quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Níger: Boko Haram pretende «massacrar todos os cristãos», denuncia religiosa.


Uma religiosa católica que fugiu do Níger denunciou a intenção do grupo fundamentalista islâmico ‘Boko Haram’ de “massacrar todos os cristãos” deste país africano.

A denúncia da missionária, cujo nome não é revelado por uma questão de segurança, é feita através da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

Segunda esta organização humanitária, a religiosa “foi forçada a fugir, juntamente com o resto da sua congregação”, e agora estão “escondidas” em casa de uma família na capital, Niamey.

Vários ataques contra a comunidade cristã no Níger, durante vários dias da última semana, causaram pelo menos uma dezena de mortos e a destruição de diversas igrejas.

A AIS dá conta do “clima de terror “em que vivem os cristãos por causa da extrema violência que continua a verificar-se em diversas cidades do Níger.

Na sua mensagem, a religiosa descreve a “terrível violência” que irrompeu na capital e em Zinder, a segunda cidade do Níger, em resultado de uma série de manifestações por causa da publicação em diversos jornais europeus de caricaturas do Profeta Maomé.

Uma das igrejas destruídas pela vaga de ataques é a de Santa Teresa, que tinha sido edificada com o apoio da Fundação AIS e que em outubro abriu as suas portas ao culto. 

Segundo a missionária católica, “os ataques foram planeados” e deixaram a comunidade cristã profundamente inquieta, pois poucas semanas antes, no Natal, os islamitas do ‘Boko Haram’ já tinham ameaçado queimar todas as igrejas do Níger e atacar os cristãos.

No decorrer dos ataques contra igrejas e centros comunitários, “tudo foi destruído”, assegura esta religiosa, que fala em atos de violência “em grande escala”.

As igrejas “foram saqueadas, uma após a outra”, antes de serem destruídas pelo fogo.

A 21 de janeiro, o Papa recordou no Vaticano as vítimas das manifestações da violência contra cristãos no Níger e criticou quem justifica os ataques com as suas convicções religiosas.

“Não se pode fazer a guerra em nome de Deus”, declarou, durante a audiência pública semanal, perante milhares de pessoas.

“Gostaria de vos convidar a rezar em conjunto pelas vítimas das manifestações destes últimos dias no amado Níger. Foram praticadas brutalidades contra cristãos, contra crianças, contra igrejas: invoquemos ao Senhor o dom da reconciliação e da paz”, apelou.


O Papa Francisco pediu que o “sentimento religioso” nunca se torne “ocasião de violência, de opressão e de destruição”.
________________________________
Agência Ecclesia

Nenhum comentário:

Postar um comentário