quarta-feira, 15 de julho de 2015

O que fazer diante das calúnias de "ex-católicos" que se converteram ao protestantismo?


Olá, bom dia, quero saber de vocês como o católico deve se portar diante de calúnias causadas por ex-católicos, especialmente por ex-diáconos católicos que se converteram ao protestantismo? – Artur Oliveira.

Um católico ignorante é um futuro protestante!

É quase impossível respondermos à sua pergunta, sem recordarmos as palavras do Papa Bento XVI que disse:

A Igreja não perdeu nenhum fiel. Aqueles que se foram nunca foram fiéis católicos realmente. Não se pode perder o que nunca se teve. Os que deixaram a Igreja eram indecisos, curiosos ou pessoas que estavam apenas ‘cumprindo uma obrigação’ passada por seus pais ou avós. Os que vêm e vão não pertencem ao Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja na Terra. Da mesma maneira, os que são católicos mas ainda não estão na Igreja, infalivelmente chegarão ou retornarão a ela no devido tempo. A Igreja, Casa e Família de Deus, surgiu como um pequeno grupo; não importa a quantidade, e sim a qualidade dos seus filhos, como cristãos conscientes e santificados.

A partir deste ponto de vista já desmitificamos a ideia de que a Igreja perde fieis, a Igreja não perde fieis, os fieis permanecem na Igreja, são os infiéis que se perdem. No entanto, é lamentável que alguém que tenha recebido um ministério ordenado também tenha se perdido. Isto, porém, não é um acontecimento “novo” ou singular. Lembremos que Lúcifer era o anjo mais perfeito de Deus, mais bonito, inteligente, porém, seu orgulho e ambição o fizeram perder-se de tal forma que para ele não há salvação.

A resposta à sua pergunta podemos encontrar nos evangelhos, vejamos o que diz Jesus e os apóstolos sobre isso:

Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente; se te ouvir, terás ganho teu irmão. Se não te escutar, toma contigo uma ou duas pessoas, a fim de que toda a questão se resolva pela decisão de duas ou três testemunhas. Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano. (Mt 18,15-17).

O homem que assim fomenta divisões, depois de advertido uma primeira e uma segunda vez, evita-o, visto que esse tal é um perverso que, perseverando no seu pecado, se condena a si próprio. (Tito 3,10-11).

Rogo-vos, irmãos, que desconfieis daqueles que causam divisões e escândalos, apartando-se da doutrina que recebestes. Evitai-os! Esses tais não servem a Cristo nosso Senhor, mas ao próprio ventre. E com palavras adocicadas e linguagem lisonjeira enganam os corações simples. (Rm 16,17-18).

Então meu irmão, as Escrituras nos pedem para defendermos a nossa fé e com caridade e mansidão corrigirmos o irmão que incorre em pecado. Primeiro em particular, depois na presença de duas ou mais testemunhas e posteriormente diante da Igreja. Se ainda assim ele não lhe ouvir, ignore-o, abandone-o à própria sorte pois ele livremente optou perder-se, reze para que ele, quem sabe um dia, perceba que entrou em um caminho perdido e consiga encontrar o caminho de volta à Igreja do Senhor.

Porque virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas. (2Tm 4,3-4).

Padre Paulo Ricardo, muito conhecido por internautas como defensor da fé católica, foi certa vez interrogado com a seguinte pergunta: O que fazer quando os protestantes nos atacam com palavras? E respondeu o seguinte:

Eu desaconselho o debate com esses nossos irmãos protestantes quando nos visitam e atacam a Igreja Católica, porque eles são treinados para não nos ouvir. Eles são treinados para desestabilizar o católico. Eles jogam uma pergunta após a outra, e estamos respondendo mas eles não estão nos ouvindo. Eles têm uma lista de perguntas para fazer e nos desestabilizar, para colocar dúvida na nossa cabeça. Eles são treinados para não dialogar e não nos ouvir. Infelizmente esta é a realidade a respeito da maior parte dos protestantes, a não ser aqueles que são muito abertos ao diálogo. A grande maioria deles é treinada para não ouvir. Então não devemos debater com os protestantes, nem mesmo responder à primeira pergunta. Porque se tentarmos responder, estaremos fazendo o que a pessoa quer, que é nos desestabilizar. O melhor a fazer é não falar com eles sobre religião.

Então caro Artur, não entre em debate com este diácono que incorreu em heresia, querendo ou não ele como “teólogo” deve ser capaz de desestabilizar um católico leigo que possa não ter argumentos suficientes para debatê-lo. Além do mais, que adianta debater com alguém que esteja pronto para não nos ouvir? Porém, se há uma abertura de coração, uma disponibilidade para nos ouvir, para a conversão, sem críticas e com respeito, porque não respondermos? Mas não me parece ser o caso de alguém que soberbo se ache no direito de atacar a Igreja de Deus por ter simplesmente recebido um ministério ordenado em Sua Igreja. Deus certamente deverá lhe pedir as contas pois “a quem mais foi dado, mais será cobrado”, diz Jesus.

“O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, dele mais se há de exigir” (Lc 12,47-48).

Feito o que devíamos fazer, rezemos pela sua alma e o entreguemos nas mãos de Deus.

Agradecemos o seu contato, paz e bem!


Att. iCatólica.

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