O
ano de 2017 será uma oportunidade muito peculiar e rica para a Igreja Católica
voltar seu olhar para o papel de Maria na obra redentora, na vida de Jesus e
sua singularidade em meio ao nosso povo. O Brasil celebrará os 300 anos de
encontro da pequenina imagem de Nossa Senhora da Conceição no Rio Paraíba do
Sul e que acarretou numa grande devoção a Virgem de Aparecida. Em Portugal
celebra-se os 100 anos da aparição de Nossa Senhora do Rosário em Fátima,
considerado um grande acontecimento do século XX e marcado por um forte apelo à
oração e à conversão.
Verdadeiramente
é um tempo para celebrar, comemorar e louvar a Deus, mas sobretudo, aprender
com ela a seguir Jesus Cristo (cf. Jo 2, 5) e assim assumir o papel de cristão.
Dentre
os diversos aspectos evangelizadores presentes em Maria, passo a ressaltar
alguns. Ela foi escolhida para uma grandiosa missão: ser a mãe do Filho de
Deus, Jesus. Soube responder ao forte apelo que Deus fez e ainda faz: vem,
segue-me e vai. Ela soube percorrer um caminho de fé com total confiança e
entrega ao Senhor. Por Ele ela disse sim, por Ele ela permaneceu firme até o
fim, para Ele ela soube direcionar toda sua vida para Deus. Por isso ela é
modelo único para toda vocação, pois seu chamado foi alicerçado num amor
indizível a doação aos planos de Deus.
Soube
Maria exercer um papel congregador, juntamente com os apóstolos e outras
mulheres, era assídua à oração (cf. At 2, 14). Assim, foi possível que o
impulso missionário explodisse em Pentecostes. Ela surge como Mãe da Igreja que
nasce impulsionada pelo Espírito, sem o qual nada por ser feito.
Maria
é a “estrela da evangelização” (Evangelii Nuntiandi, 82), pois ela atrai muitos
para seu Filho Jesus como ela mesmo um dia fora atraída de forma apaixonante
para um projeto de vida e pelo desejo sincero de buscar a Deus.
Nos
tempos modernos que vivemos, a figura singular de Maria nos ensina uma
liberdade total diante de Deus. Para quem tem fé obedecer a Deus é mais importante
do que aos homens, pois há um desejo interno de vida eterna. Dessa forma, Maria
se vê diante de Deus totalmente livre e amante de uma vontade que abre para uma
vivência da liberdade de acolher, de aceitar, de ir ao encontro, de acompanhar
e de amar. Por isso, Maria é mulher que escuta, decide e atua no desejo de
realizar em si a vontade do seu Senhor. Em Maria vemos uma plena sintonia entre
o seu olhar cheio de confiança, seu ouvir atento aos desígnios de Deus, o falar
cheio do discernimento e o agir pleno de força e coragem. Ela une de forma
humana e singela a fé e a vida, a promessa e o cumprimento.
Destarte,
esse ano de 2017 tendo como motivação Maria tem a nos ensinar muito, pois a
partir dela podemos compreender que as virtudes que nos ensina a fé nos
apresenta Maria como exemplo perfeito de que vale a pena dizermos também nosso
SIM ao projeto de Deus e a partir daí nascer sempre mais fiel e apaixonado
discípulo missionário de Jesus Cristo.
Pe. Geraldo
Trindade
Bacharel em
filosofia e em teologia, padre na Arquidiocese de Mariana (MG), atua na Paróquia
de Nossa Senhora de Fátima (Viçosa- MG).
Blog: Pensar Paralelo
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