O Vaticano apelou na última terça-feira aos donativos dos católicos em favor das comunidades cristãs perseguidas na Síria e Iraque, que vivem um “momento dramático”.
O pedido é apresentado pelo cardeal Leonardo
Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais (Santa Sé), na carta
aos episcopados de todo o mundo, por ocasião da coleta anual de Sexta-feira
Santa (3 de abril, em 2015).
O documento, divulgado pela sala de imprensa da
Santa Sé, é acompanhado por um relatório que descreve a aplicação dos donativos
de 2014, em particular a ajuda de emergência (cerca de 2 milhões de euros)
destinada à Síria e ao Iraque.
“Há milhões de deslocados que fogem da Síria e do
Iraque, onde o grito das armas não se cala e o caminho do diálogo e da
concórdia parece completamente perdido, ao mesmo tempo que parecem prevalecer o
ódio insensato de quem mata e o desespero desarmamento de quem perdeu tudo e
foi expulso da terra dos seus pais”, alerta o cardeal Sandri.
Segundo o responsável da Santa Sé, as comunidades
católicas têm de estar atentas a estes acontecimentos, para evitar a “fuga” dos
cristãos da Terra Santa.
“Só na unidade de espírito e na caridade fraterna
de todos os discípulos de Cristo, a Igreja, sua esposa, poderá dar testemunho
de esperança aos seus filhos que vivem todos os dias os mesmos sofrimentos do
Senhor humilhado e abandonado”, escreve.
O cardeal Sandri deixa votos de que a coleta anual
seja acolhida por parte de todas as dioceses, “para que possa crescer a
participação solidária” em favor das populações cristãs no Médio Oriente,
oferecendo-lhes “o apoio necessário”.
A Igreja Católica promove anualmente uma recolha de
donativos para as comunidades que vivem na Terra Santa e para a manutenção dos
lugares ligados à vida de Jesus e ao início do Cristianismo.
O Papa Paulo V, com o documento ‘Cœlestis Regis’,
de 22 de janeiro de 1618, foi o primeiro a determinar a finalidade desta
recolha de donativos e Bento XIV confirmou-a com o breve apostólico ‘In supremo
militantis Ecclesiæ’, de 7 de janeiro de 1746.
A preservação da memória dos chamados Lugares
Santos, que está confiada à Custódia franciscana, passa pela preservação dos
vários monumentos que assinalam a ligação dos espaços a Jesus e os apóstolos,
mas sobretudo pelo apoio às atuais comunidades cristãs – uma minoria entre
muçulmanos e judeus na Palestina e Israel – que vivem situações difíceis.
Os católicos da Terra Santa incluem comunidades de
rito latino, greco-melquita, copta, maronita, síria, caldeia e arménia.
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Agência Ecclesia
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