A Organização independente Repórteres sem Fronteiras (RSF) revelou na
quarta-feira, (20/04), que o Brasil caiu cinco posições e agora ocupa o 104º
lugar entre os 180 países onde a liberdade de imprensa é menos respeitada.
É a
quinta queda consecutiva do Brasil na Classificação Mundial de Liberdade de
Imprensa: em 2010, o país ocupava a 58ª posição. “O Brasil segue sendo um dos
países mais mortíferos da América para os jornalistas, somente atrás de México
e Honduras. Em 2015, foram 7 os jornalistas assassinados no Brasil”, recorda a
RSF.
“Uma escalada
da violência contra os jornalistas e a falta de vontade política em alto nível
para proteger eficazmente os profissionais”, são as primeiras razões
apresentadas pela RSF para explicar o péssimo desempenho do Brasil.
“No
Brasil, os principais obstáculos à liberdade de imprensa e o clima de
desconfiança em relação aos jornalistas se reforçam com a recessão econômica e
a instabilidade política”, diz a organização, cuja sede está em Paris.
Conflito
de interesse
A RSF
cita ainda a questão dos “coronéis” brasileiros, “latifundiários ou empresários
que, às vezes, são governadores, prefeitos ou parlamentares e, direta ou
indiretamente, possuem um ou vários meios de comunicação que dominam o
território”.
Como
consequência desta realidade, "os meios de comunicação têm uma grande
dependência dos centros de poder”, denuncia.
Impeachment
Como
exemplo deste fenômeno, a RSF aponta a cobertura da crise política em que os
principais meios de comunicação, “convidaram a sua audiência, de maneira pouco
velada, a precipitar a queda da Presidente Dilma Rousseff”.
Desta
forma – prossegue o relatório – “é difícil para os jornalistas destes
conglomerados trabalhar tranquilamente sem sofrer a influência de interesses
privados e partidários. Estes constantes conflitos de interesse prejudicam
muito a qualidade da informação difundida”, adverte a organização.
Representatividade
Por fim,
a RSF denuncia que a falta de um mecanismo nacional que projeta os jornalistas
que se encontram em perigo facilita a difusão do “clima de impunidade,
alimentado pela corrupção onipresente”.
“Todos os
jornalistas assassinados no país investigavam temas delicados como a corrupção
e o crime organizado. A impunidade prevalece na maior parte destes casos, o que
favorece a multiplicação das agressões”.
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News.va
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