Dom Antônio Augusto, bispo auxiliar do Rio de
Janeiro, publicou a sua posição quanto ao doloroso e chocante caso da menina
brasileira de 10 anos que engravidou em decorrência de violência sexual. Ela
acusou o próprio tio de tê-la violentado desde que tinha 6 anos.
O bispo, que também é médico formado pela USP,
questionou o aguerrido engajamento de movimentos pró-aborto para desestimar os
movimentos pró-vida como se a defesa da vida da menina e do bebê fosse um ato
de “insensibilidade” ao trauma do estupro. Dom Antônio definiu a pressão
pró-aborto como “ditadura da ideologia da morte”.
Ele observou que os médicos de Vitória,
capital do Espírito Santo, respeitaram “a sua profissão toda ela voltada para a
defesa da vida e alívio do sofrimento”, recusando-se a realizar o aborto. A
menina-mãe foi então levada para Recife, onde o aborto foi realizado na manhã
desta segunda, 17.
Dom Antônio Augusto, cuja mensagem foi
divulgada neste domingo, 16, no contexto da solenidade da Assunção de Nossa
Senhora, lamentou a violência contra as duas crianças e o silêncio dos poderes
executivo, legislativo e judiciário no tocante à defesa de ambas as vidas. O
bispo foi além: questionou até mesmo a omissão de membros da Igreja:
“Onde estão os bispos que dizem que querem o
povo protegido? Onde estão os padres que tanto falam dos direitos humanos e das
legítimas exigências do bem comum? Protejam essa menina. Ela já sofreu muito.
Cuidem dela, pois, embora seja uma gravidez de risco, não significa que é uma
gravidez de risco de morte. É uma gravidez que nos leva a arriscar-nos no amor
e na justiça para proteger as duas vidas. Todas as vidas importam; contudo,
importam muito mais as vidas das crianças. Nesse caso, a da mãe, de 10 anos de idade,
e a do bebê, o seu filho já com 5 meses e meio de vida”.
Parcialidade na argumentação sobre trauma
O caso foi tratado pela mídia com viés
ideológico pró-aborto, enfatizando-se que a menina tinha engravidado em
decorrência de violência sexual e que o aborto seria uma espécie de
“tratamento” do trauma do estupro.
Esta alegação não tem embasamento científico
nem moral. O aborto não apenas não “apaga” o hediondo fato do estupro, como
ainda pode acrescentar-lhe o trauma adicional do próprio aborto.
Há casos, aliás, em que a violência sexual
sofrida por mulheres que engravidaram do agressor pôde ser suavizada e superada
justamente por causa do acolhimento da vida inocente gerada nessa agressão.
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Aleteia
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