O dia 24 de julho foi uma sexta-feira como outra qualquer
para a maior parte da Cristandade, mas para o mundo muçulmano em geral, houve
um motivo especial de celebração: o islamista genocida Recep Tayyip Erdogan num
golpe genial de “mestre do mal” transformou via “decreto” a milenar catedral de
Hagia Sophia em mesquita para glória e honra de Allah, o deus que,
segundo a mais acurada tradição islâmica, incentivou muçulmanos a aniquilar
igrejas e demais templos pagãos desde os primórdios da “religião da paz”, a
qual teve crescimento assustador com uma “ajuda divina” de conquistas
territoriais à força da jihad.
Ao anunciar de forma antecipada a decisão
totalitária transformando a igreja em mesquita violando o status de “museu”
conferido pelo governo turco em 1934, Erdogan corroborou decisão da Suprema
Corte com autoridades indicadas por ele. E de nada adiantou o sultão
sanguinário tomar conhecimento da reação do Conselho de Igrejas do Oriente Médio,
que emitiu uma declaração denunciando a decisão como um ataque à liberdade
religiosa que deveria ser protegida pelas leis internacionais. A entidade
representativa se dirigiu à ONU e Liga dos Estados Árabes, ingressando com
recurso no tocante à decisão da Suprema Corte turca a fim de ser efetivada
justiça com fundamento nos princípios da liberdade religiosa, além de preservar
o simbolismo histórico representado pela igreja.
Em 31 de março de 2018, o Presidente Erdogan
discursou na catedral, oportunidade em que convidou os fiéis a recitar o
primeiro capítulo do Alcorão, Sura Al-Fatiha, como uma oração pelas “almas de todos que nos deixaram este trabalho” como herança, principalmente o
conquistador de Istambul, Fatih Sultan Mehmed".
O presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan
cumpriu sua promessa divulgada no início do mês de permitir autoritariamente as
primeiras orações muçulmanas na sexta-feira (24/07), usando taqqiya para
enganar cristãos que se importam com o simbolismo daquele templo, uma vez que o
porta-voz do governo anunciou que alguns
dos mosaicos cristãos serão cobertos com cortinas, afirmando em tom mentiroso:
“Nosso objetivo é evitar prejudicar os afrescos, ícones e arquitetura histórica
do edifício”[1]. Quando, na verdade, sabemos que a real intenção é destruir
paulatinamente as preciosidades arquitetônicas como fizeram seus antepassados
muçulmanos ao saquear o templo em 1534.
A temporária conversa fiada do governo
muçulmano de supostamente “não prejudicar a arquitetura histórica do edifício”,
não considerado-o como “igreja” se deve simplesmente ao fato de o edifício
estar listado como patrimônio histórico da humanidade tombado pela UNESCO, uma
vez que o templo é considerado uma obra-prima da arquitetura, bem como
principal modelo mundial da arquitetura cristã bizantina e testemunho único das
interações entre a Europa e Ásia ao longo dos séculos[2].
É importante frisar que a UNESCO não tombou o
edifício como “igreja” e sim como “museu”, pois seria inaceitável uma
instituição global infiel não se submeter às “demandas islâmicas seculares” de
destruição de todo e qualquer simbolismo cristão.
Dessa forma, a UNESCO emitiu nota acanhada
demonstrando inocente “lamento profundo” pela decisão da Turquia em mudar o
status da histórica Hagia Sophi” e ainda
pede “diálogo” fingindo desconhecer o histórico da sangrenta jihad que reduziu
a cinzas e pedras importantes símbolos da fé cristã no mundo árabe. Aliás, em
tempos modernos a ocupação turca no norte do Chipre em 1974 promoveu não
somente a matança de cristãos, mas um verdadeiro genocídio cultural com a
destruição de centenas de igrejas seguindo os moldes atualizados da queda de
Constantinopla. Será que o “azar” das igrejas cipriotas foi não serem tombadas
pela UNESCO?
O pronunciamento da UNESCO e risível para
muçulmanos e horrendo para cristãos orientais[3]:
A UNESCO pediu às autoridades turcas “que
iniciem o diálogo sem demora, a fim de evitar qualquer efeito prejudicial sobre
o valor universal desse patrimônio excepcional, cujo estado de conservação será
examinado pelo Comitê do Patrimônio Mundial em sua próxima sessão”.
