Julho inicia-se de modo
diferente, no contexto do calendário litúrgico, porque a festa de São Pedro e
São Paulo ocorre em 29 de junho e não no início de julho, como acontece neste
2016. Uma celebração para perceber o impulso evangelizador, para que o
Evangelho seja anunciado por toda a terra. Pedro e Paulo inspiram o modelo
cristão de ser evangelizador no mundo de hoje, empenhando-se com coragem e
dedicação no projeto divino. A proposta celebrativa reflete a conjunção entre
ser pregador, enquanto anunciador da Palavra, e o ser evangelizador. Ou seja, o
evangelizador não pára na pregação, mas é alguém que entre no combate para
combater o bom combate da fé evangelizando também com o testemunho das obras. É
deste modo que se torna semeador do Evangelho não só com as palavras da
pregação, mas com atitudes e com projetos que incentive as pessoas, homens e
mulheres de todas as idades, a se tornarem discípulas de Jesus Cristo.
O grande
anúncio da misericórdia
É também
no contexto do discipulado que acontece a celebração do 15DTC-C, enfatizado o
lado fraterno de quem se faz discípulo e discípula de Jesus, com a grande
pergunta do Mestre: “na tua opinião, qual dos três foi o próximo?” Tudo neste
15DTC-C fala de misericórdia, iluminando-se na fraternidade promovida pelos
discípulos de Jesus. Deus é misericordioso colocando seus mandamentos em nossos
corações, atendendo nossas súplicas e propondo o amor fraterno a quem é
assaltado nos caminhos da vida. Estamos falando da bela parábola do Bom
Samaritano. Na celebração do 15DTC-C, Jesus nos desafia a conhecer o próximo,
não com a mentalidade de doutrinas religiosas ou teologias exclusivistas, mas
através da dinâmica da misericórdia. Uma dinâmica de quem vê, se compadece e
toma atitude diante de quem está caído por terra.
A
condição para isso acontecer em nossas vidas consiste em ouvir Jesus,
escolhendo a melhor parte, como diz Jesus a Marta, referindo-se a Maria que
sentara-se para ouvir o que ele ensinava. Estamos na celebração do 16DTC-C.
Ouvir a Palavra de Jesus é escolher a melhor parte, a condição para aprender a
ser misericordioso, no caminho do discipulado.
A visita
divina, presente nas três leituras do 16DTC-C, fazem desta celebração um
momento pedagógico para ajudar os celebrantes a perceber a presença de Deus
entre nós, reconhecendo que sua visita aquece nossos corações e nos incentiva a
ser misericordiosos como o Pai. Momento de alegria, porque Deus sempre está
conosco, visitando nossas vidas, mesmo quando não o percebemos. Por isso, é
interessante considerar nesta celebração o carinho divino de querer visitar o
seu povo e, em particular, querer visitar nossas famílias. Um contexto que
indica não um Deus preocupado com a massa, com grandes números, mas com a
família, onde pode dizer sua Palavra e ser ali ouvido. Esta dedicação pessoal
de Deus também é um gesto misericordioso: a misericórdia de se fazer presente
com a força da fé.
A
importância da oração
Quando
rezardes dizei: Pai nosso... É isto que ouviremos no 17DTC-C, ressaltando assim
a importância da oração na vida cristã, na vida pessoal dos discípulos e
discípulas de Jesus. A experiência religiosa, narrada na Palavra de Deus,
apresenta a oração como necessária para a vida humana em si, em todas as suas
dimensões, e não apenas para a vida religiosa. Com Jesus aprendemos a rezar a
oração do Pai nosso comprometendo-nos com o projeto divino e com a partilha
fraterna. Por isso, uma vez que a Liturgia propõe toda uma celebração do
Mistério Pascal para ressaltar o valor da oração pessoal, nada mais coerente
que contextualizá-la na oração e no convite para que cada celebrante se faça
sinceramente orante, ou seja, alguém capaz de silenciar diante de Deus e
interceder pelo seu pão diário, pelo perdão, e pela libertação do mal.
A oração,
além do mais, tem a força de tirar-nos do contexto da vaidade, que será
proclamado no 18DTC-C, quando ouviremos a conhecida verdade: “vaidade das
vaidades, tudo é vaidade!” A 1ª leitura, proclamada no 18DTC-C, pode ser
considerada como uma crítica a quem busca sentido na vida no ganho fácil, no
lucro e na fama. Tudo passa e ninguém pode comprar o tempo de sua vida com toda
a riqueza que conseguiria amontoar no decorrer de sua existência. No caminho do
discipulado, existe a necessidade de despojar-se do homem velho para
revestir-se do homem novo (2L) em todos os sentidos. Isto vale também para o
desapego dos bens materiais e a eliminação da ganância na vida pessoal e
comunitária.
Conclusão:
a Liturgia de julho em uma frase
O convite
para evangelizar, o convite para se fazer misericordioso como o bom samaritano
ajudam os celebrantes a compreender a importância da oração na vida do
discípulo e discípula de Jesus, incentivando-os a viverem desapegados de todos
os mundanismos e de todas as vaidades.
Serginho
Valle
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Serviço de
Animação Litúrgica
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