Como
muitos de vocês já sabem, o rito da missa atual é diferente do rito antigo. De
1570 a 1969 – ou seja, por 400 anos – toda a Igreja celebrou de acordo com o Rito
Tridentino (estabelecido no Concílio de Trento). A missa era toda rezada em
latim (exceto o sermão) e não permitia qualquer inculturação.
Durante o
papado de Paulo VI, a Igreja entendeu que era necessário reformar a
liturgia, para favorecer a participação mais ativa e piedosa dos fiéis.
Então, durante o Concílio Vaticano II, o rito da Missa foi simplificado,
conservando a sua estrutura essencial. E a língua empregada poderia ser o
idioma local, sem, contudo, deixar de lado o latim.
Alguns
leitores têm nos cobrado um artigo sobre as comparações entre Missa Nova –
aquela que celebramos atualmente – e a Missa Tridentina. Vamos começar
retomando uma mensagem que a leitora Mariele nos enviou (já faz um tempinho):
“Venho
pedir uma ajuda, sobre um assunto que está me confundindo muito a cabeça. “O
que acontece tem uns amigos meus que são católicos, e (…) vieram com a ideia de
que as Missas que participamos hoje estão todas erradas, que a Missa certa é a
Tridentina, e que o Concilio Vaticano II, está destruindo a igreja. Como aqui
na minha cidade não tem a Missa Trindentina, eles disseram que não vão mais
participar da ‘Missa Nova’. Eles estudam um monte de documentos da Igreja, e
são contra o Concilio Vaticano II. Gente, será que tem como vocês me explicarem
melhor isso?”
Os tais
amigos da Mariele estudam um monte de documentos da Igreja e se acham espertos…
Esses caras querem saber mais do que os papas? Acham que têm mais razão do que
o pastor que Cristo escolheu para guiar o Seu rebanho? Não creem na Santa
Igreja Católica, que aprovou o rito atual da Missa? Então não são católicos,
são um bando de cismáticos! Não são melhores em nada do que os filhos de
Lutero.
O fato é:
a Missa Nova é válida, e trouxe mudanças necessárias para um novo
momento histórico. Alguns pontos do rito são passíveis de discussão e podem ser
melhorados? Talvez… mas ele é válido e santificante. Quem não crê nisso não
está em comunhão com a Igreja e, portanto, não está em comunhão com Cristo.
Recentemente,
o Pe. Paulo Ricardo realizou uma aula sobre a Missa Nova.
Para falar sobre isso, pedimos a ajuda do nosso amigo David A. Conceição,
do blog Apostolado Tradição em Foco com Roma.
Fala aí
David!
*****
Por: David A. Conceição
Está
acontecendo uma polêmica sobre uma aula do Reverendíssimo Pe Paulo Ricardo
sobre a formação da Missa Nova, justamente por conta da linha de interpretação
(hermenêutica) forçada de alguns católicos que a dizem de que o rito não presta
e que deveria ser jogado no lixo.
Essa
ideia contraria o que ensina a teologia sobre a aprovação dos ritos pela
Igreja: quem nega a validade dos ritos oficiais peca mortalmente. É isso
que determina a Bula Inter Cunctas, publicada em 1418 pelo Papa Martinho
V.
Com a
reforma litúrgica, em 1969, a Igreja publicou um novo Missal (livro usado na
Missa, que define as leituras próprias do celebrante). Algumas autoridades
romanas e bispos renomados como o Cardeal Otaviani, Dom Antônio de Castro Mayer
e o Cardeal Ratzinger – futuro papa Bento XVI – tiveram restrições a esse
Missal. A crítica era em relação à retirada de pontos explícitos da Sã
Doutrina, como, por exemplo a palavra sacrifício. O Papa Paulo VI ouviu
as queixas e mandou suspender a edição de 1969 para algumas correções.
Com as
correções, em 1970, a doutrina do Sacrifício ficou devidamente explicitada no
rito, conforme podemos ver nesta oração:
“Orai
irmãos e irmãs, para que esse nosso sacrifício seja aceito por Deus Pai
Todo Poderoso”.
“Orate,
fratres, ut meum ac vestrum sacrificium [meu e vosso sacrifício]
acceptabile fiat apud Deum Patrem omnipotentem”.