“É importante evitar qualquer medida de
implementação, sem discussão prévia com a UNESCO, que afete o acesso físico ao
local, a estrutura dos edifícios, a propriedade móvel do local ou a
administração do local”, enfatizou Ernesto Ottone, diretor assistente da
UNESCO. Geral para a Cultura. Tais medidas podem constituir violações das
regras derivadas da Convenção do Patrimônio Mundial de 1972, alertou a agência.
Torna-se clarividente que o sultão neotomano
Erdogan mandou às favas qualquer possibilidade de “diálogo”, pois só deve
obediência a Allah e ao “selo dos profetas” Mohammad como todo bom muçulmano
ortodoxo. Adiante, mostrarei a motivação religiosa do ato abominável de intolerância
religiosa e ataque a fé cristã. Antes disso, é necessário explicar o simbolismo
da catedral Hagia Sophia para os cristãos.
O simbolismo milenar da Catedral Santa Sophia
A Igreja da Santa Sabedoria, conhecida
mundialmente como Hagia Sophia foi projetada no intuito de ser a maior Basílica
do império Bizantino e uma obra-prima da arquitetura bizantina – como reconhecida pela UNESCO – tendo sido
construída em Constantinopla por Justiniano I entre 532 e 537 d.C. Contudo, em
1453 a violenta jihad promovida pelo sultão otomano Mehmed II resultou na
invasão, saques e massacres em Constantinopla finalizando de forma cruel o
Império Bizantino.
A espada de Allah levando terror aos cristãos
em Constantinopla
O escritor Steven Rinciman descreve que cristãos
e refugiados foram transformados espólios de guerra para serem escravizados,
violentados e assassinados. A catedral foi profanada e saqueada, além do que os
invasores muçulmanos não pouparam enfermos e idosos violentamente massacrados.
Meninas e mulheres foram estupradas e os restante da população vendida como
escravos. Com esses dados não fica difícil compreender o fundamento das ações
de terror do Estado Islâmico, que se inspirou nesse fato histórico glorioso e
em tantos outros que embasam a história do expansionismo islâmico.
O articulista Mark Cartwright relata os
horrores vivenciados pelos cristãos que viviam em Constantinopla[4]:
(…) o estupro, pilhagem e destruição
começaram. Muitos habitantes da cidade cometeram suicídio, em vez de estar
sujeitos aos horrores da captura e da escravidão. Talvez 4.000 foram mortos
imediatamente e mais de 50.000 foram enviados como escravos. Muitos buscaram
refúgio em igrejas e se esconderam, inclusive dentro da Hagia Sophia , mas
esses eram alvos óbvios por seus tesouros, e depois que foram saqueados por
suas jóias e metais preciosos, os prédios e seus ícones inestimáveis foram esmagados, os cativos encolhidos massacrados. Tesouros incontáveis
de arte foram perdidos, livros foram queimados e qualquer coisa com uma
mensagem cristã foi cortada em pedaços, incluindo afrescos e mosaicos.
Neo-Otomanismo cumprindo a missão de apagar
cultura cristã
O objetivo de construir um Império Otomano
mundial para levar a sharia (lei islâmica) aos confins da terra teve início e Constantinopla
saqueada e rendida já estava prevista como capital. Um fato curioso é que não
veio a mínima ajuda aos cristãos das metrópoles europeias da época, Roma,
Veneza e Gênova[5], o que se repetiu durante o genocídio perpetrado contra
cerca de 3 milhões de cristãos armênios, assírios e gregos entre 1914 e 1923,
mostrando que “omissão” quanto ao socorro de cristãos assolados pelo terror
islâmico em determinados países muçulmanos não é uma novidade da presente era.
O carniceiro Mehmed II transformou a Igreja
Hagia Sophia em mesquita e o Islã tornou-se a religião oficial, porém, os
símbolos dos cristãos nas igrejas foram substituídos por símbolos islâmicos,
acontecimento este que não costuma ser ensinado nas escolas ocidentais, que
insistem em ocultar a condição de inferioridade das comunidades cristãs durante
a história do expansionismo dos impérios muçulmanos. Seria politicamente
incorreto encerrar a bela fábula de “tolerância religiosa” numa era trevosa em
que os cristãos são a minoria religiosa mais perseguida do mundo, mas a
“islamofobia” é o mito mais combatido por humanistas progressistas sob pena de
censura, reprimendas diversas e até prisão para aqueles que denunciam aspectos
violentos em partes expressivas da doutrina islâmica pleiteando reforma da
mesma para combater o extremismo, que por “coincidência” costuma ser financiado
por alguns Estados muçulmanos como Arábia Saudita e Irã, parceiros de alguns
países ocidentais.
