"O governo brasileiro e a Igreja Católica
andam lado a lado”, declarou durante uma coletiva aos jornalistas na embaixada
do Brasil na Itália.
Mourão disse ainda que o Sínodo tem um viés
político, apesar de ter sido convocado pela Igreja. “Fazemos política o tempo
todo. Óbvio que a questão do Sínodo tem como pano de fundo a Amazônia e alguns
dos dogmas da Igreja Católica estão em discussão. A questão da ecologia
integral é a grande discussão do século 21 e é responsabilidade do governo
brasileiro proteger a Amazônia, e de mais ninguém. Não queremos ser conhecidos
como governo motosserra ou que não defende os direitos humanos”, acenou.
Demarcação de novos territórios indígenas
Uma das principais denúncias dos índios
brasileiros durante o Sínodo da Amazônia é a paralisação na demarcação de novos
territórios indígenas. Mourão afirmou que os processos seguirão parados por
tempo indeterminado.
“O Brasil tem 14% de terras indígenas
demarcadas, é uma quantidade expressiva. A visão do presidente Bolsonaro é que
o que está demarcado tem que ser protegido. Temos muita dificuldade em proteger
e controlar aquilo que nós temos, só depois disso podemos saber se é o caso de
novas demarcações”, afirmou.
A agenda do vice-presidente no Vaticano conta
ainda com uma audiência com o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, nesta segunda-feira (14). “Não recebi nenhuma determinação do presidente
para convidar o papa a uma nova visita ao Brasil”, adiantou. Contudo, Mourão
acenou para uma possível visita de Bolsonaro à Itália em 2020 em que o
presidente poderia ser também recebido por Francisco. “É fundamental esse
encontro entre o presidente e o papa”, declarou.
O elevado número de autoridades brasileiras
que participará da missa no Vaticano tem gerado controvérsias sobre o uso
excessivo de verbas públicas. Um levantamento realizado por El País Brasil
mostrou que o gasto com diárias para servidores do Executivo, Legislativo e
Judiciário será de 186 mil reais, sem contar gastos com deslocamentos e
hospedagem.
Mourão informou que a delegação do Planalto é
constituída somente por 14 pessoas.
Itália
Na terça-feira (15), o vice-presidente
brasileiro encontrará o presidente italiano Sergio Mattarella e o premiê
Giuseppe Conte. Na agenda constam ainda reuniões com empresários de
multinacionais italianas, entre elas Pirelli e Enel.
“Tenho absoluta certeza que continuaremos com
esse trabalho de cooperação com o governo italiano para um benefício mútuo, uma
relação em que ambos tenham resultados positivos”, declarou.
Os encontros de mourão com o presidente e
premiê italianos ainda devem ser confirmados.
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RFI português do Brasil
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