CARTA
AOS PARTICIPANTES
DO 11º ENCONTRO NACIONAL
DA PASTORAL DA JUVENTUDE (ENPJ).
Mestre onde moras?
Vinde e vede! (Cf. Jo 1,38-39)
Estimada Aline e meu querido Alberto, que a graça
do Jovem de Nazaré permaneça sempre com vocês, e nessa saudação quero
abraçar a todos os jovens e adultos que estão participando do XI Encontro
Nacional da Pastoral da Juventude nas benditas terras amazônicas.
É com grande alegria que me dirijo a vocês por meio
desta singela mensagem, obrigado por deixar-me participar deste grande e
bendito encontro.
Gostaria de começar dizendo que fiquei muito feliz
ao rezar e meditar a iluminação bíblica e o lema do encontro.
Essa pergunta habita no coração humano. A respeito
de tudo e em todas as circunstâncias. Atesta-o a experiência pessoal,
documenta-o a história, confirma-o o relato bíblico. O rosto da pergunta surge
no alvor das origens com aquele célebre: “Adão, onde estás? Que fizeste do
teu Irmão?”; no templo de Silo no diálogo do jovem Samuel com o sacerdote
Helí, nas proximidades do rio Jordão com dois discípulos de João a Jesus
de Nazaré: “Mestre, onde moras”? Jo 1, 35-42.
Também, hoje, a pergunta bate “à porta” da nossa
consciência: Que queres da vida? Que sentido dás ao tempo? Como geres o
instante no todo na tua história pessoal? Tens presente o teu futuro
definitivo?
E o teu contributo para o bem de todos? Cada um de
nós saberá continuar a lista sem dificuldade.
Toda a pergunta tem resposta. “Vinde e vede”, a
resposta de Jesus fica como modelo e pedagogia para todos os peregrinos da
verdade. Eles vão e ficam na sua companhia. Deixam-se “moldar” pelo modo de ser
do Mestre. Mais tarde serão enviados em missão. E, como outrora, também
agora, somos convidados a conviver com Ele, a partilhar a sua vida, a
acolher o seu olhar penetrante, a deixar-nos atrair e a “agarrar”
pela experiência gratificante que dá resposta aos anseios mais profundos
do coração humano.
Os discípulos, na companhia do Mestre, aprenderam
os modos de realizar a missão: curar doentes e alimentar famintos,
partilhar e viver na alegria sincera, deixar-se conduzir pelo amor universal e
generoso, que Deus nos tem, acolher os mais débeis e afastados das fontes
da vida. E partem pelos “quatro cantos da Terra” a anunciar a vocação
sublime de todo o ser humano, a apreciar e a cuidar a dignidade do seu corpo
(toda a sua pessoa), a construir relações na base da regra de ouro “tudo o
que queres para ti, fá-lo aos outros”, a reconhecer que só a civilização
do amor manifesta, o melhor possível, a convivência sustentada em
sociedade e redimensionada na cultura, a vocação de toda a humanidade.
Essa mesma vocação que nos convida a partilhar “A
vida, o pão e a utopia”. De que serviria dizer que somos seguidores de
Cristo se somos indiferentes às dores dos nossos irmãos? “Mostra-me tua fé sem
obras que pelas minhas obras te mostrarei a minha fé” lembra-nos o
apostolo Thiago.
Meus queridos e minhas queridas jovens, tenho muita
esperança em vocês que dão testemunho com as suas vidas desse Cristo
libertador. Esse Cristo que “olhou ao jovem com misericórdia e o amou”, a
Igreja também ama vocês e por isso os peço que não se deixem abater pelas
coisas que possam chegar a ouvir da juventude, em todo tempo histórico se
falou pejorativamente dos jovens, mas também em todo tempo foi essa mesma
juventude que dava testemunho de compromisso, fidelidade e alegria.
Nunca percam a esperança e a utopia, vocês são os
profetas da esperança, são o presente da sociedade e da nossa amada Igreja
e por sobre todo são os que podem construir uma nova Civilização do amor.
Joguem a vida por grandes ideais. Apostem em
grandes ideais, em coisas grandes; não fomos escolhidos pelo Senhor para
coisinhas pequenas, mas para coisas grandes!
Que o bom Deus abençoe sempre seus passos e seus
sonhos e que a Nossa Senhora aparecida os cubra sempre com o seu manto
sagrado.
Com minha benção apostólica.
+ Francisco
Vaticano, 21 de Janeiro – Dia de Santa
Inês – de 2015.
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