Grande parte dos católicos já ouviu falar sobre a
Nova Era. Não se pode negar que ela provoca fascínio nas pessoas. Muitos, no
entanto, ainda se perguntam: “Afinal, o que é, realmente, a Nova Era?”.
E a pergunta é pertinente, pois não há uma
definição precisa. A Nova Era, ou “New Age”, é uma mistura de doutrinas,
crenças, esoterismo e misticismos diversos, que vem repercutindo no cenário
político, moral e educacional e se difundindo vastamente em muitas esferas da
nossa sociedade, propagada pelos meios de comunicação.
Quem crê na Nova Era acredita que o terceiro
milênio marca a transição da Era de Peixes - que, para eles, é a era cristã -
para a Era de Aquário, ou seja, uma era pós-cristã. Muitos ataques que a Igreja
sofre e toda a propagação de valores invertidos que reduzem Deus a conceitos
subjetivos de cada pessoa estão ligados à Nova Era, um fenômeno que invade
lenta e quase imperceptivelmente a vida das sociedades. As pessoas, afetadas
por essa mistura de ideias, oscilam entre a certeza e a incerteza, inclusive
(ou principalmente) no que diz respeito à sua própria identidade. Nesse quadro,
a Igreja é pintada como retrógrada, autoritária e patriarcal e tudo o que ela
já fez pela edificação cultural e moral da sociedade é rejeitado acriticamente.
As pessoas preferem olhar "para dentro de si mesmas" na tentativa de
encontrar sentido existencial, rechaçando quase de antemão a possibilidade de
uma Verdade absoluta.
A essência da Nova Era é uma livre associação de
doutrinas e atividades, sem articulação definitiva, com base na ideia de que o
cosmo é um todo orgânico, animado por uma energia divina que permeia tudo o que
existe. Acredita-se na mediação de várias entidades espirituais, mas, ao mesmo
tempo, tenta-se mostrar que o ser humano é capaz de controlar a sua vida
inclusive além da morte. O pecado não existe: haveria apenas uma consciência
imperfeita, que dissocia o ser humano do Criador e de si mesmo. Encaixa-se
neste contexto a ideologia do gênero, que dilui o próprio fato da sexualidade
biológica e apresenta a ideia de que cada um define a sua identidade sexual
independentemente da realidade física.
A Nova Era propagandeia paz, fraternidade e
liberdade misturando promessas esotéricas com valores culturais modernos e
gerando a falsa sensação de satisfação tanto das vontades espirituais quanto
das carnais. O verdadeiro cristão se opõe a esse marketing porque responde ao
convite de Cristo a olhar para fora de si próprio, vivendo o diálogo do amor com
o próximo, que é seu irmão porque é filho do mesmo Pai.
De que forma
o católico deve reagir à Nova Era?
Sabendo-se que o cristão é humano e, por natureza,
inclinado ao pecado, é natural que ele tenha incertezas e questionamentos. A
primeira atitude a adotar, portanto, é a da oração, acompanhada do
aprofundamento nos conteúdos da própria fé. A Nova Era tenta confundir a cabeça
do cristão com ideias como a de que Jesus foi apenas um homem e que, como ele,
houve muitos outros "Cristos" ao longo das eras. Mas Ele nos
pergunta: “E vós, quem dizeis que eu sou?". "Tu és o Cristo, o Filho
do Deus vivo”, responde o cristão autêntico.
A Nova Era quer doutrinar o ser humano na
auto-salvação em vez da Salvação trazida por Cristo: para ela, sequer existe
pecado, mas apenas um caminho subjetivo de "conquista da consciência
pessoal". Boa parte dos defensores da Nova Era propõe ainda que o futuro
já está escrito nas estrelas: por isso, é cada vez mais comum vermos pessoas se
apegando a horóscopos e não à Palavra de Deus. O cristão, no entanto, com seu
livre arbítrio, colabora com Deus na condução do próprio futuro, sabendo que a
Verdade não é inventada por cada um a seu gosto: a Verdade é Deus; Cristo é “o
Caminho, a Verdade e a Vida”. Como ensina São Paulo em Efésios 6, o cristão se
protege com a armadura de Deus, a fim de resistir às ciladas do inimigo.
Se somos mesmo cristãos, sabemos que Jesus prometeu
estar conosco até o fim dos tempos. Cristo estará conosco para sempre, e não
apenas durante "uma era". O cristão está pronto para o martírio e
para as perseguições, lembrando-se das palavras de Jesus: “Aquele que der
testemunho de mim diante dos homens, eu também darei testemunho dele diante do
Pai”. O cristão mantém em mente que o mundo vai tentar seduzi-lo com coisas aparentemente
grandiosas, mas espera somente em Deus, que lhe dará como herança o Reino dos
Céus.
Alam Said
Carrion Suleiman
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Fonte: A Cruz
e o Jovem.
Disponível
em: Aleteia
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