A nova
edição do Missal de 1970 recuperou a essência católica da Missa Tridentina,
tendo recebido seu aval pelo então Cardeal Ratzinger. Porém, Dom Marcel Lefebvre,
arcebispo francês, continuou a se opor à reforma litúrgica; Ratzinger, então,
lhe escreveu:
“Com
efeito, o sr. acusa de novo os Livros Litúrgicos da Igreja, com uma severidade
que surpreende depois das conversas que nós tivemos. Como pode o sr. qualificar
os textos do novo missal de ‘missa ecumênica’? O sr. sabe bem que este missal
contém o venerável Cânon Romano; que as outras Orações Eucarísticas falam de
uma maneira muito clara do Sacrifício; que a maior parte dos textos provém
das tradições litúrgicas antigas. (…)
“Com
o consentimento do Santo Padre, eu posso lhe dizer ainda uma vez que toda
crítica dos livros litúrgicos não está a priori excluída, que mesmo a expressão
do desejo de uma nova revisão é possível, da maneira como o movimento litúrgico
anterior ao concílio pôde desejar e preparar a reforma. Mas isso na
condição de que a crítica não impeça e nem destrua a obediência, e que não
ponha em discussão a legitimidade da liturgia da Igreja.” - Fonte: Carta de Dom Rifan aos
bispos da Fraternidade, 30 de janeiro de 2009
Como foi
bem colocado pelo Cardeal Ratzinger, as críticas à Missa Nova podem ser
feitas e uma revisão futura pode vir a acontecer, desde que com o espírito
católico de obediência e caridade. Mas Dom Lefebvre não pensava assim. Anos
depois, ele desobedeceria frontalmente ao Papa, sendo então excomungado. Hoje,
a Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX), por ele fundada, NÃO está em plena
comunhão com a Igreja.
Alguns
fãs de Dom Lefebvre dizem que os protestantes influenciaram fortemente na
elaboração do rito da Missa Nova. Não é verdade. O fato é que durante o
Concílio Vaticano II, na Comissão da Reforma Litúrgica, seis pastores
protestantes foram convidados para estar presentes, como OUVINTES. Porém, a
distância entre o protestantismo e o rito da Nova Missa fica evidente nas
seguintes declarações de Max Thurian, um monge calvinista que participou da
citada comissão:
“Recentemente,
uma comissão litúrgica protestante recebeu a tarefa de rever as orações para a
Ceia do Senhor. Foi proposto que a segunda Oração Eucarística Católica
(inspirada na anáfora de Hipólito) deveria ser adotada. Esta proposta não teve
êxito. Pois se considerou que a doutrina implícita nesta oração não
correspondia à fé comum dos protestantes. Dois problemas, acima de tudo,
estavam no caminho da adoção desta oração: o seu caráter sacrificial foi tido
como inaceitável (“oferecemos-lhe o pão da vida e o cálice da salvação”) e a
invocação do Espírito Santo sobre o pão e o vinho implica transubstanciação. ESTE
EXEMPLO MOSTRA CLARAMENTE QUE A LITURGIA CATÓLICA CONSERVOU A DOUTRINA
TRADICIONAL DO SACRIFÍCIO EUCARÍSTICO E DA PRESENÇA REAL.” - Max Thurian, citado em La Croix
(Paris), 15 de junho de 1977
Quanto à
missa ser rezada voltada para o povo (Versus Populum), isso já era feito
antes do Concílio Vaticano II. Tanto é verdade que o papa Pio XII já
rezava assim, e também o Padre Pio, conforme demonstra o vídeo de sua última missa.
É bem
verdade que a Missa Nova é empobrecida tanto na teologia como nas rubricas; daí
a necessidade de uma “reforma da reforma” litúrgica. Pra isso, será preciso com
respeitar os resgates que o Missal de Paulo VI fez, o rito romano medieval e a
tradição que nos veio do rito galicano e incorporada ao Missal por São Gregório
e São Pio V, conforme a versão de João XXIII. É isso que foi dito na aula do Padre
Paulo Ricardo, sem mais, nem menos.
Não se
pode negar que, pelo modo como foi feito na reforma dos anos 60/70, o princípio
do desenvolvimento harmônico da liturgia NÃO foi respeitado. E hoje, este é o
rito ordinário que temos: legítimo, válido, lícito e santificante, e com
vários aspectos positivos. Rezemos e trabalhemos para a unificação das formas,
em um rito romano com os pontos positivos do novo, somados a toda aquela carga
de sacralidade, tradição, e CONTINUIDADE, que só vemos no antigo.
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O Catequista
A missa Nova surgiu como fruto das reflexões teológicas e pastorais do Concílio Vaticano II com participação de protestantes e maçons.
ResponderExcluirA partir de então, Deus deixou de ser o Centro da Missa e foi ocupado pelo homem, o padre que antes estava de frente para o altar (Deus) vira-se de frente para o homem e dá as costas à Deus! e começaram os abusos...
A Missa Nova é ambígua, equívoca, heretizante (que favorece a heresia, como as fotos acima Missa Show, Missa Carismática, Missa do Vaqueiro, Missa Afro, Missa Sertaneja, Missa de Cura e Libertação e outras heresias). A Missa Nova procura tornar tudo profano, pois ela pouco tem a ver com a Teologia da Missa tridentina.
A Nova Missa de Paulo VI, feita por maçons e pastores protestantes, é a essa nova Missa causadora de tantos abusos e escândalos aproximando-se da teologia protestante da ceia.
Essa nova Missa contribuiu tanto para a apostasia de milhares de sacerdotes, quanto para o verdadeiro êxodo de fiéis católicos para as seitas protestantes e etc.
Será isso que chamam de evangelizar? Isso é a catequese de hoje?
Se destruíres a Missa, destruireis a Igreja - são as palavras do reformador Martinho Lutero