A adolescente Yasmin da Silva Nery, de 16
anos, foi brutalmente assassinada e esquartejada por um jovem de 17 anos neste
domingo, 9 de junho, em Araraquara, no interior do Estado de São Paulo.
Assassino confesso, o rapaz declarou em
depoimento à polícia, segundo o portal ACidadeON, que matou Yasmin motivado
apenas pelo absurdo desejo de “ver como é” (!)
O mesmo site informa que a namorada do
assassino, igualmente menor de idade, também foi apreendida porque ajudou a
ocultar o corpo de Yasmin.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
impede que sejam divulgados os nomes dos dois criminosos por serem menores de
idade.
Grupo de oração
Yasmin participava havia 3 anos do grupo de
oração da Obra Shalom, cuja comunidade local declarou em nota:
“Confiamo-nos, junto com sua família e amigos,
às orações de todos os fiéis que prestam solidariedade nesse momento doloroso,
gratos por todo o apoio recebido”.
Assassinos sem mostra de remorso
O delegado de polícia Fernando Bravo observou
que os dois assassinos não demonstraram arrependimento:
“Ele contou que a parte do corpo guardada na
casa dele era um troféu. Pouco antes de deixar a delegacia, disse que não
estava arrependido. A ex-namorada apresentou algum arrependimento na frente da
mãe, mas, quando ela estava com a gente, até dava risada do que estava
acontecendo”.
A legislação está mesmo “recuperando
infratores”?
A criminosa foi encaminhada à Fundação Casa de
Franca. O criminoso, a uma unidade da Fundação Casa cuja localização não foi
confirmada.
O site ACidadeON, que cobre o noticiário da
região onde ocorreu a barbárie, observa que, de acordo com a atual legislação
brasileira, o assassino deverá ser solto aos 20 anos de idade como réu
primário.
É o caso de se questionar (pela enésima vez)
até que ponto os legisladores brasileiros estão agindo com base na realidade ao
partirem da premissa de que uma pessoa de 17 anos de idade não pode ser
plenamente responsabilizada por assassinar um inocente para “saber como é” – em
especial quando essa mesma pessoa é reputada consciente e responsável para
eleger, desde os 16 anos de idade, os próprios legisladores que a consideram
“uma criança”.
As causas reais e as consequências reais
desses fatos reais merecem um debate real. Enfaticamente.
O caso
Araraquara ainda busca entender como é
possível um adolescente adotar tamanha frieza para matar a sangue frio
simplesmente "porque querer saber como é" cometer um assassinato. A
Polícia Civil, por meio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), agora vai
encaminhar o computador e o celular dele para perícia. O aparelho dela não foi
achado. Somente ficaram as mensagens postadas no Twitter. O que, de acordo com
a polícia, serve de alerta ao pais para monitorarem a vida digital dos filhos.
Yasmin adotava um 'nick name' com códigos em
sua conta no Twitter. Pelo registro entrou cedo, aos 9 anos apesar da idade
mínima estipulada ser de 13 anos -, e usava o espaço como uma espécie de diário.
Contava sobre o dia, sobre as amarguras e também sobre as crises de aceitação.
Muitas vezes, em tom depressivo. Na versão passada à polícia, Yasmin saiu no
sábado à noite e conheceu o acusado em um show de rock. Ele, em depoimento,
afirmou que ela se interessou por ele e, sabendo disso, logo se aproveitou da
fragilidade.
Os dois trocaram WhatsApp. Para ela, um
momento romântico; para ele, a premeditação de um crime que tinha vontade de
cometer. O ACidade ON teve acesso a um 'print', uma cópia da tela de um dos
celulares, divulgado em grupos de mensagens, em que os dois teriam marcado de
se encontrar. Nele, eles combinam de se ver e Yasmin sugere o Sesc. Ele teria
respondido se poderia ser hoje, no caso, o domingo. Falam de horário e ele
sugere um lugar mais privado. Essa imagem já está com a Polícia Civil. O
delegado Fernando Bravo, diz que isso será apurado no inquérito.
O celular do acusado foi apreendido, assim
como seu notebook. A senha já foi descoberta: é a palavra é 'killer',
assassino, em inglês. O aparelho de Yasmin ele jogou fora depois do crime.
Também será incluído no inquérito 'prints' da conta do Twitter de Yasmin. Horas
antes de encontrar o acusado, ela dizia sobre ir na casa de uma pessoa que
nunca tinha falado pessoalmente. "Se eu sumir/morrer já sabe",
profetizou. "pensando melhor não sei se deveria ir na casa dele assim de
primeira." Mas, ela foi.
Boa aluna
Yasmin estudava como bolsista no colégio
Sapiens, um importante colégio particular de Araraquara, e era conhecida pela
dedicação. A escola divulgou uma nota e suspendeu as aulas nesta terça-feira
(11). "A direção, juntamente com professores, colaboradores e alunos,
manifestam profundo pesar pelo ocorrido, formando uma rede de apoio e
solidariedade aos pais e familiares."
Uma prima de Yasmin, a cozinheira Edivânia
Maria da Silva, 35, fez questão de reforçar a violência como tudo ocorreu.
"Eu era muito próxima a ela, foi muita brutalidade. Esse moleque acabou
com a família."
Homenagens
Em nome da Paróquia São Francisco de Assis, o
administrador paroquial, padre João Orlando Cavalcante, o Diácono Flávio e toda
comunidade paroquial do Selmi Dei, também disseram que o bairro está de luto e
"se solidarizam com a família e amigos pelo falecimento da Jovem Yasmin da
Silva Nery. Neste momento de dor, nos solidarizamos com seus familiares
ratificando nosso voto de pesar pela grande perda."
A Comunidade Católica Shalom, presente na
Diocese de São Carlos, em Araraquara, com pesar, também emitiu nota sobre o
falecimento de Yasmin. A jovem participava da Obra Shalom, em grupo de oração,
há três anos, dedicando-se a oração e a evangelização. "Confiamo-nos,
junto com sua família e amigos, às orações de todos os fiéis que prestam
solidariedade nesse momento doloroso, gratos por todo apoio recebido."
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Aleteia
Com informações: Acidadeon
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