domingo, 9 de junho de 2019

Sem medo do câncer!


O câncer é uma enfermidade que acomete pessoas de todas as idades, gêneros e classes sociais. De acordo com o Dr. Ricardo Borges, médico paliativista no Hospital das Clínicas da UFG/Ebserh, em Goiânia (GO), o câncer não é uma doença única e os sintomas variam muito. “Os tipos de câncer podem ser divididos em duas categorias: o de órgãos sólidos, como intestino, pulmão, estômago .etc, e o hematológico, que está relacionado ao sangue, por exemplo a leucemia e o linfoma”, explica. O médico também afirma que é uma doença que se caracteriza pela multiplicação desordenada de células de forma agressiva e que pode atingir diversas regiões do corpo.

Por ser uma doença agressiva e tão diversa quando se trata dos seus sintomas. Dr. Ricardo alerta para que as pessoas não esperem sentir algo ruim para procurar um diagnóstico médico. “É muito importante que as pessoas façam exames regulares e de rastreio com seu médico de confiança para detectar qualquer alteração ainda no início”, explica. O médico também pontua que os exames de rastreio também variam de acordo com o estágio da vida da pessoa. “O exame para detectar o câncer de colo do útero deve ser feito com frequência logo que a mulher inicia a sua vida sexual, já o exame de próstata é indicado para os homens a partir dos 45 anos”, afirma.

Dr. Ricardo destaca que, quando o câncer é do tipo sólido, ou seja, que atingiu algum órgão, a pessoa pode sentir dor, já que o órgão prejudicado tende a aumentar de tamanho. Além disso, ela pode perder peso e ter febre sem motivo aparente. Já quando se trata do câncer hematológico, é possível fazer o diagnóstico ao verificar alterações no hemograma, como queda de plaquetas e também manchas pelo corpo, ínguas e fraqueza.

Tratamento

Assim que o paciente é diagnosticado com o câncer, o médico faz a indicação do tratamento. Segundo o Dr. Ricardo Borges, em alguns casos é possível fazer uma cirurgia para retirar o câncer e também os tratamentos de quimioterapia e radioterapia. Tudo depende do tipo de câncer e do estágio em que a pessoa foi diagnosticada. “A quimioterapia é um tratamento agressivo, pois ela foca em matar todas as células cancerígenas, porém ela também mata outras células do corpo, atinge a medula óssea e é isso que causa os efeitos colaterais, como queda de cabelo, fadiga, anemia, náuseas, vômitos entre outros”, afirma.

Atualmente, pesquisadores trabalham desenvolvendo tratamentos que possam ser menos agressivos para o paciente. É o caso do chamado método imunobiológico, que consiste em medicamentos que atacam somente as células cancerígenas. “É um tratamento recente, ainda muito caro e que varia de acordo com o paciente, porém já passou por diversas descobertas e tem evoluído com bons resultados”, afirma Dr. Ricardo. Ele explica que aqui no Brasil algumas pessoas conseguem acesso a este tratamento por via judicial, já que muitos dos remédios, além de caros, não receberam aprovação pela legislação brasileira.

Em 2018, os ganhadores do prêmio Nobel de Medicina trabalhavam justamente para desenvolver o tratamento imunobiológico para o câncer. O norte-americano James P. Allison e o japonês Tasuku Honjo realizaram trabalhos referentes à imunoterapia, ou seja, a capacidade de estimular o sistema imunológico a combater as células cancerígenas e se defender de cânceres agressivos, como o de pulmão e o melanoma (um tipo de câncer de pele). As doses dos medicamentos são fracionadas levando em consideração o peso da pessoa e o câncer que ela desenvolveu. Porém, hoje, no Brasil, o tratamento completo para um paciente com 70 quilos custaria aproximadamente 400 mil.

Cuidados Paliativos

Para os casos mais graves, em que a pessoa tenha diagnóstico desfavorável, a medicina desenvolveu uma área chamada “cuidados paliativos”. “Nesse trabalho os profissionais se dedicam não só a tratar os sintomas, principalmente a dor, mas também para fazer um acompanhamento geral, dando assistência e orientação aos familiares, que também ficam abalados e sensíveis, inclusive nos casos de falecimento”, afirma.

O objetivo dos cuidados é acompanhar todo o processo do paciente, do seu diagnóstico até a fase terminal e oferecer toda a qualidade de vida possível. No Sistema Único de Saúde (SUS) os pacientes graves com câncer já recebem os cuidados paliativos. Dr. Ricardo destaca que no ano passado o Ministério da Saúde estabeleceu uma resolução em que é possível definir diretrizes de cuidado e aprimorar a oferta do cuidado. O SUS entende que os cuidados paliativos devem ser oferecidos o mais cedo possível, juntamente com o início do tratamento da doença. “Os cuidados paliativos incluem o alívio da dor e de outros sintomas físicos, do sofrimento com apoio psicológico, incluindo o cuidado apropriado para familiares e cuidadores a lidar com a doença do paciente e o luto”, completa Dr. Ricardo.
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Pai Eterno

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