quarta-feira, 15 de julho de 2015

Homilética: 16º Domingo Comum - Ano B: "Como deve ser o pastor?"


A liturgia do 16º Domingo do Tempo Comum dá-nos conta do amor e da solicitude de Deus pelas “ovelhas sem pastor”. Esse amor e essa solicitude traduzem-se, naturalmente, na oferta de vida nova e plena que Deus faz a todos os homens.

Na primeira leitura, pela voz do profeta Jeremias, o Senhor condena os pastores indignos que usam o “rebanho” para satisfazer os seus próprios projetos pessoais; e, paralelamente, Deus anuncia que vai, Ele próprio, tomar conta do seu “rebanho”, assegurando-lhe a fecundidade e a vida em abundância, a paz, a tranquilidade e a salvação.

O Evangelho (Mc 6, 30-34) mostra a preocupação de Jesus pelos seus discípulos, cansados depois de uma missão apostólica pelas cidades e aldeias vizinhas. “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansai um pouco’’, diz-lhes. E explica o Evangelista Marcos que eram tantos os que iam e vinham que não tinham tempo para comer. Então foram, numa barca, retiraram-se à parte, a um lugar deserto.

Vinde… e descansai um pouco, diz-nos o Mestre. No descanso, longe de centrarmos a atenção no nosso eu, também devemos procurar Cristo, porque o Amor não conhece férias. “ Em qualquer lugar para onde o homem se dirija, se não se apoia em Deus, sempre achará dor, adverte-nos Santo Agostinho: ao menos a dor de termos deixado o Senhor de lado.

Às vezes muitos cristãos deixam sua vida espiritual de lado ao escolherem, imprudentemente, lugares de férias onde o ambiente moral se degradou de tal modo que um bom cristão não pode frequentá-los, se deseja ser coerente.

Na segunda leitura, Paulo fala aos cristãos da cidade de Éfeso da solicitude de Deus pelo seu Povo. Essa solicitude manifestou-se na entrega de Cristo, que deu a todos os homens, sem exceção, a possibilidade de integrarem a família de Deus. Reunidos na família de Deus, os discípulos de Jesus são agora irmãos, unidos pelo amor. Tudo o que é barreira, divisão, inimizade, ficou definitivamente superado.

Hoje é bom nos perguntar como estamos vivendo a nossa vocação de “pastor”, pois todos nós temos esta missão em certo sentido. Pastores são os pais de família para com os seus filhos; quais alimentos lhes dão: carinho, diálogo, conselho, exemplo? Pastores, como nos faz lembrar o Antigo Testamento, também são os governantes, que governam o povo em representação de Deus... Porém, têm consciência disto alguns dos nossos governantes que exploram as ovelhas, humilham-nas, procurando só o lucro? Pastores são também os nossos professores e mestres com os seus alunos e discípulos; em quais pastagens os conduzem: à verdade científica, filosófica e teologia? Pastores são também os responsáveis dos diversos movimentos eclesiais para com os seus irmãos; aonde querem dirigi-los: ao seu próprio “gueto” fechado e fanático ou a um discernimento profético das necessidades mais urgentes da Igreja? Pastores são os sacerdotes ao serviço das suas paróquias; como tratamos as ovelhas que são de Cristo e que Ele nos encarregou: paternalismo ou paternidade; autoritarismo ou autoridade, respeitando os talentos e ajudando-os a colocar ao serviço da paróquia? Pastores são os bispos nas suas dioceses. Pastor é o Papa ao serviço da Igreja universal. O Papa Francisco nos pede a todos cuidar-nos da “cultura e da globalização da indiferença”, que não vê as necessidades de tantas ovelhas que estão se perdendo e desorientadas e feridas e com fome. E aos pastores da Igreja- bispos e sacerdotes- pede-nos fugir do desejo de fazer carreira e a preocupação do lucro no serviço que prestamos ao nosso povo, como pastores.
COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS

