A liberdade de
expressão e a liberdade de religião são direitos fundamentais, disse o Papa
Francisco nesta quinta-feira, 15, ressaltando que não se pode matar em nome de
Deus nem ofender a religião dos outros. Em entrevista aos jornalistas no voo do
Sri Lanka rumo às Filipinas, ele se referiu aos atentados em Paris na semana passada.
Perguntado sobre
o tema por um jornalista francês, Francisco destacou que a liberdade de
expressão é um direito fundamental, mas, da mesma forma, é um direito
fundamental aquele de uma fé não ser ridicularizada. Ele disse que assim como é
uma “aberração” matar em nome de Deus, erra também quem chega a ofender uma
religião levantando a bandeira do direito a dizer aquilo que se quer.
O Santo Padre
reconheceu que não se pode reagir com violência a uma afronta, mas também não
se pode provocar. “Não se pode insultar a fé dos outros, porque há um limite,
aquele da dignidade que cada religião possui”.
Francisco
defendeu que o uso da liberdade não justifica o gesto de ofender. “É verdade
que não se pode reagir violentamente, mas se o doutor Gasbarri [organizador das
viagens pontifícias, que se encontra normalmente junto do Papa], que é um
amigo, ofender a minha mãe, vai levar um murro”, brincou o Pontífice.
Preocupação
com o Meio Ambiente
O Papa Francisco
também falou com os jornalistas sobre sua próxima encíclica, que abordará
questões relacionadas ao meio ambiente. Segundo ele, o documento deve ficar
pronto no final de março, mas publicado apenas em junho ou julho.
“Gostaria que
fosse publicada antes da Conferência sobre o clima de Paris em dezembro deste
ano, já que a Conferência do Peru me desiludiu”, disse Francisco. Ele
referiu-se “a uma falta de coragem dos líderes mundiais em tomar uma atitude
corajosa para reverter os efeitos das mudanças climáticas” na Conferência da
ONU em Lima, no final do ano passado.
Pobres
no centro da viagem às Filipinas
Sobre a segunda
etapa desta 7ª Viagem Apostólica, a ser cumprida nas Filipinas, o Papa
não hesitou quando questionado sobre o objetivo principal de sua missão: os
mais necessitados.
“Os pobres que
querem ir adiante, os pobres que sofreram com o tufão Yolanda e que ainda hoje
sofrem as consequências. Os pobres que têm fé e esperança na comemoração dos
500 anos da primeira pregação do Evangelho nas Filipinas. Também os pobres
abusados que afrontam tantas injustiças sociais, espirituais e existenciais”,
refletiu Francisco.
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Disponível em: Canção Nova
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