missa; não raro era somente uma peça
de roupa! e era só para ir à Santa Missa mesmo, no domingo. Nos demais dias, a
“roupa de domingo” ficava guardadinha, esperando a próxima Missa! E como era
boa e respeitosa essa época, as mulheres com seus vestidos modestos e
comportados, usando véu na Igreja, e os homens com trajes simples, sociais, mas
modestos e de muito bom gosto!
Como hoje já não se comenta mais sobre as roupas
adequadas para homens e mulheres irem à Igreja e à Santa Missa, farei algumas
descrições e considerações gerais, na medida do possível, acerca de roupas
femininas e masculinas.
Vestimentas femininas |
As roupas femininas ideais para as mulheres irem à
Igreja e à Santa Missa são:
Saias:
devem ser abaixo do joelho pelo menos uns 20 cm (aproximadamente até a metade
da canela), de modo que mesmo sentando os joelhos ainda fiquem cobertos;
Blusas:
não podem ser cavadas nem decotadas, devem ser com mangas pelo menos até a
metade do braço[1]. O ideal é que as mangas, no comprimento mínimo, sejam pelos
cotovelos e o decote não passe de dois dedos sob o poço da garganta[2].
Vestidos:
devem seguir o mesmo esquema da saia para a parte de baixo e da blusa para a
parte de cima[3].
Véu:
deve preferencialmente ser branco para as solteiras e preto, marfim ou cinza
para as casadas. O véu é um símbolo da “mulher como Maria”. O véu também
simboliza a humildade de Maria e sua submissão à vontade Deus, além de
“esconder nossa glória e beleza”, que pertencem a Deus e ao nosso marido
somente. Além de tudo, o véu ajuda a nos concentrarmos nas orações sem ficarmos
olhando para o lado distraídas com o “penteado da vizinha”, entre outras
coisas.
JAMAIS se
deve ir à Missa com roupas justas, com o colo de fora, mostrando partes dos
seios, ou com os ombros, as costas, a barriga e as pernas de fora ou expostas
sob roupas colantes. Além de ser vulgar e indecoroso, é desrespeitoso para com
Deus e para com o Sacerdote que celebra a Santa Missa.
Vestimentas masculinas |
Calças:
devem ser discretas, de tons neutros, de preferência sociais.
Camisas:
devem ser discretas, sóbrias, de preferência sociais e de mangas longas.
JAMAIS se
deve ir à Missa de regatas e bermudas! Além de ser sinal de desleixo (pois
Igreja não é ambiente praiano nem barzinho), é falta de respeito para com Deus.
Algumas
observações: calça x véu
Há muitas pessoas que defendem a “tese” de que
calça comprida (jeans, social etc.) também combina com o uso do véu. Porém,
como alguém pode velar a cabeça mas não se importar em deixar o contorno do seu
corpo à mostra? A calça comprida não é vestimenta para uma mulher que realmente
quer imitar em tudo a Santíssima Virgem, pois essa peça de roupa não é
feminina, muito menos modesta. Falar isso não é ser puritano, nem mesmo
tradicionalista radical. Uma mulher que busca velar sua cabeça deve também
buscar velar o corpo, e uma calça não vela o corpo, delineia-o muito mais do
que deve[4].
O véu deve ter um significado muito maior do que
simplesmente “combinar com saia”. O uso do véu significa velar-se para Deus,
esconder-se do mundo, fazer-se como Maria. A Virgem Santíssima jamais usaria
uma calça comprida. Não entendo porque ainda as mulheres se prestam a defender
o uso dessa vestimenta como correto e bom, sendo que santos, como o Padre Pio,
criticavam-na e abominavam-na completamente.
Nossa Senhora é modelo perfeitíssimo de modéstia e
em todas suas aparições [levemos em conta aqui as aprovadas pela Igreja] ela
jamais veio trajada com calças ou roupas semelhantes, mas sempre veio com seu
lindo e longo vestido, com um manto Lhe cobrindo o vestido e o véu Lhe cobrindo
a cabeça. Nós, mulheres, devemos imitá-la nesse sentido: cobrir nosso corpo e
velarmo-nos para Deus. Devemos ter todo o cuidado de não sermos a “atração da igreja”.
