Um mutirão de exames preventivos ginecológicos
para homens trans é realizado no Recife. A cada dia, são disponibilizadas 20
vagas para atendimentos gratuitos, que começam a partir das 13h, na Policlínica
Lessa de Andrade, localizada no bairro da Madalena, na Zona Oeste da cidade.
Além do exame preventivo do colo do útero,
feito por uma enfermeira, o mutirão conta com distribuição de preservativos,
orientações sobre como evitar Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e
conversa sobre direito sexual e reprodutivo.
Chamada #partiuprevençao, a ação é destinada a
homens trans já cadastrados no Ambulatório LGBT Patrícia Gomes, que funciona
dentro da policlínica, mas também é aberto para outros usuários residentes no
Recife que nunca tenham passado pelo serviço. Neste último caso, é preciso
agendar pelo telefone (81) 3355-7811.
Conhecida como exame Papanicolau, a citologia
oncótica é considerada uma das principais estratégias para rastrear
precocemente o câncer de colo de útero. O exame deve ser feito por todas as
pessoas com sexo biológico feminino com idade entre 24 e 65 anos, independente
da identidade de gênero.
Comentário:
A matéria trás uma informação curiosa para os
dias atuais, que é o reconhecimento da prevalência do sexo biológico como fator
determinante da saúde. "O exame deve ser feito por todas as pessoas com
sexo biológico feminino", diz o texto, destacando ser "independente
da identidade de gênero".
Talvez para alguns esse pequeno detalhe passe
despercebido, porém, ele é muito importante, por exemplo, quando se discute a
inclusão de transgêneros nos banheiros masculinos ou femininos. Ora, se o sexo
biológico é reconhecido na hora de fazer um exame, porque não pode ser na hora
de ir ao banheiro, visto que é com o mesmo órgão sexual biologicamente
adquirido que se divide "masculino" e "feminino"?
Esse pequeno fato é um exemplo objetivo do que
é tratar o mesmo assunto por perspectivas diferentes, sendo um a ciência e o
outro a ideologia. No caso da ginecologia, por se tratar do risco de câncer,
não se discute. Não importa o quanto 'eu me sinta homem', biologicamente meu
corpo é feminino e farei os exames correspondentes à essa biologia, ou não?
Mas no caso dos banheiros, ainda que os mesmos
também sejam divididos com base na biologia sexual, eles permitem que uma
narrativa se imponha, pelo viés da política e da ideologia sexual, já que não
há risco de morte iminente por se ignorar essa realidade. É a supremacia da
ilusão por conveniência.
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Opinião Crítica/ G1
Comentário: Will R.
Filho
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