Nos Atos dos Apóstolos, uma das primeiras
questões que a Igreja teve de enfrentar foi a admissão de convertidos à fé
cristã (cf. Atos 15). Havia opiniões diferentes sobre se os convertidos
precisavam obedecer à lei de Moisés e ser circuncidados antes de se tornarem
cristãos.
Os primeiros bispos da Igreja reuniram-se em
Jerusalém para discutir o assunto. Uma decisão final foi tomada após muito
debate e, como resultado, os convertidos gentios não precisavam mais ser
circuncidados ou seguir vários aspectos da lei de Moisés.
Desde então, essa reunião de bispos foi
chamada de “Concílio de Jerusalém” e foi vista como um protótipo para todas as
reuniões de bispos em que as decisões tinham que ser tomadas para o benefício
da Igreja. O último desses concílios foi o Concílio Vaticano II, realizado na
década de 1960.
Mas, ao longo dos séculos, desenvolveram-se
dois tipos distintos de reuniões de líderes da Igreja: os concílios e os
sínodos.
Concílio
De acordo com a Catholic Encyclopedia, “os
concílios são assembleias legalmente convocadas de dignitários eclesiásticos e
especialistas em teologia com o objetivo de discutir e regular assuntos de
doutrina e disciplina da Igreja”.
Em particular, “Concílios Ecumênicos são
aqueles aos quais os bispos e outros com direito a voto são convocados de todo
o mundo (oikoumene) sob a presidência do Papa ou de seus legados, e cujos
decretos, tendo recebido a confirmação papal, vinculam todos os cristãos.”
Houve aproximadamente 21 concílios ecumênicos
na história da Igreja. Esses concílios não são realizados regularmente e são
convocados apenas quando há uma grande necessidade.
Um exemplo é o Primeiro Concílio de Nicéia
(325), onde o Credo Niceno foi adotado pela primeira vez, esclarecendo a crença
da Igreja sobre a natureza de Jesus Cristo. O Credo Niceno é a profissão de fé
que ainda rezamos todos os domingos na missa.
Mais recentemente, o Concílio Vaticano II
(1962-1965) foi convocado para discutir o mundo moderno e os muitos novos
desafios que a Igreja teve que enfrentar.
Os resultados dessas reuniões são vinculativos
e amplos, resolvendo questões que beneficiam a Igreja Católica.
Sínodo
Na história da Igreja, os sínodos eram
normalmente realizados localmente, em várias regiões do mundo, para lidar com
questões disciplinares locais. O Papa Paulo VI reviveu essa ideia e estabeleceu
o Sínodo dos Bispos em 1965 com o Motu Proprio Apostolica Sollicitudo.
O atual Código de Direito Canônico detalha o
propósito desse pequeno grupo de bispos que se reúne para discutir vários
tópicos.
O
Sínodo dos Bispos é a assembleia dos Bispos escolhidos das diversas regiões do
mundo, que em tempos estabelecidos se reúnem para fo- mentarem o estreitamento
da união entre o Romano Pontífice e os Bispos, para prestarem a ajuda ao mesmo
Romano Pontífice com os seus conselhos em ordem a preservar e consolidar a
incolumidade e o incremento da fé e dos costumes, a observância da disciplina
eclesiástica, e bem assim ponderar as questões atinentes à acção da Igreja no
mundo.
Além disso, “compete ao Sínodo dos Bispos
discutir acerca dos assuntos a tratar e expressar os seus desejos; não porém
dirimi-los ou fazer decretos acerca dos mesmos, a não ser que, em certos casos,
lhe tenha sido dado poder deliberativo pelo Romano Pontífice, a quem neste caso
pertence ratificar as decisões sinodais”.
Os bispos podem se reunir para discutir
questões que envolvem a Igreja Católica ou “para se ocupar de assuntos
diretamente concernentes a uma ou mais regiões determinadas”.
Houve muitas assembleias sinodais durante o
papado de João Paulo II, como a realizada em 1994 sobre “A vida consagrada e
seu papel na Igreja e no mundo”. O Papa Bento XVI também realizou sínodos,
incluindo um sobre “A Palavra de Deus na Vida e na Missão da Igreja.”
Desde João Paulo II, também houve vários
sínodos com foco em regiões locais do mundo, como América (1997), Europa (1999)
e África (2009).
Em cada situação, o grupo de bispos discutiu
assuntos específicos e fez sugestões sobre como a Igreja poderia abordar vários
problemas. No entanto, na maioria dos casos, as soluções foram focadas
principalmente em novas abordagens, em vez de em leis vinculativas.
O Sínodo se reúne em diferentes tipos de
Assembleia: em uma Assembléia Geral Ordinária, para assuntos relativos ao bem
da Igreja universal; em uma Assembléia Geral Extraordinária, para assuntos de
consideração urgente; em uma Assembléia Especial, para assuntos que envolvam
principalmente uma ou mais regiões geográficas específicas.
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Aleteia
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