Durante a manhã do último sábado (26/09), ocorreu um
incêndio no mosteiro de São Charbel, localizado em Wadi Maali, um bairro em
Belém, no qual a maioria de moradores são muçulmanos. A causa do sinistro é uma
incógnita, embora existam duas versões: a da Palestina que diz que o incêndio
aconteceu devido a um curto circuito e dos representantes cristãos que
asseguram que este foi provocado por extremistas islâmicos.
Segundo os meios locais, não houveram pessoas
feridas ou mortas devido a que o edifício estava vazio –pois há um mês estava
sendo restaurado -, estava vazio no momento do incêndio. Entretanto, as chamas
destruíram vários quartos no segundo andar.
Por sua parte, Dom William Shomali, vigário
patriarcal para Jerusalém e Palestina do Patriarcado Latino de Jerusalém, disse
à agência vaticana Fides que os primeiros resultados da investigação policial
apontam a uma represália criminal por razões pessoais.
O Prelado explicou que havia um projeto para
restaurar o monastério, que estava fechado há 15 anos, e que o governo
palestino tinha contribuído com os recursos de uma maneira muito discreta e por
esta razão, este incêndio teria sido “em definitiva, uma vingança de algum
jeito relacionada com o uso do financiamento dado para o trabalho de
restauração”.
“As autoridades palestinas querem encontrar o
quanto antes ao autor ou autores deste incêndio provocado. E os primeiros
resultados da investigação abonam à pista de que se trata de represálias por
razões de interesse, e não intimidação com motivações religiosas”, indicou.
Depois de controlado o incêndio, foram ao mosteiro
o prefeito de Belém e vários líderes das forças de segurança e de inteligência
da Palestina. Todos foram recebidos pelo Vigário Patriarcal e alguns
sacerdotes.
O Pe. Gabriel Nadaff, porta-voz do Patriarcado
ortodoxo grego de Jerusalém, condenou este ataque e pediu a Mahmoud Abbas,
presidente da Autoridade Palestina, que garanta a segurança dos lugares de
culto cristãos nesse território.
“É exatamente este tipo de atitude por parte dos
dirigentes da Autoridade Palestina que exortam o vandalismo e o terrorismo
contra lugares cristãos, pois os palestinos extremistas sabem que não serão
levados à justiça ou castigados por seus atos”, afirma.
O padre disse ainda que “esta é a razão pela qual
lugares históricos como Belém, que tinham uma maioria cristã antes de que a
Autoridade Palestina recebesse o controle destes territórios, agora tenha
apenas uma pequena percentagem de cristãos, pois foram expulsos devido às
condições desfavoráveis e à perseguição contra eles”.
Por outro lado, pediram que as Autoridades condenem
este ataque, como ocorreu no caso do incêndio na Igreja da Multiplicação dos pães em Taghba.
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ACI Digital
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