Na minha experiência, quando alguém acaba uma
frase com: "que é, afinal de contas, o espírito do Vaticano II" ou
"o espírito do Papa João XXIII", quase nunca sabe o que está a dizer.
De facto, o "espírito" de que normalmente falam está em conflicto
directo tanto com o Vaticano II como com João XXIII.
A Sacrosanctum Concilium é o documento do
Vaticano II que lida especificamente com a a liturgia. Neste texto dou o
exemplo (de uma forma ridiculamente breve) de três coisas que a constituição
não disse.
1. ACABAR COM O LATIM NA LITURGIA
No parágrafo 54, a constituição diz: "Em
Missas que são celebradas com o povo, pode-se dar um lugar próprio à língua
vernácula. Isto é para aplicar em primeiro lugar às leituras e à Oração Comum.
Mas também se pode aplicar às respostas das pessoas, se as condições locais o
permitirem.
No entanto, a constituição continua,
"Ainda assim, devem ser dados passos para que os fiéis também sejam
capazes de rezar ou cantar juntos em Latim as partes do Ordinário da Missa que
lhes correspondem" (isto é, as partes que não mudam e que rezamos todos os
Domingos, como o Credo, o Glória ou o Pai Nosso).
2. DAR À MÚSICA CONTEMPORÂNEA UM LUGAR DE
DESTAQUE
No parágrafo 116, o documento diz: "A
Igreja reconhece o Canto Gregoriano como o canto próprio da Liturgia Romana;
por isso, este terá, em igualdade de circunstâncias, o primeiro lugar nas
ações litúrgicas.”
3. QUE O SACERDOTE SE VIRE PARA O POVO NA
LITURGIA
Em nenhum sítio do documento se diz que a
Missa devia ser celebrada virada para as pessoas. Vejam vocês mesmos. O
fundador e presidente da Ignatius Press, o Pe. Joseph Fessio, diz "A Missa
virada para o povo não é um requisito do Vaticano II; não está no espírito do
Vaticano II; definitivamente não está nos textos do Vaticano II. É algo que foi
introduzido em 1969.”
in mattfradd.com
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Senza Pagare
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