O contexto celebrativo que estamos propondo para o
primeiro mês de 2017 contempla o discipulado, enquanto disposição de se colocar
no caminho de Jesus Cristo, fazendo-se seguidor do Mestre, nas estradas do
Evangelho e iluminado pelo Evangelho.
Quanto ao propósito de se fazer discípulo de Jesus,
muitos são os exemplos de conduta, a começar da Mãe de Jesus, que celebramos em
1º de janeiro. Maria, que além de Mãe de Deus, aprendeu a ser discípula de seu
Filho Jesus, traz para a terra a grande a grande bênção divina: a presença de
Jesus Cristo entre nós e sua participação na nossa história humana. Para se
alcançar este Mistério divino, realizado na plenitude dos tempos, somos
convidados a aprender de Maria a considerar e meditar todas as coisas em nossos
corações, condição indispensável a quem deseja, sinceramente, tornar-se
discípulo e discípula de Jesus.
Além disto, no contexto mariano da celebração de 1º
de Janeiro, gostaria de chamar sua atenção para considerar na celebração deste
1º de janeiro como momento de ação de graças especial pelo “Ano Jubilar
Mariano”.
Discipulado e missão evangelizadora
Característica forte, no discipulado, é viver e
cultivar a esperança no próprio coração. Isaias, na celebração da Epifania,
fortalece a esperança e a criatividade do povo não pela busca protetora dos
poderosos da terra, mas pela abertura ao projeto divino. É colocando-se diante
do projeto divino que brilhará a luz divina na cidade; brilhará o projeto
divino na sociedade e será capaz de atrair todos os povos da terra, iluminados
pela mensagem e realização da grande paz. A luz que ilumina o povo é a vida
divina presente no Menino e adorado pelos Reis Magos.
A profecia de Isaias é um incentivo de como ser
evangelizador. Uma proposta que vem ao encontro de uma atividade essencial do
discipulado: assumir a missão evangelizadora de iluminar a cidade com a luz da
glória divina para atrair e conduzir todos os povos e todas as pessoas ao
encontro do Senhor. Esta é uma missão que o próprio Jesus assumiu publicamente
no dia de seu Batismo. Por isso, a celebração do Batismo, e sua renovação em
cada celebração Litúrgica, é uma renovação vocacional que fortalece a missão
evangelizadora de cada batizado, no meio da sociedade.
Disposição total em função do serviço divino
Logo depois da celebração da Festa do Batismo do
Senhor, inicia-se o Tempo Comum. Também este itinerário celebrativo é iluminado
pela luz do discipulado, através do testemunho evangelizador. Do ponto de vista
vocacional, diz a Liturgia do 2DTC-A, a escolha divina sempre acontece em
função de ser luz, de iluminar a terra com a luz divina; isto não deve ser
visto como privilégio. Quem é escolhido por Deus, como Jesus Cristo, — também
naquele que se faz discípulo e discípula de Jesus — é convidado a se dispor
totalmente ao serviço divino dizendo: “eis que venho para fazer a vossa
vontade”. Mas, não se trata de um chamado feito unicamente a pessoas. Este
chamado dirige-se também à Igreja, enquanto comunidade de discípulos e
discípulas de Jesus Cristo. Isso significa celebrar o início do Tempo Comum com
a disposição de se colocar no seguimento de Jesus Cristo, o Filho de Deus,
permitindo que ele modele os corações dos celebrantes tornando-os realmente
cristãos, isto é, seguidores do Cristo de Deus. Assim, como foi o próprio
Jesus, cada celebrante poderá repetir com o salmista: “eis que venho,
faça-se em mim segundo a tua vontade”.
Um discipulado que acontece com e na alegria do
Evangelho, na proposta celebrativa do 3DTC-A. Jesus inicia sua vida pública
pregando o Reino de Deus e convidando à conversão para que todos se tornem discípulos
e discípulas do Evangelho. Para isso, é preciso eliminar toda forma de
idolatria pessoal, como aquela que estava dividindo a comunidade de Corinto. É
em tal contexto que se celebra a Eucaristia do 3DTC-A: como convite para
ingressar no discipulado. Convite acompanhado da recomendação de não parar
naqueles que se distinguem no testemunho da fé, mas alcançar a centralidade e a
essência do Evangelho que se encontra unicamente em Jesus Cristo e no seu
seguimento.
Seguimento que se ilumina de modo especial nas
Bem-aventuranças, alegremente proclamadas no 4TC-A, quando os celebrantes são
chamados a iluminar a sociedade com as Bem-aventuranças! A transformação da
sociedade não será feita pelos presunçosos, mas por um “punhado de
gente simples e humilde” (1L do 4DTC-A). É de nossas comunidades,
formada por gente pobre e simples, acolhedores das Bem-aventuranças, que
acontecerá a transformação social. Por isso, uma celebração não tanto para
explicar as Bem-aventuranças, mas para evidenciar como as Bem-aventuranças
indicam uma postura pessoal de liberdade interior a ponto de poder transformar
a sociedade e a vida interior dos celebrantes.
Conclusão
Todo o itinerário pedagógico de Janeiro 2017 é
marcado pelo discipulado. Celebrar as últimas celebrações natalinas e as
primeiras do Tempo Comum com a luz do discipulado é ajudar os celebrantes a
perceberem que o Natal os conduz ao seguimento de Jesus e ao testemunho
evangelizador, e isto acontece de modo exemplar através do discipulado.
Serginho Valle
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Serviço
de Animação Litúrgica
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