Textos: Jr 23, 1-6; Ef 2, 13-18; Mc 6, 30-34

Caros irmãos, na primeira leitura, Jeremias denuncia fortemente, para o bem de Deus, os maus pastores e líderes religiosos do seu povo. Não lhes interessa realmente o povo; mais ainda, dispersam o rebanho, exploram e se preocupam pouco com ele. Às vezes é o povo que reclama dos maus pastores. Esta vez é o próprio Deus que reclama deles. Mas os profetas nunca denunciaram sem a esperança de um anúncio. O anúncio de Jeremias é a vinda do Bom Pastor, cheio de justiça e compaixão pelo seu povo. Quem foi esse Bom Pastor, senão Jesus? 

O Evangelho deste domingo nos recorda que, depois da experiência da missão, os Apóstolos voltaram felizes, mas também cansados. E Jesus deseja dar a eles um pouco de descanso; então, retira-se com eles para um lugar deserto, a fim de que possam repousar.  O texto ressalta: “Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo que não tinham tempo nem para comer. Então foram sozinhos, de barco, para um lugar deserto e afastado. Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles. Saindo de todas as cidades, correram a pé, e chegaram lá antes deles. Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas” (Mc 6,31-34).

Este texto evangélico nos mostra uma cena simples, mas bem sugestiva, que nos faz voltar a atenção para a figura do pastor.  Inicialmente, Jesus convida seus discípulos a separar-se da multidão, do seu trabalho, para se retirar com ele a “um lugar deserto”. Ele convida os seus discípulos para um lugar solitário para um descanso e também para oração. O deserto, em muitas páginas da Sagrada Escritura, é apresentado como o local onde Deus fala ao seu povo.  Com isto, Jesus também ensina aos seus discípulos sobre a necessidade de fazer um equilíbrio entre a ação e a contemplação, passar do contato com as pessoas ao diálogo secreto e regenerador consigo mesmo e com Deus.

A vida de apostolado deve ter, periodicamente, momentos para uma necessária revisão de vida, para estabelecer novos planos e para alimentar as forças espirituais na oração e na comunhão fraterna.  Ao lado do trabalho missionário, é indispensável o recolhimento e a meditação. Esta é a razão dos retiros espirituais. As pessoas que se dedicam ao apostolado, além da oração e atos de piedade diários, necessitam de algum tempo especial para cuidar da própria santificação.

Não é fácil apascentar, guiar, cuidar e defender as nossas ovelhas. Umas estão doentes e cansadas. Outras são rebeldes e ariscas. Também tem ovelhas que engoliram o veneno que os falsos pastores lhes ofereceram e estão quase mortas: o veneno da teologia da prosperidade, o veneno do consumismo, o veneno do liberalismo desenfreado, o veneno de tantas ideologias que estão nos afogando, o veneno de tantos paraísos psicodélicos, o veneno da corrupção. Não só as ovelhas podem estar em situação de risco; também os mesmos pastores: estão cansados, deixaram de rezar ou rezam pouco, têm também o perigo de escutar outros assobios sibilinos e enganadores. O que fazer? O que fez Jesus e que nos narra no evangelho de hoje. Para com as ovelhas: ver, sentir compaixão e começar a pregar e ensinar. Ver como está cada ovelha. Sentir um infinito amor por elas. Curá-las. Alimentá-las com o pão da Palavra. E para os pastores Cristo recomenda descanso, isto é, retiro espiritual para rezar e repor forças. 

Todos devem ir a um lugar solitário, para estar com o Cristo e para usufruir da sua presença.  Por vezes, mergulhamos em um ativismo descontrolado e podemos perder as referências; por esta razão, devemos sempre ter o tempo e a disponibilidade para um encontro pessoal com Jesus. Estar na companhia de Jesus sempre será a maior de todas as virtudes do homem; portanto, devemos reservar um tempo para estar em unidade com Jesus, pois com ele é possível partilhar os acontecimentos da vida, do trabalho, da missão e então se reabastecer junto ao Mestre dos mestres.

