Na 3ª das Congregações Gerais do Sínodo dos
Bispos sobre a Amazônia, nesta terça-feira, 8 de outubro, os Padres sinodais
discutiram sobre a formação cristã, tanto dos leigos como dos sacerdotes, entre
os povos da Amazônia, e sobre a necessidade de novos caminhos dos ministérios.
Segundo indicou o Prefeito do Dicastério para
a Comunicação, Paolo Ruffini, durante o encontro diário com jornalistas
acreditados, nas diferentes intervenções deste dia "falou-se muito sobre a
necessidade de formação para nutrir as comunidades eclesiais".
“Formação de leigos e também de sacerdotes.
Trata-se de uma necessidade de formação inculturada”. Nesse sentido,
"destacou-se o risco de que uma formação não inculturada leve a quem sente
a vocação sacerdotal a abandonar o seminário”, pois a cultura contrasta com a
que encontram no seminário.
Muito se falou sobre o papel dos leigos,
assegurou Ruffini. “É necessário comprometer-se na formação dos fiéis leigos e
compreender qual é o papel que eles podem desempenhar na divulgação do
Evangelho. Também, segundo seus carismas, suas vocações que não são
necessariamente aquelas do ministério ordenado, mas naturalmente também se
falou do ministério ordenado, e dos novos caminhos para o ministério”.
Ruffini destacou que expressaram algumas
preocupações "como que tipo de formação os leigos poderiam receber, que
tipo de formação poderiam receber os sacerdotes, que tipo de formação poderiam
receber os novos ministros”.
“Falou-se sobre a possibilidade de diáconos
locais temporários, falou-se de como esse ministério pode acontecer a partir de
religiosos consagrados. Foi dito que não se deve cair no erro de uma resposta
meramente funcional a esse pedido de poder celebrar a Eucaristia. Seria um erro
dar uma explicação funcionalista do sacerdócio”.
Quanto à proposta de instituir "novos
ministérios, novos caminhos, enfatizou-se muito que nasce do risco de que
existam cristãos de primeira e de segunda classe, aqueles que participam na
cerimônia eucarística e podem receber a comunhão e aqueles que não”.
Portanto, “a pergunta é essa: Como levar a
Eucaristia a essas populações que não são de segunda classe? Como fazer chegar
a Palavra de Deus através da Eucaristia? Este pedido vem das comunidades que se
encontram sem guia espiritual, sem possibilidade de celebrar a Eucaristia.
Estas comunidades já propõem pessoas que ganharam o respeito por causa de sua
vida moral ao serviço dos demais que poderiam acompanhar as populações em
comunhão com a Igreja local”.
Os padres sinodais enfatizaram que, “se a
Igreja vive da Eucaristia e a Eucaristia edifica a Igreja, são muitos os povos
que reclamam a presença permanente e não só de visitantes. Estabeleceu-se a
diferença entre uma Igreja visitante e uma Igreja permanente”.
O meio de comunicação da Santa Sé, Vatican
News, também publicou um resumo da 3ª Congregação Geral, no qual se afirmou que
nas intervenções na sala sinodal se “refletiu sobre a importância de uma Igreja
de comunhão com maior inclusão de leigos, para que a sua contribuição apoie a
obra eclesial”.
“De fato, a complexidade da vida contemporânea
requer competências e conhecimentos específicos aos quais nem sempre os
sacerdotes podem oferecer todas as respostas. Por isso, diante dos numerosos
desafios da atualidade – entre os quais secularismo, indiferença religiosa,
proliferação incontrolável de igrejas pentecostais – a Igreja deve aprender a
consultar e escutar a voz do laicato”.
“Reiterando que o celibato é um grande dom do
Espírito para a Igreja, alguns Padres Sinodais solicitaram que fosse pensado na
consagração sacerdotal de alguns homens casados, os chamados ‘viri probati’,
com avaliação no tempo da validade ou não de tal experiência”.
De qualquer forma, destacou-se a importância
de uma “maior valorização da vida consagrada, e também uma forte promoção das
vocações autóctones, juntamente com a possibilidade de escolher ministros
autorizados à celebração da Eucaristia ou de ordenar diáconos permanentes que,
em forma de equipe, acompanhados por pastores, possam administrar os
Sacramentos”.
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ACI Digital
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