quinta-feira, 21 de maio de 2015

CELAM divulga mensagem final da Assembleia 2015


MENSAGEM DA XXXV 
ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
DO CONSELHO EPISCOPAL 
LATINOAMERICANO (CELAM)

Santo Domingo (República Dominicana), 12 a 15 de maio de 2015

Aos Bispos, presbíteros, diáconos permanentes, consagrados e consagradas, leigos e leigas do povo católico que peregrina como Igreja na América Latina e Caribe:

Reunidos para celebrar a XXXV Assembleia Geral Ordinária do Conselho Episcopal Latino-americano CELAM, na cidade de Santo Domingo, nos dias 12 a 15 de maio de 2015, enviamos-lhes nossa saudação com a alegria que brota da Palavra da Vida que se manifestou a nós (Cf. 1Jo 1, 1).

A comemoração dos 50 anos do encerramento do Concílio Vaticano II, dos 60 anos de existência do CELAM, a próxima beatificação de Mons. Oscar Arnulfo Romero e dos três presbíteros missionários que deram sua vida como mártires na América Latina: Michele Tomaszek, Zbigneo Strzalkowski y Alessandro Dordi; assim como a expectativa da próxima visita do Papa Francisco ao nosso continente, constituem o contexto propício para assumir, com gratidão e esperança, os novos desafios que se apresentam às nossas Igrejas Particulares.
A experiência fraterna vivida durante esses dias nos permitiu, como discípulos-pastores, compartilhar a mesma fé e o mesmo sentimento, no firme compromisso de anunciar a Jesus Cristo vivo e misericordioso. Assim o apresenta a nossa caminhada eclesial dos últimos quatro anos e assim o testemunhamos com a disponibilidade para servir em comunhão.

Nosso coração acolheu a Palavra de Deus, e celebramos a Eucaristia, como fontes que animam toda nossa reflexão pastoral sobre a realidade e nos permitem discernir e agir em sintonia com o Plano de Deus. Recebemos essa Palavra numa nova tradução do CELAM: o Novo Testamento da “Bíblia da Igreja na América” (BIA). Ela ressoou com força e audácia, para recordarmos a urgência de animar a cultura do encontro, que evidencie a presença encarnada de Deus que é Mistério de comunhão (cf. Evangelii Gaudium 220). Essa mesma Palavra nos consola e nos faz dizer-lhes que não estão sozinhos, que caminhamos como pastores com vocês, compartilhando suas alegrias e tristezas.

Agradecemos o serviço da presidência e equipe de direção do quadriênio 2011-2015, e, com o mesmo espírito, elegemos alguns dos nossos irmãos bispos para que, com generosidade e intrepidez, assumam a tarefa de dirigir o CELAM, anunciando o Evangelho e vivendo em comunhão eclesial, durante os próximos quatro anos, 2015-2019.

Nestes dias, sentindo a fé e a oração solidária de nossas irmãs e irmãos latino-americanos e caribenhos, identificamos os grandes desafios que interpelam nosso peregrinar e os propusemos como tarefa do CELAM no novo período que se inicia. Em particular, continuaremos apoiando, com renovado esforço, a Missão Continental, e continuaremos convidando todas as Igrejas Particulares a viver uma autêntica “conversão missionária” (cf. EG 30). À luz do Concílio Vaticano II, de Aparecida e do Magistério do primeiro Papa latino-americano, queremos ser, cada vez mais, uma Igreja que, como Povo de Deus, seja missionária, misericordiosa e samaritana (cf. EG 114). Uma Igreja chamada a ser um “hospital de campanha” que acolhe e serve a todos os que a sociedade descarta e rejeita (cf. EG 195). Uma “Igreja em saída”, centrada em Cristo e descentralizada, para ir ao encontro das periferias. Uma Igreja fiel à sua missão que colabora com as pessoas de boa vontade na construção de uma sociedade mais justa e solidária. 

Expressando de forma concreta esta colaboração, acolhemos e respaldamos com esperança a criação da Rede Eclesial Panamazônica (REPAM), para responder de maneira eficaz e orgânica aos desafios da Amazônia, “fonte de vida no coração da Igreja”. Isso nos anima a “criar consciência nas Américas sobre a importância da Amazônia para toda a humanidade” (DAp 475) e a assumir juntos a responsabilidade pela missão eclesial nessa região.

Convidamos a todos para fortalecer nosso sentido de pertença ao CELAM e a valorizar ainda mais sua identidade e missão. Reconhecemos nele um verdadeiro dom de Deus e um patrimônio eclesial. A melhor maneira de agradecer por esses 60 anos de caminho é acolher o serviço de comunhão que ele promove, o magistério que oferece e as experiências pastorais que impulsiona.

Mantenhamo-nos na fecunda experiência missionária que foi suscitada pela V Conferência do Episcopado Latino-americano e Caribenho de Aparecida. Renovemos nosso empenho para levar os outros ao encontro com Jesus Cristo e acompanhemos esses processos discipulares portadores de esperança para a sociedade.

Em cada um de nossos países, a Virgem Maria acompanha e sustenta os discípulos missionários de Jesus. A Nossa Senhora de Altagracia, mãe do povo dominicano, entregamos com gratidão a vida da Igreja que nos acolheu nesses dias com tanta generosidade, e a ela confiamos também o futuro de nossas comunidades para que sejam, à semelhança dela, bem-aventuradas porque creram (cf. Lc 1, 45).

Santo Domingo, 15 de maio de 2015.


Cardeal Rubén Salazar Gómez
Arcebispo de Bogotá, Colômbia

Presidente

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