Atendendo à convocação do Papa Francisco e em
comunhão com a Igreja em todo o mundo, o Santuário Nacional de Nossa Senhora
Aparecida (SP) abrirá no dia 13 de dezembro a Porta Santa, por motivo do Ano
Santo Extraordinário do Jubileu da Misericórdia.
Conforme estabelecido pelo calendário do Jubileu, a
abertura da Porta Santa na Basílica de Aparecida será realizada no dia em que a
liturgia católica celebrará o domingo “Gaudete” (ou da alegria), do tempo do
advento. Ao instituir esta data para a abertura da Porta, o Papa deseja
recordar aos fiéis que é da Misericórdia Divina que provém a alegria do
cristão.
A cerimônia será presidida pelo Arcebispo de
Aparecida, Cardeal Raymundo Damasceno Assis, durante a Missa das 8h, que
contará com um rito especial preparado pelo Pontifício Conselho para Nova
Evangelização e aprovado pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina
dos Sacramentos.
Na tradição cristã, a Porta Santa é próprio Cristo,
que disse: “Eu sou a porta; quem entra por mim será salvo. Entrará e sairá, e
encontrará pastagem” (Jo 10,9). É toda porta no espaço sagrado de um templo que
representa Cristo, pois por Ele se entra no Seu mistério. Portanto, passar pela
Porta Santa significa que se tem o objetivo de renovar-se, um convite para
entrar mais ainda no Mistério do Cristo que é o Mistério da Vida.
Na Igreja Católica, a Porta Santa é celebrada junto
aos jubileus, em geral, a cada 25 anos. Mas é possível que o Pontífice proclame
um Jubileu Extraordinário, como fez o Papa Francisco, que promulgou o próximo
ano como santo, para que seja “o tempo favorável, o dia da salvação” (2 Cor
6,2).
No Santuário de Aparecida está sendo preparada uma
Porta Santa especial, obra do artista sacro Cláudio Pastro. A peça está sendo
idealizada desde o início do ano. Será feita em bronze e terá as representações
da Anunciação, do Bom Pastor e da parábola do Filho Pródigo.
Pastro explica que a arte contida na Porta Santa
será teofânica. “Por meio da arte desta Porta nós desejamos passar o espírito
do Bom Pastor, que em mistério no seu desenho, indica sua singela e interna
alegria do Pastor no momento de encontro da sua ovelha. Não é uma alegria
falsa, mas uma alegria interna, que também é a alegria do cristão”, salientou o
artista.
A abertura da Porta Santa marcará o início do Ano
da Misericórdia, que foi anunciado pelo Papa Francisco no dia 13 de março deste
ano, durante uma celebração penitencial em Roma. Conforme disse o Pontífice,
este acontecimento será um “Jubileu Extraordinário que terá como seu centro a
misericórdia de Deus”.
Na bula de convocação para o Jubileu, intitulada
“Misericordiae Vultus”, Francisco estabeleceu as datas de abertura e
encerramento do Ano, respectivamente 8 de dezembro de 2015 – Solenidade da
Imaculada Conceição – e 26 de novembro de 2016 – Solenidade de Nosso Senhor
Jesus Cristo, Rei do Universo.
Francisco também solicitou que cada Diocese abra no
seu território uma Porta Santa, a qual deve ser aberta “ou na Catedral, (...)
ou na Concatedral, ou então numa Igreja de significado especial” (MV 3). O
Pontífice pediu ainda que os grandes Santuários realizem a abertura da Porta no
dia 13 de dezembro, data em que ele mesmo realizará a abertura da Porta Santa
da Basílica de São João de Latrão, em Roma.
O Papa também estendeu em dois casos as
indulgências às pessoas que de alguma forma estarão impossibilitadas de
peregrinar até uma Porta Santa.
Aos doentes de idosos, o Pontífice concede as
indulgências jubilares desde que vivam este momento de sofrimento “com fé e
esperança jubilosa, recebendo a comunhão ou participando na santa Missa e na
oração comunitária, inclusive através dos vários meios de comunicação”.
Aos encarcerados, o Papa estabelece que terão as
indulgências “nas capelas dos cárceres, e todas as vezes que passarem pela
porta da sua cela, dirigindo o pensamento e a oração ao Pai”, desde que
arrependidos de seus crimes e pecados de coração sincero. Francisco afirma que
este gesto “significa para eles a passagem pela Porta Santa, porque a
misericórdia de Deus, capaz de mudar os corações, consegue também transformar
as grades em experiência de liberdade”.
Para ganhar as indulgências do Jubileu da
Misericórdia, aliados à passagem pela Porta Santa nas igrejas jubilares, ou nos
gestos destinados aos presos, doentes e idosos, os fiéis deverão realizar as
condições habituais para a concessão de indulgências: a profissão de fé e a
oração pelo Papa e pelas suas intenções. Como de costume, é preciso realizar
também a confissão e a comunhão sacramental.
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ACI Digital
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