“A liberdade religiosa nos Estados Unidos nunca
esteve tão sob ataque quanto agora”. O alarme é disparado por Kelly
Shackelford, presidente da First Liberty Institute, um grupo de advogados que
oferecem assistência jurídica gratuita às vítimas de discriminação religiosa
nos EUA. A organização publicou um relatório de 376 páginas que mostra que os
atos de intolerância na imprensa, nas escolas, contra as igrejas, no exército e
nas ruas foram 1.285 em 2015, o dobro dos casos registrados em 2012.
O relatório menciona exemplos como o caso de um
homem de Iowa, demitido do jornal Newton Daily News por ter compartilhado em
seu blog alguns trechos da Bíblia que condenam as práticas homossexuais.
Destino semelhante coube a um homem Denver, a quem as autoridades impediram a
abertura de uma empresa por causa da sua fé religiosa e da sua defesa do
casamento entre homem e mulher.
Além das opiniões sobre o casamento, declarar-se
cristão nos EUA pode ser suficiente para ser discriminado. Foi o que aconteceu
com dois estudantes não admitidos à especialização em radioterapia no Community
College de Baltimore porque falaram da sua fé durante as entrevistas. Nas
escolas, aliás, são muitos os casos de alunos, professores e até instituições
inteiras punidos por expressarem as suas crenças ou forçados a não
expressá-las.
Assemelha-se à rígida lei chinesa que regula a
construção de igrejas um fato que aconteceu numa casa particular em Phoenix,
onde os proprietários tinham organizado encontros regulares para o estudo da
Bíblia. Quando o número de participantes ultrapassou 35 pessoas, a prefeitura
apelou para leis locais de edificação e passou a exigir que a casa se ajuste às
mesmas exigências que valem para os edifícios religiosos.
Os símbolos cristãos parecem desagradar também o
exército dos EUA. Em 2013, no Afeganistão, foi retirada a cruz da capela de uma
base militar norte-americana a pedido de um soldado. Um veterano chegou a ser
afastado pelo departamento militar de Nova Jersey por ter dito em várias
ocasiões, durante cerimônias em homenagem aos caídos: “Deus o abençoe e à sua
família. Deus abençoe os Estados Unidos da América”.
Se não se pode nem sequer dizer “Deus abençoe os
Estados Unidos da América” é porque a situação na “terra da liberdade” é
“grave”, como destacou Shackelford. O presidente do First Liberty Institute
enfatizou que, quando se discrimina a fé religiosa, mina-se “a base dos outros
direitos, como o de liberdade de expressão, de imprensa e de reunião”.
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ZENIT
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