Padre citou casos de corrupção em missa
e vereadores querem afastá-lo.
População defende o representante da igreja
católica e faz até carreata.
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Matéria veiculada
pela TV TEM nesta terça-feira (06) mostra até onde pode chegar os desmandos de
políticos quando veem suas imagens expostas por envolvimento em casos que, via
de regra, deveriam ser alheios às funções que ocupam. Em Pereira Barreto,
vereadores que são investigados judicialmente por manterem em seus gabinetes
supostos servidores comissionados fantasmas, querem que o padre
Max Pelarin Neto, da igreja São Francisco Xavier, seja repreendido pela diocese
de Jales por ter falado, durante missas, sobre possíveis casos de corrupção na
Câmara da cidade.
Uma moção de repúdio
assinada por nove dos 11 vereadores de Pereira Barreto foi encaminhada ao bispo
da diocese de Jales, à qual pertence a igreja católica em Pereira Barreto,
pedindo que o padre seja formalmente repreendido pelos comentários feitos
durante suas missas.
Ocorre que,
paralelamente à reclamação contra o sacerdote, os 11 vereadores, assim como 11
ex-assessores parlamentares e um diretor da Câmara são arrolados em ação movida
pelo Ministério Público de Pereira Barreto, pedindo que todos sejam condenados
pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica e peculado (desvio
de dinheiro público), por terem mantido até pouco tempo supostos funcionários
fantasmas no Legislativo.
Conforme mostra a
reportagem da TV TEM, um grupo de moradores chegou a fazer uma carreata pela
cidade, em defesa do padre, que confirma ter feito observações durante as
missas de final de ano sobre o que acontece no Legislativo, porém sem citar
nomes.
"Hoje, me
encontro com a consciência tranquila. Minha função como pastor é saber ajudar e
orientar a comunidade a tomar um posicionamento. Não incriminei ninguém, apenas
citei a corrupção em Brasília e falei sobre o caso dos assessores
fantasmas", disse à emissora de televisão.
Os comentários do
sacerdote enfurecerem a grande maioria dos parlamentares. "Fomos chamados
de desonestos, que existe corrupção na Câmara, sem ter conhecimento do que está
acontecendo. Usar um lugar de fé para falar o que foi falado, foi feito em um
local impróprio e é dessa maneira que o poder Legislativo está encarando
isso", também declarou à TV TEM o presidente da Câmara, Laerte Venâncio
Alves, do PR, partido que, no Congresso Nacional, compõe a chamada “bancada
evangélica”.
O bispo diocesano de
Jales, dom Luiz Demétrio Valetin, confirmou ter recebido a moção. No entanto,
diz que ainda não conversou com o padre de Pereira Barreto pelo fato de ele
estar em período de férias.
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AtaNews
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