Há mulheres que de tão mal vestidas tornam-se o “espetáculo” da Missa.
Lembremos sempre da figura de Maria: modesta, recatada, recolhida e absorta em
oração. Esse deve ser nosso porte dentro da igreja e durante a Santa Missa.
Considerações
finais
Em relação ao decoro e à modéstia na Casa de Deus,
devemos ser zelosos e procurar imitar e chegar o mais próximo das virtudes e da
modéstia de Nossa Senhora [para as mulheres] e de São José [para os homens].
Claro que não é a roupa em si que confere a um católico o título de “bom” ou de
“ruim”, mas todo um conjunto de práticas interiores e exteriores. Neste
sentido, podemos dizer que a veste é um pequeno detalhe, é uma exteriorização
da alma de certa forma, porém não é menos importante do que as virtudes interiores.
Tudo é um conjunto, o interior e o exterior. À medida que crescemos na Fé e nas
Virtudes Cristãs, nosso amadurecimento espiritual vai ficando evidente em nosso
exterior, na maneira de nos portarmos, agirmos e vestirmos. Portanto não há
desculpa para nos comportarmos mal ou nos vestirmos impudicamente, pois o
exterior reflete o interior.
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[1] “Devido a
condições de mercado impossíveis de alterar, as mangas curtas são toleradas,
temporariamente, com Aprovação Eclesiástica, até que a feminilidade Cristã se
volte de novo para Maria, como o modelo do Pudor no vestuário”. (Normas
Marianas: A Modéstia no Vestir – Item 2). Disponível em Fátima.org.
É também
importante ter em mente que a manga protege os movimentos dos braços, não
permitindo que as axilas, partes dos seios e/ou o sutiã sejam expostos. Por
este motivo, não se deve usar blusas que não tenham nenhum tipo de manga, como
por exemplo, regatas, blusas de alças e Cia, pois elas ferem a modéstia.
[2] Frase
dita pelo Cardeal Donatto Sbaretti em 1930: “Um vestido não pode ser chamado
decente se é cortado na largura de mais de dois dedos sob o poço da garganta,
que não cubra os braços pelo menos até os cotovelos, e mal chegue até um pouco
abaixo dos joelhos. Além disso, os vestidos de materiais transparentes são
impróprios”. A medida de dois dedos sob o poço da garganta equivale a um decote
de mais ou menos 3 cm. Já as Normas Marianas dizem o seguinte: “Os vestidos
Marianas devem cobrir completamente o busto, peito, ombros, e costas, exceção
feita à abertura do decote, desde que, abaixo da base do pescoço, essa abertura
não exceda os cinco centímetros, tanto à frente como nas costas, e outros cinco
centímetros na direção dos ombros”. (Normas Marianas: A Modéstia no Vestir –
Item 3). Disponível em Fátima.org.
[3] “Os
vestidos Marianos não acentuam excessivamente o corpo: disfarçam, em vez de
revelarem, as formas da pessoa que os usa. Um vestido Mariano deve ser uma
cobertura de modéstia, ou seja, deve estar dentro das normas marianas do Pudor
no vestuário (cf. Ponto 3) mesmo depois de se tirar o casaco, papa ou estola
(no caso de vestidos de festa)”. (Normas Marianas: A Modéstia no Vestir – Itens
6 e 7). Disponível em Fátima.org.
[4] De forma
geral, as calças compridas são feitas para delinear o corpo feminino e para
salientar as formas femininas. Os cortes modernos, especialmente os das calças
jeans, são cortes que evidenciam a sensualidade feminina, e procuram enfatizar
as partes do corpo (bumbum, quadril e coxas) que deveriam estar devidamente cobertas
e protegidas. Por este motivo, o corpo feminino fica exposto, mesmo estando
“coberto”, e isto favorece olhares impudicos e pode propiciar facilmente
ocasiões de pecado para quem lança o olhar sobre uma mulher assim trajada.
Melissa
Bergonso
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Mulher Católica
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