O porta-voz da Conferência Episcopal espanhola, Pe.
José María Gil Tamayo assegurou que quem ofende as convicções das pessoas não
pode ficar impune. O comentário se refere à exposição sacrílega que Abel Azcona
apresentou em Pamplona usando 242 hóstias consagradas que o artista roubou.
“Quando exercemos atos, se estes forem delitivos ou
atentam contra as liberdades das pessoas, ou as convicções religiosas, existe
uma responsabilidade”, disse o sacerdote em uma coletiva de imprensa realizada
ontem.
Azcona expôs na Sala Conde de Rodezno de Pamplona
fotografias nas que mostrava 242 hóstias consagradas com as quais formou a
palavra pederastia. Também exibia um prato cheio de formas consagradas. Estas
hóstias teriam sido obtidas pelo autor em missas, nas quais ela fingia que
comungava.
Depois de uma ação apresentada pela Associação Advogados
Cristãos por supostos delitos de profanação e ofensa aos sentimentos
religiosos, Abel Azcona foi intimado mas se negou a responder às perguntas da
promotoria, só respondeu ao juiz.
No seu depoimento Azcona reconheceu que sabia que
eram hóstias consagradas aquelas que usou para escrever a palavra pederastia,
mas em sua declaração negou todos os cargos.
Apesar das queixas levadas à prefeitura (foram
entregues mais de 110 mil assinaturas pedindo a retirada da exposição) as
autoridades não fecharam a mostra sacrílega. De fato, o prefeito da cidade,
Joseba Asirón, apoiou o artista alegando que o mesmo estaria exercendo sua
liberdade de expressão.
Na conferência de imprensa do dia 25 de fevereiro,
o Pe. Gil Tamayo disse que em suas declarações não se refere a considerações
morais mas no aspecto delitivo dos atos do artista espanhol.
“Tem que haver consequências que a justiça
determinará quais são”, afirmou.
Pe. Tamayo também expressou que “lógicamente a
exigência de um respeito tem que ser feita em todos os sentidos”, por isso
destacou que “a liberdade de expressão não ampara a transgressão dos direitos
fundamentais”.
“Em um marco de liberdade, não se pode transgredir
sob capa de estética, aquilo que carece de ética e de falta de respeito aos
demais, incluindo suas convicções religiosas”, destacou o porta-voz.
“Os católicos querem e fazem uma opção de viver
em liberdade e convivência, mas exigimos em reciprocidade por parte dos outros
o respeito às nossas próprias convicções”, concluiu.
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ACI Digital
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