Olá, bom dia,
quero saber de vocês como o católico deve se portar diante de calúnias causadas
por ex-católicos, especialmente por ex-diáconos católicos que se converteram ao
protestantismo? – Artur Oliveira.
Um católico ignorante é um futuro protestante!
É quase impossível respondermos à sua pergunta, sem
recordarmos as palavras do Papa Bento XVI que disse:
A Igreja
não perdeu nenhum fiel. Aqueles que se foram nunca foram fiéis católicos
realmente. Não se pode perder o que nunca se teve. Os que deixaram a Igreja
eram indecisos, curiosos ou pessoas que estavam apenas ‘cumprindo uma
obrigação’ passada por seus pais ou avós. Os que vêm e vão não pertencem ao
Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja na Terra. Da mesma maneira, os que são
católicos mas ainda não estão na Igreja, infalivelmente chegarão ou retornarão
a ela no devido tempo. A Igreja, Casa e Família de Deus, surgiu como um pequeno
grupo; não importa a quantidade, e sim a qualidade dos seus filhos, como
cristãos conscientes e santificados.
A partir deste ponto de vista já desmitificamos a
ideia de que a Igreja perde fieis, a Igreja não perde fieis, os fieis permanecem
na Igreja, são os infiéis que se perdem. No entanto, é lamentável que alguém
que tenha recebido um ministério ordenado também tenha se perdido. Isto, porém,
não é um acontecimento “novo” ou singular. Lembremos que Lúcifer era o anjo
mais perfeito de Deus, mais bonito, inteligente, porém, seu orgulho e ambição o
fizeram perder-se de tal forma que para ele não há salvação.
A resposta à sua pergunta podemos encontrar nos
evangelhos, vejamos o que diz Jesus e os apóstolos sobre isso:
Se teu
irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente; se te
ouvir, terás ganho teu irmão. Se não te escutar, toma contigo uma ou duas
pessoas, a fim de que toda a questão se resolva pela decisão de duas ou três
testemunhas. Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a
Igreja, seja ele para ti como um pagão e
um publicano. (Mt 18,15-17).
O homem
que assim fomenta divisões, depois de advertido uma primeira e uma segunda vez,
evita-o, visto que esse tal é um
perverso que, perseverando no seu pecado, se condena a si próprio. (Tito
3,10-11).
Rogo-vos,
irmãos, que desconfieis daqueles que causam divisões e escândalos, apartando-se
da doutrina que recebestes. Evitai-os!
Esses tais não servem a Cristo nosso Senhor, mas ao próprio ventre. E com
palavras adocicadas e linguagem lisonjeira enganam os corações simples. (Rm
16,17-18).
Então meu irmão, as Escrituras nos pedem para
defendermos a nossa fé e com caridade e mansidão corrigirmos o irmão que
incorre em pecado. Primeiro em particular, depois na presença de duas ou mais
testemunhas e posteriormente diante da Igreja. Se ainda assim ele não lhe
ouvir, ignore-o, abandone-o à própria sorte pois ele livremente optou
perder-se, reze para que ele, quem sabe um dia, perceba que entrou em um
caminho perdido e consiga encontrar o caminho de volta à Igreja do Senhor.
Porque
virá tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação.
Levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão
mestres para si. Apartarão os ouvidos da verdade e se atirarão às fábulas. (2Tm
4,3-4).
Padre Paulo Ricardo, muito conhecido por
internautas como defensor da fé católica, foi certa vez interrogado com a
seguinte pergunta: O que fazer quando os
protestantes nos atacam com palavras? E respondeu o seguinte:
Eu
desaconselho o debate com esses nossos irmãos protestantes quando nos visitam e
atacam a Igreja Católica, porque eles são treinados para não nos ouvir. Eles
são treinados para desestabilizar o católico. Eles jogam uma pergunta após a
outra, e estamos respondendo mas eles não estão nos ouvindo. Eles têm uma lista
de perguntas para fazer e nos desestabilizar, para colocar dúvida na nossa cabeça.
Eles são treinados para não dialogar e não nos ouvir. Infelizmente esta é a
realidade a respeito da maior parte dos protestantes, a não ser aqueles que são
muito abertos ao diálogo. A grande maioria deles é treinada para não ouvir.
Então não devemos debater com os protestantes, nem mesmo responder à primeira
pergunta. Porque se tentarmos responder, estaremos fazendo o que a pessoa quer,
que é nos desestabilizar. O melhor a fazer é não falar com eles sobre religião.
Então caro Artur, não entre em debate com este diácono
que incorreu em heresia, querendo ou não ele como “teólogo” deve ser capaz de
desestabilizar um católico leigo que possa não ter argumentos suficientes para
debatê-lo. Além do mais, que adianta debater com alguém que esteja pronto para
não nos ouvir? Porém, se há uma abertura de coração, uma disponibilidade para
nos ouvir, para a conversão, sem críticas e com respeito, porque não
respondermos? Mas não me parece ser o caso de alguém que soberbo se ache no
direito de atacar a Igreja de Deus por ter simplesmente recebido um ministério
ordenado em Sua Igreja. Deus certamente deverá lhe pedir as contas pois “a quem
mais foi dado, mais será cobrado”, diz Jesus.
“O servo
que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe
desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando a
vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos
golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a
alguém, dele mais se há de exigir” (Lc 12,47-48).
Feito o que devíamos fazer, rezemos pela sua alma e
o entreguemos nas mãos de Deus.
Agradecemos o seu contato, paz e bem!
Att. iCatólica.
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