No próximo
dia 8 de dezembro, festividade da Imaculada Conceição, o Papa Francisco abrirá
a Porta Santa na Basílica de São Pedro de Roma, ao mesmo tempo em que serão
abertas as portas santas de todas as dioceses do mundo, para que todos possam
viver o Jubileu. Apresentamos, a seguir, 10 perguntas essenciais sobre como
viver o Ano Santo, de acordo com a bula papal “Misericordiae vultus” (MV), com
a qual o Papa convocou este jubileu.
1. O que é
um Ano Santo ou Jubileu Extraordinário?
Na tradição católica, o Jubileu é o ano que a
Igreja proclama para que as pessoas se convertam em seu interior e se
reconciliem com Deus, por meio da penitência, da oração, da caridade, dos
sacramentos e da peregrinação, “porque a vida é uma peregrinação e o homem é um
peregrino” (MV 14).
Em todos os anos santos é possível ganhar
indulgências, graças especiais que a Igreja concede e que podem ser aplicadas à
remissão dos próprios pecados e suas penas, ou também aos defuntos que estão no
purgatório.
O lema deste Ano Santo é “Misericordiosos como o
Pai”, e a principal intercessora do Jubileu é Nossa Senhora de Guadalupe, Mãe
de misericórdia.
A cada 25 anos, a Igreja celebra um Ano Santo
Ordinário. O próximo será em 2025. Fora dos anos santos ordinários, a
celebração do Ano Santo é “extraordinária”.
2. Por que
este Ano Santo é o da misericórdia?
O Papa quis que o tema fosse a misericórdia para
nos unir mais ao rosto de Cristo, no qual se reflete a misericórdia do Pai, que
é “rico em misericórdia” (MV 1). A misericórdia é superior à justiça. Deus é
justo, mas vai muito além da justiça, com sua misericórdia e seu perdão. E é
isso que podemos vivenciar neste Ano Santo.
3. Quando
começa e quando termina este Ano Santo?
O Ano Santo começa no dia 8 de dezembro de 2015,
com a celebração dos 50 anos do final do Concílio Vaticano II, e termina na
festa de Cristo Rei, em 20 de novembro de 2016, o último dia do ano litúrgico.
4. O que o
Papa pede que façamos?
O Papa Francisco insiste na iniciativa “24 horas
para o Senhor, que desejo que seja celebrada em toda a Igreja”, entre a
sexta-feira e o sábado antes do 4º domingo da Quaresma, porque “é expressão
desta necessidade da oração”.
Além disso, ele aconselha que pratiquemos as obras
de misericórdia, além de viver intensamente a oração, o jejum e a caridade na
Quaresma (MV 17); também recomenda que nos confessemos, para poder receber
melhor as graças do ano jubilar. E que cada um realize uma peregrinação, de
acordo com suas capacidades, para atravessar a Porta Santa.
5. É preciso
ir a Roma para atravessar a Porta Santa e ganhar indulgências?
Não. Você pode ir à catedral da sua diocese ou às
igrejas e basílicas destinadas a isso. Em cada diocese haverá uma Porta Santa
e, cruzando-a, você ganhará as indulgências do Ano Santo (quando a peregrinação
for acompanhada de confissão, comunhão no dia da peregrinação, um ato de fé –
recitação do Credo – e uma oração pelo Papa).
6. O que são
as obras de misericórdia?
Existem 14 obras de misericórdia, 7 espirituais e 7
corporais.
Obras de misericórdia corporais:
1-Dar de comer a quem tem fome;
2-Dar de beber a quem tem sede;
3-Vestir os nus;
4-Visitar os doentes;
5-Visitar os presos;
6-Acolher os peregrinos;
7-Enterrar os mortos.
Obras de misericórdia espirituais:
1-Dar bom conselho;
2-Corrigir os que erram;
3-Ensinar os ignorantes;
4-Suportar com paciência as fraquezas do próximo;
5-Consolar os aflitos;
6-Perdoar os que nos ofenderam;
7-Rezar pelos vivos e pelos mortos.
7. O que são
e o que fazem os “missionários da misericórdia”?
O Papa Francisco anunciou que enviará padres em todas
as dioceses, chamados “missionários da misericórdia”, os quais poderão celebrar
missões pregadas nas paróquias e despertar o chamado à misericórdia. Além
disso, poderão perdoar pecados muito grandes, como crimes mafiosos,
assassinatos cometidos para enriquecer, bem como o gravíssimo pecado da
corrupção.
8. É
necessário se confessar no Ano Santo?
Durante o Ano Santo, a reconciliação com Deus é
vivida especialmente através do sacramento da confissão, muito unido ao da
Eucaristia. É aconselhável confessar-se várias vezes ao longo do Jubileu, para
experimentar mais profundamente a misericórdia de Deus.
9. Qual é a
importância do Ano Santo no pontificado de Francisco?
O centro do pontificado do Papa Francisco é a
misericórdia de Deus e, portanto, este ano jubilar é o cume do seu pontificado.
10. O Ano
Santo é importante para outras religiões?
A misericórdia “ultrapassa os confins da terra” (MV
23); ela nos relaciona com o judaísmo, como se vê no Antigo Testamento, em que
a misericórdia de Deus é evidente; também os relaciona com o islamismo, que
atribui ao Criador os nomes de “misericordioso” e “clemente”. O Papa Francisco
pede o diálogo com todas as “nobres tradições religiosas” do mundo.
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Aleteia
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