Cada evangelizador, cada sacerdote, perante as múltiplas tarefas a serem realizadas, sempre estará no perigo de se deixar levar pelo ativismo e esquecer que toda a sua atuação só tem o devido valor enquanto está a serviço da sua própria fé e, sem esta fé, somos funcionários da Igreja e não portadores de Deus.  Não podemos esquecer que a obra de Deus se realiza através de nós.

Mas, observando o texto evangélico, podemos constatar que Jesus e os seus discípulos não puderam descansar o suficiente naquele dia. Com isto, nota-se que as necessidades das ovelhas estão em primeiro lugar.  Diante da multidão desorientada, Jesus sente uma profunda compaixão, pois estava ele diante das “ovelhas sem pastor” (v. 34), um sinal da sua preocupação e do seu amor para com todos. Revela a sua sensibilidade e manifesta a sua solidariedade para com aqueles que necessitam da sua atenção. Esta comoção de Jesus nos convida também a imitá-lo diante das necessidades dos outros que esperam de seus pastores um gesto de bondade, de acolhimento e de atenção: “E começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas…” (v. 34).  Pelo seu ensinamento, Jesus quer levar o povo ao conhecimento da verdade e uma vez mais se apresenta como o Bom Pastor, pronto para procurar as ovelhas perdidas e para reuni-las ao seu redor.

Hoje a Igreja, através dos seus ministros, tem uma missão importante: dar sequência a este agir do verdadeiro Pastor, Jesus Cristo.  O sacramento da ordem constitui, como presbíteros, homens frágeis e débeis, tornando-os, no meio do povo, em um outro Cristo, em um outro “Bom Pastor”. São eles os diretos colaboradores de Cristo, que também os enviou como servos do Evangelho e pede-lhes que sejam construtores de unidade e ministros de misericórdia.  Também cada batizado deve ser um autêntico evangelizador. Para isto, é necessário uma fiel participação na Eucaristia de cada domingo para ouvir os ensinamentos do Senhor. Nota-se, com isto, a importância da pausa dominical, em comunhão com o Senhor, para a recuperação constante das energias espirituais necessárias para superar as dificuldades da vida.

Todos nós somos chamados a anunciar com vigor e alegria o Evangelho, que sempre nos mostra as razões da nossa esperança (cf. 1Pd 3,15). Esta é a nossa missão, como hoje nos recordam os textos bíblicos: sermos anunciadores da palavra de Deus. Uma tarefa que é particularmente urgente para nós.  Também hoje muitos andam errantes por este mundo, como ovelhas sem pastor. A esses devemos convidá-los a fazer uma experiência de fé com o Cristo Senhor.

Os que encontraram o Senhor ressuscitado sentiram a necessidade de o anunciar aos outros, como fizeram os dois discípulos de Emaús. Eles, depois de ter reconhecido o Senhor ao partir o pão, partiram imediatamente, voltaram para Jerusalém e encontraram reunidos os onze e contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho (cf. Lc 24,33-35). Esta tarefa não perdeu a sua urgência. Aliás, “a missão de Cristo Redentor, confiada à Igreja, ainda está bem longe do seu pleno cumprimento… uma visão de conjunto da humanidade mostra que tal missão ainda está no começo e que devemos empenhar-nos com todas as forças no seu serviço” (RM, 1).

Continua, como um sempre, atual e urgente convite de Jesus Cristo formulado após a sua ressurreição e antes de subir ao Céu:  “Ide, pois, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo quanto vos tenho ordenado” (Mt 28,19).  E acrescentou: “Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo” (Mt 28,20). Este mandato confiado aos apóstolos, foi desenvolvido por muitos santos, em especial, por São Paulo, que assumiu como missão este mandato do Cristo.  Para São Paulo, somente em Cristo a humanidade pode encontrar a redenção e a esperança. Por isso, sentia urgência em anunciar a todos a promessa de uma vida nova em Jesus Cristo (cf. 2Tm 1,1), a fim de que todos os povos pudessem estar inseridos na mesma herança e tornar-se participantes da promessa por meio do Evangelho (cf. Ef 3,6). Ele estava consciente de que, desprovida de Cristo, a humanidade permanece “sem esperança e sem Deus no mundo” (Ef 2,12).

