Nesses tempos em que é trazida a questão da
evangelização de indígenas em terras brasileiras, cabe sempre recordar que já o
fizeram de maneira verdadeiramente católica…e na Amazônia.
Padre Júlio Maria De Lombaerde é um desses
Missonários que, para a salvação das almas (não apenas dos corpos) – a fim de
dá-las a Nosso Senhor Jesus Cristo, sedento delas – sacrificou sua vida como
verdadeiro apóstolo, a partir de sua vida interior de união com o próprio Deus.
Considerava os habitantes das regiões das Missões como HUMANOS, tal como ele
mesmo, com corpo e ALMA e, portanto, com RAZÃO, capazes de compreender a
Verdade e, assim, de conversão, de conhecerem aquela pessoa de Cristo e nEle
crerem pela Graça da Fé, podendo crescer espiritualmente até à Caridade, à
união com Deus.
Dom Antônio Affonso de Miranda o nomeia como
‘O grande apóstolo da Amazônia’, comparando-o ao apóstolo São Paulo no período
da Igreja primitiva:
“Nas
infindas viagens, ora por água, ora por terra a cavalgar seu velho burro, era o
homem da prece e da atividade sem descanso. […]
Não
esmorecia ante as dificuldades insuperáveis.
Sofreu, quem sabe, a malevolência dos homens!
Mas
tinha coração aberto para perdoar.
Tinha a alma grande para calar.
Tinha fibra de herói para não desanimar.
Era
o homem de Deus.
Era
o Apóstolo.
Era
São Paulo percorrendo as plagas do Amazonas…”¹
Padre Júlio Maria foi ordenado a 13 de janeiro
de 1908. Em 1912, quando fazia um bem imenso pregando missões pela França, foi
de repente enviado para o Brasil (Amazônia), onde trabalhou 15 anos como
missionário entre os índios e caboclos.
No Norte (Macapá) fundou providencialmente a
Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, tendo sido aprovada pelo
Papa Bento XV. Tem-se desenvolvido muito essa Congregação.
Do Norte, o Padre Júlio Maria, demorando-se
algum tempo em Natal, veio para Manhumirim (Minas Gerais), em 1928. A obra que
aqui desenvolveu, com a proteção de Deus e apesar das perseguições constantes
movidas pela Maçonaria local, é uma prova palpável da divindade da sua missão.
A pedido dos Sres. Vigários, e estimulado pelo
santo Dom Carloto, primeiro Bispo de Caratinga, Padre Júlio Maria, com muito
fruto espiritual, percorreu grande parte da Diocese, pregando Missões.
“Do nada”, mas sempre abençoado por Deus e
Nossa Senhora, fundou aqui a primeira Congregação de padres missionários
genuinamente brasileira: a Congregação dos Missionários de Nossa Senhora do
Santíssimo Sacramento, bem como a das Irmãs Sacramentinas de Nossa Senhora.
Padre Júlio Maria, polemista sem par, teólogo
exímio, pregador admirável, escritor de renome, teve sempre sua pena e sua rara
inteligência a serviço da Igreja e pelo seu [jornal] “O Lutador” se fez o
“terror dos hereges”.
Mestre, pai e amigo, igual a ele nunca
existirá. Mestre do povo, pai dos pobres, amigo das crianças, era chamado por
estas como sendo o seu querido ‘vovozinho’.
Em trágico acidente de automóvel, verificado a
24 de dezembro de 1944 [estando viajando às pressas, por urgência de celebrar a
Santa Missa de Natal], sozinho, longe de seus filhos, Padre Júlio Maria morreu,
lutando ainda como passara toda a sua vida. O Brasil inteiro chorou a perda
desse grande sacerdote, brasileiro de Coração.
Nosso amado Servo de Deus está no início do
processo de beatificação e canonização: http://sacramentinos.org.br/processo-de-beatificacao/
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¹ Miranda, A. A. (2010). Pe. Júlio Maria, sua
vida e sua missão: Um Missionário à feição do Cura d’Ars. São Paulo: Palavra
& Prece.
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Via Instituto Catariniano
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