O câncer é uma enfermidade que acomete pessoas
de todas as idades, gêneros e classes sociais. De acordo com o Dr. Ricardo
Borges, médico paliativista no Hospital das Clínicas da UFG/Ebserh, em Goiânia
(GO), o câncer não é uma doença única e os sintomas variam muito. “Os tipos de
câncer podem ser divididos em duas categorias: o de órgãos sólidos, como
intestino, pulmão, estômago .etc, e o hematológico, que está relacionado ao
sangue, por exemplo a leucemia e o linfoma”, explica. O médico também afirma
que é uma doença que se caracteriza pela multiplicação desordenada de células
de forma agressiva e que pode atingir diversas regiões do corpo.
Por ser uma doença agressiva e tão diversa
quando se trata dos seus sintomas. Dr. Ricardo alerta para que as pessoas não
esperem sentir algo ruim para procurar um diagnóstico médico. “É muito
importante que as pessoas façam exames regulares e de rastreio com seu médico
de confiança para detectar qualquer alteração ainda no início”, explica. O
médico também pontua que os exames de rastreio também variam de acordo com o
estágio da vida da pessoa. “O exame para detectar o câncer de colo do útero
deve ser feito com frequência logo que a mulher inicia a sua vida sexual, já o
exame de próstata é indicado para os homens a partir dos 45 anos”, afirma.
Dr. Ricardo destaca que, quando o câncer é do
tipo sólido, ou seja, que atingiu algum órgão, a pessoa pode sentir dor, já que
o órgão prejudicado tende a aumentar de tamanho. Além disso, ela pode perder
peso e ter febre sem motivo aparente. Já quando se trata do câncer
hematológico, é possível fazer o diagnóstico ao verificar alterações no
hemograma, como queda de plaquetas e também manchas pelo corpo, ínguas e
fraqueza.
Tratamento
Assim que o paciente é diagnosticado com o
câncer, o médico faz a indicação do tratamento. Segundo o Dr. Ricardo Borges,
em alguns casos é possível fazer uma cirurgia para retirar o câncer e também os
tratamentos de quimioterapia e radioterapia. Tudo depende do tipo de câncer e
do estágio em que a pessoa foi diagnosticada. “A quimioterapia é um tratamento
agressivo, pois ela foca em matar todas as células cancerígenas, porém ela
também mata outras células do corpo, atinge a medula óssea e é isso que causa
os efeitos colaterais, como queda de cabelo, fadiga, anemia, náuseas, vômitos
entre outros”, afirma.
Atualmente, pesquisadores trabalham
desenvolvendo tratamentos que possam ser menos agressivos para o paciente. É o
caso do chamado método imunobiológico, que consiste em medicamentos que atacam
somente as células cancerígenas. “É um tratamento recente, ainda muito caro e
que varia de acordo com o paciente, porém já passou por diversas descobertas e
tem evoluído com bons resultados”, afirma Dr. Ricardo. Ele explica que aqui no
Brasil algumas pessoas conseguem acesso a este tratamento por via judicial, já
que muitos dos remédios, além de caros, não receberam aprovação pela legislação
brasileira.
Em 2018, os ganhadores do prêmio Nobel de
Medicina trabalhavam justamente para desenvolver o tratamento imunobiológico
para o câncer. O norte-americano James P. Allison e o japonês Tasuku Honjo
realizaram trabalhos referentes à imunoterapia, ou seja, a capacidade de
estimular o sistema imunológico a combater as células cancerígenas e se
defender de cânceres agressivos, como o de pulmão e o melanoma (um tipo de
câncer de pele). As doses dos medicamentos são fracionadas levando em
consideração o peso da pessoa e o câncer que ela desenvolveu. Porém, hoje, no
Brasil, o tratamento completo para um paciente com 70 quilos custaria
aproximadamente 400 mil.
Cuidados Paliativos
Para os casos mais graves, em que a pessoa
tenha diagnóstico desfavorável, a medicina desenvolveu uma área chamada
“cuidados paliativos”. “Nesse trabalho os profissionais se dedicam não só a
tratar os sintomas, principalmente a dor, mas também para fazer um
acompanhamento geral, dando assistência e orientação aos familiares, que também
ficam abalados e sensíveis, inclusive nos casos de falecimento”, afirma.
O objetivo dos cuidados é acompanhar todo o
processo do paciente, do seu diagnóstico até a fase terminal e oferecer toda a
qualidade de vida possível. No Sistema Único de Saúde (SUS) os pacientes graves
com câncer já recebem os cuidados paliativos. Dr. Ricardo destaca que no ano
passado o Ministério da Saúde estabeleceu uma resolução em que é possível
definir diretrizes de cuidado e aprimorar a oferta do cuidado. O SUS entende
que os cuidados paliativos devem ser oferecidos o mais cedo possível,
juntamente com o início do tratamento da doença. “Os cuidados paliativos
incluem o alívio da dor e de outros sintomas físicos, do sofrimento com apoio
psicológico, incluindo o cuidado apropriado para familiares e cuidadores a
lidar com a doença do paciente e o luto”, completa Dr. Ricardo.
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Pai Eterno
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