São Paulo nos faz lembrar que anunciar o Evangelho não é um título de glória, a ponto de ele mesmo dizer: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!” (1Cor 9,16). No caminho de Damasco, ele tinha experimentado e compreendido que a redenção e a missão são obras de Deus e do seu amor. O amor a Cristo levou São Paulo a percorrer inúmeras cidades e povoados para anunciar a mensagem de Salvação a todos os povos (Ef 6, 20).

Possamos também nós imitar muitos santos que souberam anunciar o Cristo Senhor e experimentaram a presença de Deus na própria vida e souberam anunciá-lo pela Palavra e pelo exemplo.  Na verdade, devemos também em oração pedir ao Senhor que suscite em muitos este apelo, pois ele mesmo disse: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, portanto, ao dono da messe para que mande trabalhadores para a sua messe” (Lc 10,2).  Que o Senhor faça aumentar o número de vocações ao sacerdócio e ao trabalho missionário atuando no campo da evangelização.

PARA REFLETIR

Se pensarmos bem, caríssimos em Cristo, tudo quanto a Igreja tem para dizer ao mundo é Jesus: ele é a Palavra viva do Pai, ele é o Salvador e a Salvação, é a ele que a Igreja dirige continuamente o olhar e o coração, para contemplá-lo, escutá-lo e nele beber das fontes da vida e da paz! Pois bem: é de Jesus que a Palavra santa hoje nos fala – de Jesus Bom Pastor!

Em Israel, pastores do povo eram seus dirigentes: reis, aristocracia, sacerdotes, escribas, profetas. Infelizmente, de modo freqüente, esses eram pastores maus e infiéis, pois não faziam o que era de se esperar de quem apascenta: não amavam o rebanho, dele não cuidavam, com ele não se preocupavam. Faziam como os políticos brasileiros de agora, esses mesmos que irão mostrar a cara lisa no programa eleitoral gratuito, enganando, mentindo e fazendo-se passar por bons, sem, no entanto, terem outra preocupação que o próprio bem-estar e os próprios poder e prestígio… Dos maus pastores, Santo Agostinho dizia que procuram somente o leite e a lã das ovelhas, sem com elas se preocuparem. O leite simboliza os bens materiais; a lã, o prestígio e os aplausos. Pobres ovelhas, o povo brasileiro, que mais uma vez serão assaltadas por cruéis ataques de pastores maus: mensaleiros, sanguessugas e gatunos de todos os níveis e especialidades. Que Deus ajude esse povo a discernir políticos de politiqueiros e os poucos preocupados com o bem comum, dos muitos ocupados com o próprio bem!

Contudo, não devemos esquecer de modo algum que os pastores do povo de Deus, que é a Igreja, são os ministros de Cristo: Bispos, padres e diáconos. A eles também o Senhor repreende neste hoje e a eles exorta a que se convertam e sejam pastores de verdade. Mas, quem é pastor de verdade na Igreja? Quem se deixa plasmar pelo verdadeiro Pastor, pelo único Pastor, aquele que é a própria justiça, a própria santidade de Deus: “Este é o nome com que o chamarão: ‘Senhor, nossa Justiça’”. Falamos de Jesus Cristo.

