A Arquidiocese de Galveston-Houston (Estados
Unidos) questionou o relato da Associated Press (AP) que acusa o Cardeal Daniel
DiNardo por conduzir de forma inadequada uma denúncia de extorsão sexual
supostamente cometida pelo seu ex-vigário geral.
A Arquidiocese também negou ter recebido
relatos de que o sacerdote acusado, Mons. Frank Rossi, violou a lei canônica
relativa ao sacramento da penitência.
A declaração foi uma resposta a uma matéria do
dia 4 de junho da AP, que informou sobre a denúncia de uma mulher do Texas,
Laura Pontikes, contra o sacerdote.
Segundo Pontikes, o Cardeal DiNardo reconheceu
que ela foi vítima de manipulação por parte de um sacerdote, mas permitiu que
este último continuasse em exercício e fosse transferido a outra diocese,
apesar de terem prometido para ela que não permitiriam que continuasse o seu
ministério.
"A Arquidiocese de Galveston-Houston
rejeita categoricamente os relatos não profissionais, tendenciosos e
unilaterais contidos na reportagem de hoje da Associated Press intitulada ‘The
Reckoning’. Em cada parte deste processo, o Cardeal DiNardo reagiu de maneira
rápida e justa, e sempre levou em consideração o bem-estar da família Pontikes.
Uma série de citações atribuídas ao Cardeal são uma criação absoluta",
disse a Arquidiocese em uma declaração de 4 de junho.
Além disso, enfatizou que o Cardeal DiNardo se
comprometeu a não realocar "Mons. Rossi em nenhum caso na Arquidiocese de
Galveston-Houston".
Em 2017, Mons. Rossi foi nomeado pároco da
Diocese de Beaumont, sufragânea (que depende em certo modo) da Arquidiocese de
Galveston-Houston. Esta última, em seu comunicado, disse que Mons. Rossi
"completou seu processo de reabilitação e os profissionais que o avaliaram
recomendaram que retornasse ao ministério ativo" antes de ter permissão
para ser pároco na Diocese de Beaumont.
Por sua parte, a Diocese de Beaumont disse
nesta semana que não foi informada sobre as acusações contra o sacerdote antes
de ser nomeado pároco e que decidiu retirá-lo temporariamente de seu cargo na
paróquia.
O comunicado da Arquidiocese de
Galveston-Houston assinala que Pontikes, que também afirmou ter sido
pressionada por Mons. Rossi para doar milhões a causas católicas, apresentou
uma demanda "de pagamento de 10 milhões de dólares", após apresentar
a denúncia. Segundo relatos, a mediação sobre esse assunto ainda está em
andamento.
Em 2018, a polícia soube da relação entre
Mons. Rossi e Pontikes, agora sob investigação criminal. No Texas, é ilegal que
um membro do clero tenha relações sexuais com um paroquiano se esse
relacionamento envolver um abuso de poder.
Em declarações à CNA – agência em inglês do
Grupo ACI – na quarta-feira, 5 de junho, a Arquidiocese também questionou a
acusação de que o sacerdote tentou absolver sacramentalmente Pontikes dos
pecados sexuais que tinham cometido, o que é um crime canônico grave que pode
levar à excomunhão. A Congregação para a Doutrina da Fé é o dicastério vaticano
que analisa esses casos.
"Quando a Sra. Pontikes entrou em contato
pela primeira vez com a Arquidiocese para fazer sua denúncia, assegurou na
entrevista que foi em duas ocasiões a um sacerdote para confessar-se sobre a
sua relação com Mons. Rossi. Quando lhe perguntaram se tinha sido confessada
por Mons. Rossi, ela o negou. Depois, a mesma pergunta foi feita a Mons. Rossi
que negou ter escutado a confissão da Sra. Pontikes depois que começaram a sua
relação inapropriada, nem em nenhum momento depois do término da mesma”, disse
a Arquidiocese.
A AP informou que a acusação de tentativa de
absolvição está sob revisão do Vaticano, mas fontes confiáveis disseram à CNA que não têm conhecimento de nenhuma revisão em andamento.
A Arquidiocese de Galveston-Houston assinalou
que esta recente afirmação "será exaustivamente revisada de acordo com o
direito canônico”. A Arquidiocese se negou a responder perguntas adicionais da
CNA.
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ACI Digital
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