Segundo alguns historiadores, o Império
Otomano teve um apogeu que durou um século. Contudo, durante cem anos foi
esfacelando paulatinamente até seu término por ocasião da 1ª Guerra Mundial.
Com a criação da moderna república da Turquia a capital Constantinopla teve seu
nome substituído por “Instambul” em 1930 e Hagia Sophia foi transformada em
museu no ano de 1935.
Assim, é de importância vital salientar que
para os cristãos, notadamente os ortodoxos, Hagia Sophia é uma igreja de grande
relevância, apesar de sua conversão forçada em mesquita, mas para os turcos e
muçulmanos é o símbolo da conquista muçulmana e sinal importante de uma vitória
histórica que ainda povoa a mente de multidões[6] em função da pesada carga
triunfalista religiosa que carrega. Afinal, como bem discorre o escritor Robert
Spencer o edifício representa o símbolo do domínio do Islã sobre o Cristianismo
e concomitantemente simboliza o poder do Império Otomano, tendo Erdogan
assumindo a posição de um novo Sultão Mehmed – o Conquistador – ao apagar o
monumento ao secularismo presente no museu Hagia Sophia[7].
Milhares de muçulmanos de várias
nacionalidades gritando “Allahu Akbar” (Allah é maior) comemorando a
“reconquista” de Hagia Sophia mostra que a questão envolve o ardente desejo da
busca supremacista islâmica que sobrepuja a dor do semelhante considerado “inferior”
ao comemorar com alegria os vídeos de consternação grega circulando entre a
multtidão de muçulmanos, pois a estrutura bizantina de 1500 anos sediou a
igreja ortodoxa grega.
(Na imagem acima a camisa do muçulmano retrata
lembrança da Queda de Constantinopla que resultou no extermínio covarde de
milhares de cristãos pela jihad).
Entre a multidão estavam milhares de
muçulmanos oriundos das áreas mais remotas como Anatólia e países europeus como
Alemanha, França e Áustria, que abrigam quantitativo considerável de turcos.
As massas de entusiastas acabam legitimando
consciente ou inconscientemente a “ressurreição do califado”, que é meta turca
que antecede a ascensão do déspota Erdogan ao poder.
Décadas de preparo para destruir identidade
cristã de Hagia Sophia
Em 1980, o primeiro-ministro turco Suleyman
Demirel autorizou orações muçulmanas num anexo de Hagia Sophia, de modo que ao
longo dos anos foi sendo orquestrado o processo de conversão da catedral em
mesquita. Em 2013, o então vice- ministro da Turquia Bulent Arinc em entrevista
sinalizou o futuro uso do então museu como mesquita e em 2014, o parlamento
turco tentou mudar o status de Hagia Sophia para abrigar de forma oficial a
mesquita.
A propósito, nos idos de 2016, foi noticiado
que autoridades turcas permitiram que as leituras do alcorão fossem
transmitidas a partir de Hagia Sophia em Instambul, sendo que o Diyanet[8]
nomeou um imã permanente para o prédio estendendo as duas orações diárias
realizadas para cinco orações islâmicas a fim de que o ato de afronta tivesse
mais impacto sobre a comunidade cristã[9].
Se uma igreja tombada como patrimônio
histórico da humanidade pela UNESCO não foi poupada da jihad cultural do sultão
neotomano que construiu 17 mil mesquitas nos últimos anos, mas se recusa a
autorizar a construção de novas igrejas o que pode fazer a cristandade
ocidental acreditar que as igrejas que ainda restam no país muçulmano não sejam
também transformadas em mesquitas? A omissão em relação a Hagia Sophia é um sinal
adorável de “conivência” para o supremacismo islâmico.
“Espada” garante discurso no templo pilhado
pela jihad cultural
A repulsa no tocante a agenda de diversidade e
coexistência civilizada foi evidenciada com as multidões celebrando a
profanação de um templo milenar cristão. Robert Spencer relata que diversos
objetos históricos simbolizando a conquista foram utilizados durante o
cerimonial de inauguração da “mesquita usurpadora”. Todavia, o mais
impressionante foi a imagem do imã Ali Erbas (chefe do serviço religioso)
pronunciando seu sermão segurando uma ESPADA[10], atitude simbólica reforçada
pelo recitar do verso corânico: “De fato, nós lhe demos uma conquista
clara”.
