No momento da
troca dos presentes, Evo Morales entregou ao papa uma casula e um singularíssimo Crucificado, no qual o eixo vertical da cruz é a alça do martelo, junto com uma foice.
O presidente Morales
também colocou em volta do pescoço do papa uma honraria cuja placa reproduzia a
mesma imagem do Crucificado sobre a foice e o martelo. O Papa Francisco,
que quase imediatamente tirou o colar, respondeu com presentes muito mais
consoantes: uma reprodução do ícone "Salus Populi Romani"
e cópias em espanhol da encíclica Laudato si' e
da exortação apostólica Evangelii gaudium.
"O Papa
Francisco – informou depois o porta-voz, padre Federico
Lombardi – não manifestou nenhuma reação particular ao presidente do
presidente Morales." O jesuíta também relatou que o
crucifixo colocado sobre a foice e o martelo está ligado à memória do padre Luis
Espinal, seu coirmão espanhol morto em 1980, em La Paz, depois
de um sequestro.
O religioso
trucidado durante a famigerada "Operação Condor"
tinha desenhado Jesus na cruz sobre uma foice e o martelo para testemunhar que
o Evangelho fala, acima de tudo, aos pobres e aos desesperados da terra, como
os mineiros bolivianos naqueles anos de violência e de exploração do país por
parte dos latifundiários fascistas que, nos anos 1970 e 1980, governavam o país
através dos militares (e com o apoio da CIA, que, aliás, como
se soube depois, encomendou aos bolivianos o assassinato de Ernesto Che
Guevara em 1967).
Ao lado dos
mineiros em greve da Bolívia e das suas famílias que ficam sem
qualquer apoio, o padre Espinal se posicionou contra as
indicações das autoridades. E, por isso, foi morto. O papa, nessa quarta-feira,
disse com palavras inequívocas: "O nosso irmão – afirmou Francisco
no lugar do assassinato – foi vítima de interesses que não queriam que se
lutasse pela liberdade: ele pregava o Evangelho, e esse Evangelho incomodava, e
por isso o mataram".
Também na Bolívia,
apesar disso, o presente de Morales provocou reações na
oposição, cujos representantes definiram como "vergonhoso" o gesto de
Evo Morales.
_________________________________
Por: Salvatore Izzo
Fonte: Il Sismografo
Tradução: Moisés Sbardelotto
Disponível em: Instituto Humanitas Unisinos
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQuando esse papa duvidoso aceitou receber do comunista Evo Morales uma imagem de Jesus crucificado no símbolo maior do ateísmo - a foice e o martelo - eu percebi o quanto a Igreja Católica já tinha sido absorvida pelo inferno.
ResponderExcluirEsse documentário de 2008 - A História Soviética - precisa ser amplamente divulgado. Isso é o comunismo. Desnecessário dizer que a esquerda o abomina.
https://www.youtube.com/watch?v=s3rr2ncqN5o