Em verdade vos digo: tudo o que
ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a
terra será também desligado no céu. (Mt 18,18)
Parece que há alguns católicos que não
entenderam ainda as promessas que Jesus fez à Igreja que Ele instituiu sobre
Pedro de os Apóstolos. Entre outras Ele lhes disse: “Quem vos ouve a Mim ouve;
quem vos rejeita, a Mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita Aquele que me
enviou”. (Lc 10,16).
Esta é a bela lógica que Deus escolheu para
salvar a humanidade: o Pai enviou o Filho como salvador e Redentor; e o Filho
enviou a Igreja. É preciso ter com clareza que a Igreja é o “prolongamento da
presença de Cristo no meio da humanidade”. “A Igreja é o Corpo do Senhor, e o
ostensório do Seu coração”, disse Maurice Zundel. Bossuet preferiu dizer que:
“A Igreja é Jesus Cristo derramado e comunicado a toda a terra”.
Os grandes Santos Padres da Igreja, doutores
da Igreja, como São Basílio Magno, São Gregório de Nissa, São Gregório de
Nazianzo, Santo Agostinho, São Jerônimo, etc., tinham esta certeza: “Ubi
Petrus, ibi Ecclesia; ubi Ecclesia ibi Christus” (Onde está Pedro, está a
Igreja; onde está a Igreja está Jesus Cristo). Santo Inácio de Antioquia
(†110), mártir no Coliseu de Roma, disse: “Onde está o Cristo Jesus está a
Igreja Católica”. A Lumen Gentium do Concílio Vaticano II, disse que “Deus
estabeleceu congregar na Santa Igreja os que creem em Cristo” (LG, 2).
Uma promessa que Jesus fez à Igreja, a Pedro
(Mt 16,19) e aos Apóstolos unidos a Pedro (Mt 18,18), é que tudo o que eles
ligarem na Terra, Ele ligaria no céu. E aí está a infalibilidade da Igreja:
como no céu não pode ser ligado nada errado, então, o Espírito Santo assiste e
guia a Igreja para não ligar nada de errado na Terra, pois isto terá de ser
ligado no céu, por força de promessa de Jesus.
Desta certeza vem toda a beleza, por exemplo,
da Liturgia. Ou ainda, quando a Igreja celebra o Natal aqui, no dia 25 de
dezembro, o céu também o celebra neste dia. Se a Igreja celebra o dia do
nascimento de Nossa Senhora no dia 8 de setembro, o céu o celebra no mesmo dia,
e assim por diante. E quando celebramos essas datas e todas as outras festas
litúrgicas, solenidades e memórias de santos, no dia fixado pela Igreja, as
graças desse acontecimento se tornam atuais e as recebemos em sua celebração
como no acontecimento original. De modo especial, quando celebramos a Santa
Missa, torna-se presente a nossa Redenção. Daí vem toda a beleza, profundidade
e espiritualidade da Liturgia.
É de causar admiração o poder que Jesus
confiou a Pedro, o Papa, e à sua Igreja. Quando o Papa confirma, por exemplo,
que alguém é santo, e o canoniza, não há dúvida de que aquela pessoa está no
céu, “intercedendo por nós sem cessar”, como diz a Liturgia eucarística. Esta é
a beleza de nossa fé; desde aqui da Terra já participamos da glória do céu,
como que por antecipação.
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A Fé Explicada
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