Ante os maus pastores da Israel, que infestaram todo o tempo do Antigo Testamento, o Senhor prometeu, da Casa de Davi, um novo pastor: “Eis que virão dias em que farei nascer um descendente de Davi; reinará e será sábio, fará valer a justiça e a retidão na terra”. Aqui Deus fala do Messias; e esse Messias é a própria presença de Deus apascentando o seu povo: “Eu reunirei o resto de minhas ovelhas de todos os países para onde forem expulsas, e as farei voltar a seus campos, e elas se reproduzirão e multiplicarão”. Eis, portanto: um messias, presença do próprio Deus, Pastor do seu povo, cuidador do seu rebanho… É precisamente assim que o evangelho de hoje nos apresenta Jesus: “Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas”. Que imagem sublime, que cena tão doce! Jesus cansado, pensando em algo tão humano, tão legítimo: um dia de descanso em companhia dos Doze. E quando chega ao local escolhido para o merecido repouso, lá estava a multidão cansada e acabrunhada, sedenta de luz, sedenta de vida, sedenta de verdes pastagens, desorientada, como ovelhas sem pastor… E Jesus, Bom Pastor, esquece de si mesmo, deixa de lado seu cansaço e, cheio de compaixão, vai cuidar das ovelhas… Por isso mesmo, ele é o Pastor por excelência, o Belo, Perfeito, Pleno Pastor! Ele ama o rebanho, preocupa-se com ele, dele se compadece e por ele vai dando, derramando, diariamente, a própria vida. Nunca se viu Jesus poupar-se, nunca se testemunhou Jesus fazendo um milagre em benefício próprio, nunca se apanhou o Senhor buscando algum favor para si. Não! Toda a sua vida foi vida vivida para o rebanho por amor ao Pai, vida dada, vida doada, entregue de modo total… até a morte e morte de cruz. Tem razão São Paulo, quando diz aos Efésios, na segunda leitura de hoje: “Agora, em Cristo, vós que outrora estáveis longe, vos tornastes próximos, pelo sangue de Cristo. Ele, de fato é a nossa paz!” Eis, caríssimos! O Bom Pastor, entregando a vida pela humanidade, nos atraiu, abrindo um novo caminho, suscitando uma nova esperança para judeus e pagãos, reunindo-os todos no seu aconchego, no seu coração de Pastor, dando-nos a paz e fazendo de nós a sua Igreja!

Igreja aqui reunida, em torno deste Altar, tu nasceste da dedicação do teu Pastor; tu és fruto da sua vida entregue amorosa e dolorosamente! O Apóstolo afirma, de modo profundo e comovente que Cristo “quis reconciliá-los, judeus e pagãos, com Deus, ambos em um só corpo, por meio da cruz; assim ele destruiu em si mesmo a inimizade”. Prestai bem atenção: na carne de Cristo, no corpo ferido de Cristo, na vida dilacerada de Cristo, deu-se a nossa paz! – Ó Senhor Jesus, que tu mesmo, de corpo e alma, de sonho e de dor és o nosso repouso, és nossa segurança! Tu mesmo és a nossa paz! E quão alto foi o preço dessa paz! E tudo isso para que, no teu Santo Espírito, tivéssemos acesso Àquele a quem tu chamas de Pai, fonte de toda vida!

Caríssimos, tanto para nós, pastores, quanto para vós, ovelhas, o exemplo de Cristo é motivo de questionamento e chamado à conversão. Para nós, pastores, é forte apelo a que sejamos como ele, sejamos presença dele no meio do rebanho, tendo seus sentimentos, suas atitudes, participando de sua entrega total. Pastores que não apascentam em Cristo, que não vivem a vida de Cristo na carne de sua vida, não são pastores de fato; são maus pastores, ladrões e salteadores, como aqueles do Antigo Testamento. E para vós, ovelhas, que apelos o Bom Pastor hoje vos faz? Ele que se deu todo a vós como pastor, vos convida a que vos entregueis totalmente a ele como ovelhas. Como a ovelha do Salmo da Missa de hoje, que confia totalmente no seu pastor, ainda mesmo que passe pelo vale tenebroso, porque sabe que o pastor é fiel, que o pastor haverá de defendê-la, assim também nós, ovelhas do seu pasto, confiemo-nos ao Senhor, sigamo-lo, nele coloquemos a nossa existência. E que ele, cheio de amor e misericórdia, nos conduza às campinas verdejantes, nos faça descansar, restaure nossas forças, guie-nos no caminho mais seguro, nos prepare a mesa eucarística, unja-nos com o suave óleo do seu Espírito, faça transbordar a taça da nossa exultação e nos dê habitação na sua casa pelos tempos infinitos. Amém.

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