NOTA
SOBRE A CELEBRAÇÃO DE
ILEGÍTIMA
ORDENAÇÃO EPISCOPAL
Ao Clero,
religiosos e fiéis leigos da Diocese de Nova Friburgo
Com grande tristeza tomei conhecimento da iminente
celebração de ilegítima ordenação episcopal no Mosteiro da Santa Cruz, em nossa
amada Diocese de Nova Friburgo. Afirma-se “ilegítima” porquanto será realizada
sem o necessário mandato apostólico de Sua Santidade Papa Francisco.
Sem dúvida, a gênese de tal ilegítima ordenação
episcopal tem já muitos anos. Há que recordar os grandes esforços despendidos
pelos Sumos Pontífices São João Paulo II e Bento XVI a fim de assegurar a plena
comunhão com a Igreja de todos os seguidores do Arcebispo Marcel Lefebvre.
Graças a Deus, muito se tem conseguido e os frutos são numerosos.
No entanto, como se comprova, nem todos atenderam
às súplicas e propostas generosas de diálogo e empenho pela comunhão plena.
A ilegítima ordenação episcopal ora em causa será
uma desobediência ao Papa em matéria gravíssima, num tema de importância
capital para a unidade da Igreja, a ordenação dos Bispos, mediante a qual é
mantida sacramentalmente a sucessão apostólica. Tal ato ilegítimo leva a uma
rejeição prática do Primado do Romano Pontífice, constituindo mesmo um ato
cismático, com pena de excomunhão automática prevista pelo Código de Direito
Canônico, tanto quanto ao Bispo Ordenante Richard Williamson como a quem será
ordenado Bispo. Ora, não se pode permanecer fiel rompendo o vinculo eclesial
com aquele a quem o próprio Cristo, na pessoa do Apóstolo Pedro, confiou o
ministério da unidade na sua Igreja.
Como Bispo de Nova Friburgo, cabe-me exortar a
todos os fiéis católicos para que cumpram o grave dever de permanecerem unidos
ao Papa na unidade da Igreja Católica, e de não apoiarem de modo algum essa
ilegítima ordenação episcopal e as conseqüências que dela advirão. Ninguém deve
ignorar que a adesão formal ao cisma constitui grave ofensa a Deus e comporta
excomunhão também prevista pelo Código de Direito Canônico. Portanto, os
sacerdotes e fiéis são advertidos para não apoiar o cisma, caso contrário,
incorrerão, ipso facto, na gravíssima pena de excomunhão.
Penso poder garantir em nome de todo o Clero,
religiosos e fiéis leigos ao Sucessor de Pedro Papa Francisco, o primeiro a
quem compete a tutela da unidade da Igreja, a nossa filial união e obediência,
em especial nesse doloroso momento. Para tanto, enviarei uma carta para Sua
Santidade. De qualquer forma, tal ato ilegítimo e cismático oferece a todos a
ocasião de uma profunda reflexão e um renovado empenho de fidelidade a Cristo e
a Sua Igreja.
Finalmente, supliquemos incessantemente a
intercessão da Santíssima Virgem Maria, Mãe da Igreja, a fim de que possamos
exigir-nos mais diante das palavras do próprio Cristo: Ut omnes unum sint!
Dom
Edney Gouvêa Mattoso
Bispo Diocesano de Nova Friburgo
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