Enquanto os infiéis ocidentais não compreendem
ao certo o motivo de uma espada estar na mão de um líder muçulmano no interior
de uma igreja convertida à força em mesquita durante sermão da “religião da
paz” que se apropria do templo religioso da minoria mais perseguida do mundo,
todo muçulmano decodifica imediatamente a mensagem que espelha suposta fala
atribuída ao “apóstolo de Allah”, o profeta Maomé em sua fase beligerante na
implantação do Islã:
“Eu fui feito vitorioso pelo terror” –
(Bukhari, 55:220)
Estudiosos reconhecem que a carreira profética
do profeta do Islã foi marcada por sangue e guerra, tendo em algumas suratas do
seu livro sagrado, o Alcorão, o legado doutrinário de violência que fundamenta
violações de direitos humanos comuns em países muçulmanos, dentre as quais,
perseguição sistemática contra minorias religiosas. Spencer afirma que há mais
de cem versículos exortando os crentes a travar jihad contra os descrentes. com
os infiéis e hipócritas. Daí, vemos:
“Ó profeta, combate os incrédulos e os
hipócritas, e sê implacável para com eles”! O inferno será sua morada. Que
funesto destino! (Corão 9:73)
“Quando, no campo de batalha, enfrentardes os
que descrêem, golpeaios no pescoço. Depois, quando os tiverdes prostado,
apertai os grulhões” (Corão 47:4)
Tolerância desprezada x terror enaltecido
Apesar de haver teólogos muçulmanos que se
dedicam a formular visões que visam reformar a religião proporcionando
interpretação que possibilite a coexistência pacífica com não-muçulmanos
baseada em entendimento diversificado do princípio da ab-rogação que legitima
trechos violentos do Corão, os mesmos infelizmente não encontram respaldo no
principais centros ideológicos. Vamos a um exemplo? O presidente da renomada
União Internacional de Estudiosos Muçulmanos, Yusuf al-Qaradawi, vinculado à
Irmandade Muçulmana –considerada entidade terrorista por alguns países – vem
sendo acusado de ser figura de destaque no incitamento à violência por meio de
seus “pareceres religiosos” justificando assassinatos perpetrados por
islamistas contra outros grupos[11].
Al Qaradawi declarou que chegará o dia que
Roma será islamizada! Entretanto, o eco das ameaças islâmicas soam como
discursos de paz e tolerância.
Vaticano submisso à sharia abandona irmãos
cristãos ortodoxos
No mundo infiel suicida, ao contrário do Papa
progressista que vive defendendo o pacifismo do Islã ao arrepio da doutrina
defendida por importantes clérigos em todo mundo muçulmano – inclusive no
renomado centro ideológico Al-Azhar – mas se limitou a dizer “Meus pensamentos
vão para Instambul. Penso em Santa Sophia e estou com muita dor[12]”, o
Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa Kirill sintetizou a realidade de forma
objetiva e clara:
“Uma ameaça contra Hagia Sophia é uma ameaça
para toda a civilização cristã e, conseqüentemente, para nossa espiritualidade
e nossa história”
Todavia, de nada adiantará o alerta do
Patriarca Kirill e de outros poucos corajosos líderes religiosos, vez que a
ordem geopolítica global importa em
submissão aos comandos de supremacia ditados pela sharia e as lideranças
cristãs mundiais estão muito ocupadas defendendo seus interesses locais.
A espada desembainhada
Esquecem os omissos que a espada que
“discursa” triunfante e impunemente no
espaço usurpado da extinta Igreja da Santa Sabedoria alcançará todo cristão que
abandonou a “igreja perseguida” por repousar na comodidade da profana covardia.
*Andréa Fernandes – advogada, jornalista,
internacionalista, presidente da ONG Ecoando a Voz dos Mártires e líder do
Movimento Nacional pelo Reconhecimento do Genocídio de cristãos no Oriente
Médio.
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Por Andréa Fernandes*
Imagens: Ahwal News
[8] Superintendência para Assuntos Religiosos.
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Ecoando a Voz dos Mártires
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