O Presidente do Pontifício Conselho para a
Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, destacou que a ordenação
de diaconisas ou de viri probati, idosos de comprovada virtude, não são temas
essenciais nem na Amazônia nem na Igreja na Alemanha que prepara um
"processo sinodal" que começaria no Advento deste ano.
Em entrevista concedida em Roma à rede de
televisão EWTN TV da Alemanha, o Purpurado que participa do Sínodo da Amazônia
por ser chefe de um dicastério do Vaticano indicou que entre os Padres sinodais
existem "opiniões diferentes" sobre "temas que certamente
preocupam as pessoas".
O Purpurado de origem suíça destacou que não
considera “que estes sejam os temas importantes nem no Sínodo da Amazônia nem
na Alemanha. E olhando para a Alemanha, estas também não são as questões mais
profundas”.
Depois de assinalar que a Igreja Luterana na
Alemanha, na qual as mulheres são ordenadas, também enfrenta desafios parecidos
ou mais sérios que a Igreja Católica, o Cardeal Koch explicou que tudo “isso
mostra que, embora estes temas não possam ser deixados de lado, pois preocupam
as pessoas, tampouco são os assuntos mais profundos que precisam ser colocados,
em minha opinião, tanto aqui como na Alemanha”.
O Cardeal Koch também disse que o sucesso das igrejas pentecostais na Amazônia é um assunto importante, pois "uma
quantidade considerável" de católicos foi para elas nos últimos anos.
"É claro que existem várias razões para isso e a Igreja precisa
considerá-las", disse.
O Cardeal recordou as palavras do Papa
Francisco, que encorajou os bispos do Sínodo da Amazônia a se deixarem iluminar
pelo Espírito Santo, para que ele seja o protagonista, uma vez que o Sínodo não
tem poder de decisão, mas apenas a possibilidade de fazer propostas ao Santo
Padre que depois decidirá se vai aceitá-las ou não.
Perguntado sobre o temor que existe em alguns
de que a Igreja na Alemanha possa tomar um caminho distinto, caso suas reformas
não sejam implementadas, o Cardeal advertiu que, “se olharmos para as igrejas,
tenho que dizer que a tendência de resolver problemas fundando novas igrejas é
um fenômeno típico do mundo do protestantismo”.
Em vez disso, continuou, a forma católica está
"sob o teto do papado", mesmo que haja tensões. “É mais fácil
separar-se e fundar uma nova igreja. Considero que a aproximação católica é
mais preferível e espero que a Igreja Católica permaneça nessa forma católica
em toda a Igreja universal. A outra, na minha opinião, não tem futuro”,
assegurou o Cardeal.
Em 25 de setembro, a Conferência Episcopal
Alemã aprovou os estatutos para a criação de uma assembleia sinodal com o
Comitê de Católicos Alemães (ZdK). Este grupo, que esteve de acordo em
participar do processo sinodal se as resoluções da assembleia forem
"vinculantes", revisará e aprovará o texto aprovado pelos bispos.
O ZdK é um grupo leigo polêmico cujos líderes
promovem a mudança da moral sexual da Igreja, uma maior participação das
mulheres e a bênção dos casais homossexuais.
Na recente canonização do Cardeal inglês John
Henry Newman, o Cardeal Koch disse que o novo santo era "um buscador
apaixonado da verdade" e um incentivo importante "para reconciliar a
verdade objetiva com a espiritualidade subjetiva".
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ACI Digital
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