domingo, 26 de maio de 2019

MG: "Vim do inferno", disse homem após assassinar ex-namorada, invadir uma igreja evangélica e matar outras três pessoas em Paracatu


Um homem abriu fogo em uma igreja evangélica de Paracatu, Minas Gerais, e deixou três mortos. O alvo de Rudson Aragão Guimarães foi a Igreja Batista Shalon.

Segundo a Polícia Militar do Estado, antes do crime, ele tinha acabado de esfaquear e matar a ex-namorada. Depois, ele seguiu para o templo religioso e disparou contra três pessoas, que morreram.

Uma patrulha da PM passava pelo local, reagiu a baleou o atirador, que foi encaminhado para um hospital.

No momento em que abria fogo na Igreja Batista Shalom de Paracatu, no interior de Minas Gerais, o ex-militar Rudson Aragão Guimarães, 39 anos, disse que havia "voltado do inferno" e precisava cumprir "algumas missões".

A informação foi divulgada pelo porta-voz da Polícia Militar mineira, major Flávio Santiago, com base em relatos de testemunhas que escaparam do ataque, ocorrido na noite desta terça-feira (21).

"No momento em que eles entraram (na igreja), ele tomou uma mulher como refém e disse: 'Eu vim do inferno, tenho algumas missões para cumprir' e atirou nela. Não deu nem tempo para negociação. Aí os policiais atiraram nele", explicou o major.

Gravação

Um vídeo, publicado pelo site Metrópoles, mostra o momento em que o atirador invade a igreja, antes de matar as três vítimas. As imagens mostram o momento em que o criminoso caminha em direção ao templo e arranca uma parte da grade para conseguir entrar no local. Em seguida, ele abre uma porta de correr. Nos segundos finais do vídeo, é possível ver uma mulher deixar o local, mas Rudson pede a ela para voltar.

O atirador, então, tenta fechar a porta. O material ainda será analisado pela Polícia Civil de Minas Gerais, pois o equipamento de filmagem mostra a data de 20 de abril, mas a situação foi confirmada por testemunhas.

Reação

Os policiais estavam no local por conta da denúncia do crime cometido mais cedo. Antes de ir até o templo religioso, o homem esfaqueou a ex-namorada, Heloísa Vieira, 59, na frente da família dela - a vítima foi atingida com uma facada no pescoço, chegou a ser socorrida, por volta de 19h45, mas não resistiu ao ferimento.

Segundo o major Santiago, testemunhas contaram que Rudson, assim que entrou na igreja, disparou contra o pai do pastor, Antônio Rama, que morreu no local. Em seguida, recarregou a arma e executou as fiéis identificadas como Rosangela Albernaz, 58, e Marilene Marins de Melo Neves, 57.

Os policiais que patrulhavam a região já estavam a caminho, quando ouviram os disparos. Segundo as testemunhas, o atirador proferia falas desconexas.

Rudson recebeu alta do hospital municipal, após ser atingido por um tiro na clavícula e encaminhado para um hospital da cidade, , onde tentou cometer suicídio essa semana, mesmo algemado e preso a uma maca. A vigilância teve de ser redobrada. Ele foi levado para o presídio da cidade na manhã deste sábado (25).

No momento da detenção, o atirador ainda dispunha de seis balas de munição. A polícia ainda investiga a motivação dos crimes.

Os corpos das vítimas já foram liberados do Instituto Médico Legal (IML) de Paracatu.

A primeira hipótese das investigações é de que Rudson se enfureceu por ter sido destituído da liderança da igreja. Ele teria tido um atrito com o pastor há dois meses, que resultou no seu afastamento da liderança do espaço religioso. Rudson ocupava o cargo de intercessor na igreja.

Ele auxiliava Evandro Rama a conduzir orações para os fiéis. Mas, há dois meses, depois de ser alertado de problemas pessoais do assassino, o pastor o retirou da função. Ainda tentou auxiliá-lo, mas Rudson não se mostrou interessado nos conselhos do pastor. Sendo assim, Evandro o expulsou da igreja.

Segundo fiéis, a partir desse episódio, o suspeito passou a proferir ofensas ao pastor nas redes sociais, o que deixou o pastor muito assustado.

Rudson foi autuado em flagrante pelo crime de homicídio qualificado pelas quatro vítimas. De acordo com a delegada responsável pelo caso, Thays Regina Silva, não foram constatadas provas materiais indicando um homicídio em virtude da condição de gênero da ex-companheira, o que caracterizaria um possível feminicídio.
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Com informações: Front Católico/ Em.Com Minas

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